Domingo de Páscoa é dia daquela que é conhecida como a Rainha das Clássicas e mais dura corrida do mundo, a Paris Roubaix ou para os íntimos: Inferno do Norte.
O Inferno do Norte
Você já imaginou disputar um esporte em uma região onde as mais sangrentas batalhas foram travadas? E logo após parentes, amigos e até familiares perderem a vida para um conflito estúpido? A primeira grande guerra foi a última na Europa travada no corpo a corpo sem a larga utilização de blindados, o que conferiu mais de 9 milhões de combatentes mortos.
A história da Paris-Roubaix começa em 1895 (você pode conferir aqui), mas o apelido que a representa a mais de um século foi cunhado pelo editor do jornal L’Auto, organizador da prova ao visitar a região para a realização da primeira prova após a 1ª Guerra Mundial:
Nós entramos no centro do campo de batalha. Não há uma arvore, tudo esta descampado! Nem um metro quadrado pode ser visto sem pensar que esta de cabeça para baixo. São buracos de bala atrás de outros buracos. As únicas coisas que estão em pé nessa terra devastada são as cruzes com fitas em azul, branco e vermelho. Isso é o inferno!
A região vizinha aos Flandres belgas é chamada de Nord (ou norte em português) e desse relato devastador veio o apelido “O inferno do Norte”. Durante a primeira guerra, a região teve 801 comunidades destruídas ou severamente danificadas. Aos poucos o cenário mudou. Atualmente durante as provas há destaque na transmissão para monumentos aos mortos em guerra como em Verdun:
Após as guerras as cidades começaram a serem reconstruídas. Toda França passou por uma profunda transformação com a criação de auto-estradas. Durante a era do automóvel um bom asfalto passou ser sinal de uma cidade bem cuidada e moderna e assim as sessões em paralelepípedo foram diminuindo. As auto estradas acabaram por diminuir o trânsito das estradas locais assim permitindo a criação do ambiente perfeito para treinos e provas de ciclismo. Estradas sinuosas com bom asfalto e baixo tráfego, mas Paris Roubaix é conhecida pelos paralelepípedos e é sobre eles a sequência desse texto.
O pedaço de pedra mais saboroso do mundo: Paris Roubaix 2022
