Neste sábado acontece a 17ª Strade Bianche, prova que mistura as belíssimas paisagens da Toscana com uma dificuldade única para os melhores ciclistas do mundo tentarem triunfar na Piazza del Campo Siena.
Strade Bianche – A nova monumento?
Cada uma das cinco monumentos do ciclismo tem seu porquê de ser. Da mais antiga prova a La Doyenne (A decana, a mais antiga) a jovem Ronde com “apenas” 109 anos de história cada prova tem sua história única e os motivos que as tornaram monumentais. E agora uma prova jovem com apenas 17 edições pode ser considerada a nova monumento?
O motivo é um só, a Strade Bianche mudou o ciclismo de um jeito só dela. A inclusão dos trechos de cascalho a tornou uma prova única e rapidamente copiada pelo mundo todo. Já citávamos o trajeto monumental cinco anos atrás aqui no pelote. Os longos trechos de terra batida totalizando quase 1/4 da prova com uma paisagem exuberante trouxeram o cascalho em evidência.

Claro as cópias nem sempre deram certo, sendo alguns trajetos criticados ao longo dos anos como uma chegada ao alto na Rota do Sol, ou a mudança na Paris-Tours que tradicionalmente é a clássica dos velocistas. E isso tudo fez o mundo do ciclismo falar muito de uma prova: Strade Bianche!
E a cada ano, a cada edição fabulosa essa prova ganha mais e mais fãs, e para o leitor a Strade Bianche já pode ser considerada uma jovem monumento?
A História da Strade Bianche
Em formato de granfondo, ou seja aquelas provas para amadores como este que aqui escreve pode se inscrever e participar da emoção de uma prova “como os profissionais” a La Eroica Strade Bianche começou em 1997. Aqui cabe uma pequena explicação, os granfondos com o termo “La Eroica” geralmente remetem a utilização de equipamento de época, como acontece no Giro Vecchio, realizado no interior de São Paulo.

Caindo no gosto do público, dez anos depois ganhou status WorldTour. E sabe o mais legal? O granfondo para amadores continua existindo e é um evento concorridíssimo, onde as inscrições se esgotam rapidamente para o duríssimo passeio pela Toscana.
A prova tem largada na Fortaleza Médici e mistura os longos trechos de terra branca com pouco mais de 60km em terra batida, um asfalto e um final em uma subida de 18% após 184km. O ponto mais alto da prova é a escalada a Montalcino, uma serra de 12km ao longo de belíssimas vinícolas, que obtém do solo rico em xisto -que confere o tom branco das estradas- potentes vinhos sangiovese cujo ícone é o mundialmente famoso Brunello di Montalcino.

A paisagem campestre é substituída no final da prova pela medieval, percorrendo as estreitas ruas de Siena que levam para a glória na Piazza del Campo Siena, onde é a chegada.

Na edição deste ano estarão presentes todas equipes WorldTour. Entre as equipes da segunda divisão do ciclismo, chamada ProTeams, as equipes rebaixadas Lotto Dstny e Israel Premier Tech receberam convites automáticos. Assim as equipes convidadas foram:
- Eolo Kometa
- Green Project Bardiani CSF Faizanè
- Q36.5 Pro Cycling
- Total Energies
- Tudor Pro Cycling
Favoritos e destaques da Strade Bianche 2023
Ano passado Tadej Pogacar (UAE) deu um show atacando de longe e demolindo a corrida. Neste ano o esloveno não disputa a prova que terá Mathieu Van der Poel (vencedor em 2021 Alpecin Deceuninck) e Julian Alaphilippe (vencedor em 2019 – Soudal Quick-Step). Além deles o polonês Michal Kwiatkowski (Ineos) venceu duas vezes a Strade Bianche, mas nessa edição deve ser super-gregário de Tom Pidcock (Ineos). Só que histórico não ganha prova certo?
Destaques para o espanhol Pello Bilbao (Bahrain), para o português Rui Costa (Intermarché) e Tiesj Benoot. (Jumbo).
O tempo pode ser um ponto de dificuldade no final de prova, com ameaça de chuva na região de Siena, local da chegada poderemos ter além da poeira, muita lama.
Para o Brasil, transmissão pela DSports, RAI ou GCN+

Desde a temporada 2022, mudanças na transmissão do ciclismo para o Brasil. A ESPN segue transmitindo a maioria das provas do pacote A.S.O. como a Paris-Nice e o Tour de France, mas perdeu diversas provas da italiana RCS entre elas a Strade Bianche e o Giro d’Italia, todas adquiridas pelo grupo Discovery. Assim a opção para o brasileiro é acompanhar pelo canal DSports da família Discovery com narração de Sidney White em português.

Já nas transmissões internacionais, a RAI Internacional (disponível nos pacotes de TV a cabo) tem a prova em sua grade assim como assinando o aplicativo GCN+ do grupo Discovery que transmite a maioria das provas para o Brasil.
A transmissão pela GCN+ inicia-se às 9h30 no horário de Brasília e pelo Dsports às 10h.
One thought on “Strade Bianche, a clássica na Toscana que tem status de monumento”