Durante este mês a agência mundial anti doping a Wada realizou auditoria na ABCD, a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, ligada ao Ministério do Esporte. A ABCD esta descredenciada desde novembro por não estar em conformidade com o código mundial, tendo reduzido seu número de testes antidoping, especialmente fora de competição. Apenas o Quênia -também suspenso- e a Rússia que foi suspensa pela Wada e banida pela IAAF (Associação internacional das federações de atletismo) sofreram auditoria. O laboratório brasileiro chegou a ser suspenso em junho de 2016 e teve a suspensão cancelada em face dos jogos olímpicos. Ou seja a situação é grave.
O procedimento é rigoroso ao ponto de não permitir que as chefias tenham contato com os integrantes durante as inspeções e mesmo entrevistas a funcionários operacionais. São investigados também as autorizações para uso terapêutico de substâncias proibidas, um dos pontos já notificados é a própria composição do Tribunal de Justiça Antidopagem onde a Wada desaconselha que os membros tenham relações com confederações ou entidades esportivas. Nesse caso, cinco dos nove componentes do órgão tem ligações, confira:
- Luciano Hostins o presidente do tribunal foi procurador do STJD de Ciclismo, Judô, membro da CBC e do jurídico do Triatlo,
- Guilherme Faria da Silva é gestor de esporte da comissão desportiva militar,
- Eduardo de Rose é membro da comissão médica do COB e consultor da CBDA e membro da comissão médica da Odepa (que organiza os jogos Pan-Americanos),
- Fernanda Bini foi promotora do STJD da CBF e de outras confederações.
- Gustavo Delbin era presidente do STJD de atletismo.
Em meio a tudo isso, a UCI, união ciclística internacional divulgou hoje pela manhã a suspensão da equipe Soul Brasil Cycling em função de doping sistemático.