Equipes ProTeam, da segunda divisão do ciclismo mundial se manifestam sobre a possibilidade de saltar ao WorldTour já em 2024. Patrick Lefevere, diretor da Soudal Quick-Step enviou e-mail emblemático aos ciclistas.
A fusão Soudal Visma capítulo 2
Após a divulgação das negociações em andamento da fusão entre as equipes que hoje se chamam Jumbo Visma e Soudal Quick-Step, muito tem se debatido na imprensa. A principal motivação pelo lado da Jumbo Visma é justamente a saída da Jumbo como patrocinador principal ao final da temporada 2024, já pela Soudal Quick-Step, além das dificuldades orçamentárias está a vontade do dirigente Patrick Lefevere em ter um papel que lhe consuma menos tempo aos 68 anos de idade.
Hoje veio a tona o interesse da equipe Israel Premier Tech, que até o ano passado detinha licença WorldTour e caiu para segunda divisão em comprar a licença “que sobrar”. Vale lembrar que junto com a licença a equipe herda os pontos obtidos pelos ciclistas, garantindo sobrevida no WorldTour. Além de Israel, Uno-X e Q36.5 também manifestaram interesse na licença. No caso da equipe escandinava, desde que sem obrigações extras, ou seja sem herdar ciclistas ou staff. Já pelo lado da Q36.5, equipe que tem Vincenzo Nibali como consultor esportivo, a direção foi clara:
“Nós não vamos dar esse salto já em 2024, é muito cedo para nós. Soa fácil comprar uma licença WorldTour, mas não é, se nós estivéssmos aqui para acelerar alguma coisa agora, nós teríamos que pressionar os ciclistas ainda mais com muito estresse e pressão, enquanto eles precisam realmente de mais um ano ou dois. Nós não temos interesse no WorldTour agora, se tivéssemos um voto interno, o meu seria não”. disse o diretor esportivo Aart Vierhouten da Q36.5.
Ao menos 20 ciclistas e 30 funcionários estariam sem emprego
Para estrelas como Primoz Roglic e Remco Evenepoel é muito fácil encontrar um lugar ao sol. Contudo gregários, ajudantes (soigneurs), massagistas, mecânicos e treinadores estão apavorados com a possibilidade de ficar sem emprego em 2024. Assim o Pelote deixa claro: Essa fusão é péssima para o ciclismo.
Hoje Patrick Lefevere enviou um e-mail para toda equipe, além de pedir para manter longe da imprensa (o que não deu certo), a mensagem deixa mais lacunas do que deveria:
“Estou escrevendo para você sobre as reportagens que você viu recentemente na mídia. Posso imaginar que isto tenha causado alguma incerteza, pela qual peço desculpas.
Nos últimos meses tem havido discussões contínuas com várias partes, pois estive aberto a discussões com qualquer pessoa que sentisse que poderia investir na nossa equipe e ajudar-nos a avançar. Isso nunca foi segredo.Ao contrário do que dizem, não existem projetos ou planos concretos neste momento. Se isso mudar, você será notificado.
Entretanto, peço a todos que continuem a demonstrar o espírito de equipe e a união que a nossa equipe representa. Estamos no final de uma longa temporada, mas ainda temos uma série de objetivos para que seja mais um ano inesquecível.”
O chefão belga encerrou o memorando pedindo aos ciclistas e funcionários que não falassem com a mídia e mantivessem a informação privada.
