Virou polêmica cáustica a perda de controle antidoping por Pippo Garnero em um Granfondo na França. Garnero teria descido o Mont Ventoux antes de ser convocado para o antidoping da prova que é amadora.
Campeão Brasileiro de ciclismo de 2014 e vice campeão brasileiro em 2021, Pippo Garneiro teria deixado o local do evento antes de ser convocado para coleta de exame antidoping pela autoridade francesa. O ciclista segue a rotina de treinamento e disputa o Haute Route Alpe d’Huez.
Pippo perdeu controle antidoping no Gran Fondo La Pierre Mont Ventoux
A polêmica surgiu a partir de questionamentos de alguns adversários, primeiro Jeremy Roy, outro atleta que disputa granfondos e foi profissional pela FDJ e depois pelo blog especializado em Granfondos, CycloWorld, que cita dois atletas como testemunhas. Jeromey Roy havia escrito nos comentários da atividade de Pippo no Strava, porém o comentário foi removido. Segundo a publicação, os seis primeiros classificados na geral haviam sido convocados para o antidoping (isso normalmente ocorre com um painel onde são fixados os números dos ciclistas convocados). Pippo, quinto colocado na geral estaria entre os convocados, porém não permaneceu no local para coleta. Os responsáveis pela coleta teriam tentado contato com o ciclista por meio de DM no Instagram.
Algumas considerações acerca do atleta de Granfondo x Atleta Profissonal
Ao contrário de atletas profissionais “na ativa”, os participantes de Granfondos são atletas amadores e portanto não são obrigados a preencher os formulários “Adams” de controle de localização. Assim uma vez fora do local de prova não há controle de surpresa como ocorre com profissionais federados para checagem “fora de competição”. Esse controle para atletas em nível nacional ou internacional ocorre para checagem do Passaporte Biológico, um método para detectar alterações devido ao uso de métodos proibidos, no caso do ciclismo usualmente o uso de drogas para aumentar o volume de oxigênio transportado pelo sangue.
Perda de controle antidoping pode render até 4 anos de suspensão
Não ficou claro como ocorreu a perda de controle e muito menos as condições dessa perda. Esse será o principal ponto a ser levado em consideração em uma eventual apuração pelas autoridades. Recentemente o ciclista de Granfondo Raphael Addy foi punido com dois anos de suspensão por não prover uma amostra para o exame antidoping do Granfondo La Marmotte des Alpes. No caso de Addy, o ciclista tinha total ciência da convocação e se evadiu do local com “dores estomacais”.
Até o momento a organizadora da prova não respondeu ao nosso contato via email. Em contato com o Pelote, Pippo nos atendeu porém ressaltou que faria apenas um comentário em seu clube no Strava para deixar clara sua posição, a postagem original está aqui, e você lê na íntegra abaixo:
No coração de toda fofoca mora uma comprovada imoralidade já dizia Oscar Wilde.
Causa verdadeira perplexidade a ideia de ter de vir à público defender-me, não de fatos ou de qualquer acusação formal, mas de rumores infundados, do disse me disse e da intriga.
Porém, essa mensagem é para você, que me acompanha e acredita no meu trabalho.
Não recusei controle antidoping algum. Houve um controle no alto do Ventoux do qual somente tive conhecimento horas depois de concluir a prova, quando já tinha saído do local da competição e me deslocava para outra cidade da França. Esclareço que não foi a organização da prova a responsável pelos controles mas a agência oficial francesa, para a qual sempre estive disponível.
Já fiz incontáveis controles em minha carreira. Nós, atletas, temos muitas obrigações, mas também temos direitos e garantias que devem ser estritamente observadas para que o procedimento seja justo. Um deles é o de ser notificado regularmente, por uma pessoa devidamente autorizada a conduzir qualquer controle. Isso, no meu caso, não ocorreu. Mesmo assim, reafirmo que sempre estive – e estarei – disponível para qualquer controle, a qualquer hora, em qualquer lugar.
Por fim, não há nenhuma acusação contra mim, nem sequer uma notificação em relação a uma suposta infração cometida.
Finalmente, quero recordar a parábola “penas ao vento”, muito apropriada a este tema.
Conta-se que um jovem espalhou mentiras e meias verdades sobre uma pessoa inocente. A fofoca se espalhou rapidamente e prejudicou a vítima.
Ocorre que, ao ver os danos causados, o jovem se arrependeu e procurou um sábio monge de sua cidade, em busca de orientação.
“Se você está realmente arrependido deste ato, pegue um travesseiro de penas, suba no cume de uma montanha, rasgue-o e solte as penas ao vento”, disse o sábio. “Porém, no dia seguinte, você deverá voltar à planície e recolher todas as penas que esvoaçaram pelos ares”, completou.
“Mas isso é impossível!” exclamou o jovem.
Então o monge lhe explicou:
“Justamente. Da mesma forma é impossível reparar a fofoca, a mentira, o falso testemunho. O mal que você provocou ficará pairando para sempre, como penas ao vento!”, ensinou o sábio, encerrando a conversa.
Seja como for, nosso trabalho segue com determinação e firmeza de propósito, como sempre. Sem atalhos!
Obrigado por todas as mensagens de apoio! Vocês fazem a diferença!
Um abraço, bons treinos!
Antonio Pippo Garnero
Campeão Brasileiro de ciclismo em 2014 e vice campeão brasileiro em 2021, Antonio “Pippo” Garneiro tem se dedicado a certo tempo a provas do tipo Granfondo, ou seja provas amadoras, tendo disputado com sucesso provas com longas escaladas. Profissionalmente,Pippo competiu pela Funvic e em 2021 pela Memorial Santos.
Hoje com 38 anos, Pippo chegou “tarde” no ciclismo profissional, advogado de formação e herdeiro do grupo Brasilinvest, Pippo passou a se dedicar ao ciclismo dez anos atrás aos 28 anos.
Com muita dedicação a vida “fitness” hoje o empresário participa de provas amadoras, faz divulgação publicitária de produtos ligados a bicicleta.