A mais antiga das Clássicas, a monumento que fecha as clássicas de primavera e ultima das três clássicas nas Ardennes, a quarta monumento do ano chega a sua edição 105. Vamos falar de uma das mais deliciosas provas de se acompanhar, “La Doyenne” o bate volta a Bastagone partindo de Liège.
105ª Liège Bastogne Liège
Liège-Bastogne-Liège é aquela prova que “come” o ciclista. Se na Milão Sanremo a distância pesa, ou na Paris-Roubaix o clima e os paralelepípedos, na La Doyenne o que consome o ciclista são as colinas duras. Nesta edição serão 11 montanhas indicadas pela organização mais dezenas de colinas e rampas ao longo dos 256km.
São subidas sempre curtas com até 2,5km mas muito íngremes. As vias estreitas e com um público fabuloso, o que torna tudo mais difícil e belo:
Uma diferença nesta edição é o final, ao invés da chegada logo após a última subida um trecho plano com leve descida. Uma medida que dificultará um pouco para o maior vencedor da prova ainda em atividade, Alejandro Valverde. Os grandes ganhadores da Liège-Bastogne-Liège foram:
5 Eddy Merckx, o Cannibal 1969,1971,972,1973,1975
4 Moreno Argentin, Il Capo 1985, 1986, 1987, 1991
4 Alejandro Valverde, 2006, 2008, 2015 e 2017
3 Léon Houa, 1892,1893,1894
3 Alfons Schepers, 1929, 1931, 1935
3 Fred de Bruyne, 1956, 1958, 1959
Favoritos para a Liège Bastogne Liège 2019
A imagem acima retrata os 10km finais de prova, entre a última subida destacada pela organização e o fim da prova. Um final mais parecido com a Milão Sanremo do que com as últimas edições da La Doyenne. O grande punch de Valverde foi sua principal arma para chegadas logo após a subida, agora terá um desafio diferente.
Alejandro Valverde, espanhol atual campeão mundial foi vencedor por quatro vezes com dois vices e um terceiro é largo favorito. Sua equipe a Movistar vem treinando para lhe dar a melhor condição.
Pela Deceuninck Quick Step, Philippe Gilbert que venceu a Paris Roubaix a duas semanas pode surpreender mas o nome da equipe deve ser Julian Alaphilippe. E se há uma equipe favorita é a Deceuninck que venceu nove das clássicas disputadas nesta temporada.
Caso a prova vá para um sprint selecionado, acredito que se Michael Matthews estiver nesse grupo ele será o principal favorito. Matthews da Sunweb após duas temporadas ruins parece ter colocado a cabeça no lugar e vem batendo na trave.
Quem mostrou essa semana estar em boa forma foi Vincenzo Nibali, o italiano de 34 anos tem três vitórias em monumentos e vai se dedicar muito a mais essa, seu último compromisso antes do Giro d’Italia.
A prova, hoje com 256km de distância foi disputada pela primeira vez em 1892 de modo amador, de Spa a Bastogne com mais de 250km. Dois anos mais tarde tornou-se profissional, teve então uma pausa de 14 anos voltando a ser disputada em 1908, onde o início e chegada passou para Liège. Desde então a prova só foi interrompida durante as guerras mundiais.
Uma região no caminho da Guerra
Por estar exatamente no caminho para Paris partindo da Alemanha, a região foi bastante afetada pelas guerras mundiais e mais uma vez veremos monumentos como a Águia homenageando a 101 companhia aérea americana:
Na placa lê-se:
Talvez essa águia simbolize sempre os sacrifícios e heroísmo da 101ª divisão aérea e todas as unidades anexas. Dezembro 1944-Janeiro de 1945 – A cidade e cidadãos de Bastogne.
A região das Serras Ardenas fica entre a província belga da Valônia, o ducado de Luxemburgo, Alemanha e França. É uma região bastante montanhosa, com um clima imprevisível. Durante abril onde podemos ter tanto altas temperaturas, como chuva, vento ou mesmo neve. A prova de 1980 é famosa pela nevasca próxima a largada e remete ao Le Patron, Bernard Hinault:
Aqui um pequeno vídeo da Katusha mostrando o “veste e tira” de roupas durante a prova de 2016:
A prova tem transmissão programada para domingo a partir das 9h da manhã pelo canal ESPN2.