O pedaço de pedra mais saboroso do mundo: Paris Roubaix 2022

Domingo de Páscoa é dia daquela que é conhecida como a Rainha das Clássicas e mais dura corrida do mundo, a Paris Roubaix ou para os íntimos: Inferno do Norte. Como aperitivo para a 3ª monumento do ciclismo na temporada de clássicas, temos uma série de textos que conta um pouco da história dessa prova centenária. Confira a primeira parte: O Inferno do Norte.

 

Sonny Colbrelli beija trofeu de paralelepípedo | Foto AFP
Sonny Colbrelli beija trofeu de paralelepípedo | Foto AFP

Paris Roubaix 2022

A ESPN promete transmissão tanto da prova feminina a partir da 01:30 (é isso mesmo, uma e meia da madrugada) e às 09:45 na ESPN3 e no aplicativo Star+. A Paris Roubaix 2022 terá 257km entre Compiègne e Roubaix com quase 50km de paralelepípedos, os chamados pavés. Assim vamos falar um pouco dos paralelepípedos mais famosos do mundo e o pedaço de pedra mais saboroso do mundo:

 

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Fabian Cancellara – Vencedor da Paris Roubaix em 2006, 2010 e 2013 | Foto AFP

Durante muitos tempo não havia destaque algum para provas disputadas em paralelepípedos. Simplesmente por conta de que as estradas eram construídas em paralelepípedos, assim toda prova era claro em estradas de paralelepípedo. Após a segunda guerra mundial, a Europa viveu um período de reconstrução e revolução de seus sistemas de transporte. Passou a ser importante para as cidades se adequarem a “era do automóvel”. Com o advento da transmissão pela televisão as cidades passaram rapidamente a modernizar suas vias, ninguém queria ter uma imagem ligada ao passado.

Trecho de estrada da Paris Roubaix | Foto Les Amis de Paris Roubaix
Trecho de estrada da Paris Roubaix | Foto Les Amis de Paris Roubaix

Publicações como a L’Équipe chegaram a dizer que os pilotos não mereciam os paralelepípedos. O editor da L’Équipe chegou a classificar Paris-Roubaix como “a grande loucura do ciclismo”. Com tantas provas em asfalto, a Paris Roubaix acabou tornando-se uma referência em prova de paralelepípedos.

Les Amis de Paris Roubaix

Em 1967 o percurso começou a migrar procurando os pavés, já que as estradas não eram mais construídas em paralelepípedos e sim em asfalto. E assim foi sendo criado o mito dos paralelepípedos. Desde então fanáticos pela história dessa monumento vem lutando pela manutenção dos trechos de pavés. A associação “Les Amis de Paris-Roubaix“, criada em 1983 investe anualmente entre 4.000 e 6.000 euros para cada um dos 27 trechos de pavés. A manutenção e preservação dos trechos de paralelepípedos é importantíssima para manutenção do espírito da prova. Outro mérito é que a associação faz toda manutenção praticamente sem apoio governamental o que é fantástico.

Toda organização é sem fins lucrativos, além da doação de tempo e dinheiro de cada participante, a associação também vende souvenirs:

Cada trecho de pavé é catalogado de uma a cinco estrelas, sendo cinco o melhor e mais confortável trecho e um o trecho mais com mais lama, irregularidades e duro. E aqui uma réplica do pedaço de pedra mais disputado no ciclismo:

Trophy

 

No próximo texto os vencedores da Paris-Roubaix.

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