Dono de 121 vitórias na carreira, o eslovaco Peter Sagan deixou o ciclismo profissional hoje. Quem o viu competir não tem dúvidas, Sagan foi um dos maiores ciclistas deste século.
Agora, Sagan vai se dedicar a disputar os Jogos Olímpicos de 2024 no Mountain Bike, Sagan anunciou em janeiro desse ano que deixaria o ciclismo profissional:
Peter Sagan deixa o ciclismo profissional ao final da temporada
Sagan chamou atenção do mundo ao competir com uma bicicleta de passeio
Zilina é a cidade natal de Peter Sagan, onde até hoje seus pais vivem de uma mercearia. Mais novo de três irmãos, Sagan começou a competir em um clube local, pelo qual recebeu uma bicicleta de estrada para disputa da Copa Eslovaca. Só que por algum motivo Sagan vendeu ou perdeu a bicicleta, aparecendo na largada com a bicicleta de passeio da irmã mais velha. Ainda assim Sagan ganhou a prova e ai chamou atenção para si.
Correndo já por uma equipe continental local, Peter Sagan foi campeão mundial júnior em 2008 de MTB e vice-campeão de Cyclo-cross no mesmo ano, também dividindo o pódio com os mesmos Arnaud Jouffroy e Mathias Rupp. Naquela temporada, Sagan foi segundo na Paris Roubaix Júnior o que chamou atenção das equipes profissionais.
Primeiro contato com o ciclismo profissional: Quick-Step
Os empresários de Sagan, conseguiram um teste na equipe Quick-Step, após três dias com a equipe, Sagan não recebeu oferta de contrato. Naquela época Sagan preferia competir no MTB, no entanto seus agentes o aconselharam a tentar mais um teste, dessa vez pela Liquigas com opção de disputar provas de MTB pela Cannondale. Durante o treino de concentração – se você preferir o termo em inglês: Training Camp – Sagan destruiu várias bicicletas e quando submetido a testes de performance assustou os médicos que não tinham visto um jovem tão forte.
A estreia no WorldTour pela Liquigas Cannondale
Em 2010, Sagan estreou no então UCI ProTour (antigo nome do WorldTour) vencendo duas etapas na Paris-Nice, após atacar na fuga com Nicolas Roche e Purito Rodriguez e vencer no sprint sem a menor chance para Purito. Sagan empilhou nada menos que 58 vitórias pela Liquigas Cannondale, incluindo a primeira das sete camisas verdes (campeão por pontos) do Tour de France.
Tinkoff e o primeiro mundial de Peter Sagan
A mudança radical veio no ano seguinte, em 2014 Sagan juntou-se ao projeto do bilionário russo Oleg Tinkov na equipe Tinkoff-Saxo junto com Alberto Contador e onde juntou-se a marca de bicicletas Specialized. Em 2015, Sagan venceu a camisa por pontos do Tour e com um ataque fulminante conquistou o primeiro de seus três mundiais consecutivos em Richmond nos EUA. Pela Tinkoff, Sagan venceu 25 provas, incluindo dois mundiais.
Bora-Hansgrohe e os primeiros sinais de cansaço
Em uma das grandes transferências do ciclismo, Sagan assinou com a equipe alemã Bora Hansgrohe, por onde competiu entre 2017 e 2021. Ao todo Sagan venceu mais 28 provas pela Bora, incluindo o terceiro mundial, a sétima camisa verde do Tour de France e a Paris-Roubaix. Contudo seu último ano foi mais discreto e ao final da temporada Sagan juntou-se a equipe Total Energies.
Claramente “de saco cheio” do ciclismo profissional, Sagan venceu apenas duas provas pela Total Energies, uma etapa do Tour de Suisse, além do nacional eslovaco. Muito pouco para um salário na casa dos 5 milhões de euros por temporada. Mas a equipe não reclamou publicamente, contudo a pressão e problemas pessoais levaram Sagan aos noticiários de modo não muito interessante como o medo de ser vacinado contra a covid-19:
Peter Sagan condenado por ter brigado com policiais em Mônaco: Medo de ser vacinado!
Em janeiro de 2023, no dia de seu aniversário de 33 anos, Peter Sagan anunciou que iria focar apenas no MTB a partir de 2024. Hoje no Tour de Vendée, um dos maiores de sua geração pendura a sapatilha da pressão do ciclismo profissional. Agora Sagan será presença possivelmente na equipe Specialized na Copa do Mundo de MTB como preparação para os jogos olímpicos de Paris 2024.