A guerra chegou ao esporte e o ciclismo infelizmente não fica de fora. Do lado errado das trincheiras Renat Khamidulin luta para manter viva sua equipe de ciclismo: “Não queremos guerra, queremos paz.”
No dia 01 de março a União Ciclística Internacional (UCI) seguiu o Comitê Olímpico Internacional (COI) banindo as equipes russas e bielorrussas de sua associação em função da invasão russa na Ucrânia. Do outro lado das trincheiras estão diretores de equipes que lutam pela sobrevivência de suas equipes. Com dez anos de idade a Gazprom RusVelo tinha licença UCI ProTeam. Agora o diretor da equipe busca alternativas para manter a equipe operando.
“Estávamos prontos para fazer a nossa parte, utilizando camisas brancas como mensagem de paz, mas com a intervenção do COI e depois da UCI, ficamos sem chão. Enviamos para a UCI uma série de propostas para que possamos competir” disse Renat Khamidulin, diretor da equipe.
Contando com a intervenção da CPA (sindicato dos ciclistas profissionais), a tentativa é manter os empregos dos funcionários e a oportunidade de competir para 21 ciclistas de seis nacionalidades. A UCI por sua vez não travou as negociações e segue buscando uma opção, pela determinação publicada na segunda feira, somente mudando a nacionalidade a equipe poderá prosseguir. Os ciclistas seguem em treinamento ainda que impedidos de competir.
O ciclista italiano Alessandro Fedeli destacou a impossibilidade de trabalhar:
“Eu gostaria de entender o porquê os ciclistas russos que competem por equipes alemãs ou britânicas podem continuar a competir. É uma medida que alimenta o ódio em um ambiente que é usado para misturar as nacionalidades.” Alessandro Fedeli ciclista profissional italiano.
Look e Corima já cortaram patrocínio e apoio técnico
As marcas francesas Look de bicicletas e pedais e Corima de rodas já emitiram comunicado cortando o patrocínio e apoio técnico para a equipe Gazprom RusVelo. O movimento foi seguido pela plataforma de treinamento TrainingPeaks.
No comunicado para imprensa a Trainingpeaks destacou o fato da principal patrocinadora da equipe, a Gazprom ser estatal russa. Outras dificuldades seguem como o pagamento do salário dos ciclistas, ligado a exclusão da Rússia do Swift, dificultando o recebimento de dinheiro além da maxidesvalorização da moeda russa, o rublo.