Quase duzentos e sessenta quilômetros num único dia, sob temperaturas extremas, com o guidão forrado com até 3 fitas para suportar o excesso de vibrações. Qualquer um que tenha completado uma Paris-Roubaix já é um vencedor.
Este é o terceiro texto sobre a Paris-Roubaix 2022, confira aqui o primeiro texto que conta sobre o nome Inferno do Norte e aqui sobre a história dos paralelepípedos mais famosos do mundo naquela que é a terceira monumento do ciclismo na temporada.
Os Grandes Vencedores na Paris Roubaix
Mas para levar um pedaço de pedra (entenda clicando aqui) para casa é preciso ser o melhor naquele dia, é preciso superar um desafio único. Os belgas conquistaram por 58 edições a prova, seguidos por franceses 30 vezes, italianos 12 vezes e holandeses 6 vezes. O belga Roger De Vlaeminck, um dos 3 ciclistas a vencer as 5 monumentos (além de Merckx e Rik Van Looy), conhecido como “O Cigano” ganhou 4 vezes a prova, assim como Tom Boonen que igualou o feito em 2012. Com 3 vitórias Rik Van Looy, Merckx, Moser, Musseeuw, Lapize e Fabian Cancellara.
Uma prova tão longa e tão dura acaba por ter vencedores nem sempre entre os mais favoritos, foi o que aconteceu com Mathew Hayman em 2016 que bateu ninguém menos que Tom Boonen impedindo a quebra do recorde de vitórias na prova. Já no ano passado em meio a lama e caos, Sonny Colbrelli venceu uma das mais fantásticas provas de ciclismo. Quis o destino que Colbrelli sofresse neste ano uma parada cardíaca na chegada de uma prova na Catalunha e tenha que provavelmente abandonar o ciclismo profissional.
Uma coisa é certa, o vencedor receberá uma placa especial com seu nome nos chuveiros do antigo velódromo de Roubaix.
Paris Roubaix 2022 – Mathieu van der Poel é o cara!
Para a edição 2022, apesar de quatro vencedores no grid de largada, nenhum deles é favorito. John Degenkolb vendedor em 2015, que dá o nome a um dos setores de paralelepípedos, graças a seu suporte aos amigos de Roubaix vem em uma temporada discreta, Greg van Avermaet, vencedor em 2017 coleciona Top10 em muitas provas mas já faz um tempo não consegue bater guidão com os mais jovens. Philippe Gilbert, vencedor de 2019 está em sua temporada de despedida enquanto Niki Terpstra aos 37 anos já se transformou num gregário a um bom tempo. Resta Peter Sagan que após ter infecção por covid-19 com sintomas leves ainda não conseguiu recuperar a forma.
Assim a expectativa é que tenhamos um novo vencedor em Roubaix. O grande nome da temporada não chega como grande favorito, Wout van Aert teve sintomas leves da infecção por covid-19 e não compete a 15 dias. Por outro lado a expectativa é grande para Mathieu van der Poel, o neerlandes que fez uma cirurgia no final de dezembro no joelho mostra-se recuperado e vem de uma linda vitória na Monumento Ronde van Vlaanderen.
No império em chamas da Quick Step que segue na seca por clássicas, Kasper Asgreen é o nome enquanto na Ineos o escolhido deve ser Dylan van Baarle, embora a equipe tenha escalado Elia Viviani e Filippo Ganna para a prova. Na Trek, Mads Pedersen é o especialista juntamente com Jasper Stuyven enquanto por fora podemos destacar Matej Mohoric (Bahrain) e Valentin Madouas (Groupama).