Calma que o google translator mandou errado por ai, aqui no pelote contamos o que levou ao boato. O belga Thomas De Gendt levou um chão feio em Abu Dhabi durante o UAE Tour 2024.
Thomas condenou os pneus sem câmera (os TLR ou Tubeless Ready), seu amigo, ex-companheiro de equipe e presidente da CPA (alias, muito ativo e atencioso, inclusive com o pelote) soltou o verbo para a revista Velo.
A CPA é o sindicato dos ciclistas profissionais, em francês Cyclistes Professionnels Associés. E Adam Hansen (aquele ciclista que bateu o recorde de grandes voltas e fazia suas próprias sapatilhas) é o presidente. Confira aqui uma matéria sobre cinco pontos que Hansen busca melhorar no ciclismo.
“Quando você olha as imagens da bicicleta de Thomas de Gendt, o pneu dele saiu, a espuma de segurança interna ficou presa no garfo e isso travou a roda dianteira”, disse Adam Hansen
“Algumas equipes estão correndo com aros sem ganchos. Esse acidente é exemplo do porquê a CPA é 100% contra aros sem ganchos. Os pneus podem soltar do aro. A pressão máxima que esses pneus podem ser submetidos é 73 psi, e se você bater em algo, com certeza isso irá acima de 73 psi no impacto. É por isso que os pneus se soltam.“
Apesar que obviamente os fabricantes estipulam a pressão máxima levando em conta eventuais impactos (só assistir uma etapa da copa do mundo de MTB que verá impactos muito superiores), Adam Hansen continua sua cruzada:
“Nós temos ouvido de algumas equipes, que se eles deixam suas rodas no sol, os pneus se soltam sozinhos. Mas os fabricantes gostam muito desses aros, porquê eles são mais fáceis de serem produzidos, você precisa de menos moldes, os aros são muito leves, é fácil de produzir então eles estão incentivando (eu prefiro “enfiando goela abaixo”) isso.“
No encerramento da entrevista, Adan Hansen vem com a frase de impacto que levou algumas pessoas a entenderem que os aros sem gancho seriam proibidos:
“Tem uma galera que quer isso banido do pelote, porque você realmente pode derrubar outros ciclistas. Um dia teremos um BIG ONE como resultado.”
A matéria original em inglês pode ser lida aqui.
Opinião: Os pneus sem câmara vieram para ficar, os fabricantes que se virem para fazerem funcionar
É claro que os ciclistas amaram os pneus sem câmera, além de toda comodidade de evitar furos pequenos que atrasam o pedal, as rodas perderam peso, a pressão exigida é muito menor… E isso confere um item fantástico ao pedalar: Conforto.
No ciclismo de estrada onde a resistência do ciclista é intimamente ligada ao conforto de rodar, está o casamento perfeito. Mas nem tudo são flores. Se realmente acontece isso que Adan Hansen ilustra em suas palavras, é um ponto de grande preocupação. O que acredito é que os pneus sem câmara vieram para ficar, agora os fabricantes que se virem para que eles funcionem em prova sem colocar em risco a integridade dos ciclistas.
