Guardada a sete chaves, fusão das equipes de ciclismo profissional que hoje se chamam Jumbo Visma e Soudal Quick Step estaria não só próxima de tornar-se realidade como em andamento.
Jumbo Visma e Soudal Quick Step podem estar formando uma super equipe
Detalhes da transação foram revelados em site especializado neerlandês. Atual dirigente da Jumbo Visma, Richard Plugge seria o presidente (CEO) da nova equipe, enquanto Patrick Lefevere, diretor da Soudal Quick-Step seria do conselho fiscal da equipe. Na visão do Pelote Ciclismo, o acordo pode ser costurado para ser implementado com maior facilidade em 2025 quando finda o contrato de patrocínio da rede de supermercados Jumbo.
Plugge teria procurado dono do Wolfpack após boatos de compra pela Ineos
Os boatos de que Jim Ratcliffe (dono da Ineos Grenadiers) estaria interessado em comprar a equipe Soudal Quick Step para ter Remco Evenepoel surgiram ao longo do Tour de France 2023. Lefevere então declarou que tudo teria que passar primeiro pelo milionário checo dono de 80% da equipe, Zdnek Bakala. E foi exatamente a abertura que Plugge percebeu e antecipou-se. A negociação teria tido sinal verde em Genebra, onde foi criado um grupo de trabalho para permitir a fusão, o que foi abraçado pelos patrocinadores Soudal e Visma como meta para iniciar já em 2024.
Essa fusão que permitirá um orçamento para bater de frente com Ineos Grenadiers e UAE Team Emirates teria o nome de Soudal Visma ou Visma Soudal. Lefevere com 68 anos de idade já declarou publicamente e em sua coluna no Het Nieuwsblad que tem vontade de desempenhar um papel diferente, com menor desgaste.
Com 50 ciclistas sob contrato, nova equipe teria que abrir mão de uma licença WorldTour e 20 ciclistas
As equipes WorldTour tem uma limitação de 27 ciclistas profissionais e 03 estagiários. Recentemente a Soudal Quick Step anunciou a contratação de nomes com o Mikel Landa e do jovem talento Luke Lamperti, além de seis jovens estagiários. Já pela Jumbo além dos três vencedores de grande volta de 2023, a equipe tem confirmada a chegada de Matteus Jorgenson e Ben Tulett, além de três estagiários.
O grande coringa nessa negociação é Remco Evenepoel, de rei no Wolfpack a dividir espaço com Roglic, Vingegaard, Kuss e claro, Wout van Aert. No lado do Wolfpack é nítido o desconforto de Julian Alaphilippe, o bicampeão mundial em 2020/21 foi duramente criticado por Lefevere que não fará força para manter o francês.
Pontos ainda em negociação envolvem a licença WorldTour, por regra duas equipes não podem estar sob a mesma organização, assim se uma segunda equipe resultar dessa fusão, precisa ser necessariamente independente ou a licença vendida. Equipes como Uno-X e Tudor poderiam utilizar da licença para chegar mais rapidamente ao WorldTour.
Outro ponto em negociação seria o destino das equipes WorldTour femininas, hoje Jumbo-Visma e Ag-Insurance / Soudal Quick Step.
Cervelo ou Specialized, Sram ou Shimano?
As relações comerciais envolvem também os equipamentos utilizados pelos ciclistas. A Cervelo, que faz parte do grupo neerlandês Pon Bike (mesmo proprietário das marcas Cannondale, GT e Caloi entre outros) teria grande interesse em manter sua marca a frente da super equipe dos Países Baixos. Contudo a Specialized é parceira de longa data de Patrick Lefevere, enquanto a Cervelo substituiu a italiana Bianchi mais recentemente.
O mesmo ocorre com os grupos utilizados pelos ciclistas, enquanto a Jumbo trocou nesta temporada para Sram, a Soudal-Quick Step utiliza Shimano.
O artigo original foi publicado por Raymond Kerckhoffs no Wielerflits, este texto não é uma tradução e incorpora a opinião editorial do Pelote Ciclismo.