Se por um lado a prova masculina da Paris-Roubaix possui uma história que atravessa dois séculos, a versão feminina demorou muito para ser realizada. A edição 2022 será a segunda para mulheres profissionais. A transmissão da prova será pela ESPN ao vivo neste sábado a partir das 8:30.
Com 124.7km pouco menos que a metade da prova masculina, a Paris-Roubaix feminina será brutal. Ao todo serão 29,2km de paralelepípedos divididos em 17 trechos. A largada será na Vila de Denain onde o pelote percorre 42km em trecho plano até chegar ao primeiro trecho de paralelepípedos. Assim nos 80km finais de competição mais de 1/3 serão em paralelepípedos.
Ao contrário de 2021 quando a chuva deu ares de desastre com a lama e dificuldade extrema, este ano a previsão do tempo é de tempo seco.
Favoritas a vitória na Paris-Roubaix Feminina
A vencedora de 2021, Lizzie Deignan não estará na prova neste sábado, mas a constelação feminina estará muito bem representada. Pela Jumbo Visma, Marianne Vos, multi-campeã neerlandesa, mundial e no cyclocross que foi vice ano passado tem na Paris-Roubaix uma obsessão. Vos não correu a Amstel Gold Race na última semana para se preparar melhor. Emma Norsgaard Bjerg (a dinamarquesa casou-se com o também ciclista profissional Mikkel Bjerg) e além do Top10 ano passado vem se destacando na temporada de clássicas tendo vencido a Le Samyn.
Vencedora da Strade Bianche e da Ronde, Lotte Kopecky é favorita pela forte equipe SD Worx, a belga parece as vezes tirar forças de onde não tem para imprimir um ritmo forte e ainda guardar algo para o sprint. Pela FDJ, a australiana Grace Brown tem apenas um top10 na temporada, mas já demonstrou muita força em provas de paralelepípedos nos últimos anos.
Não é novidade no ciclismo feminino que a Trek Segafredo detém as melhores ciclistas da atualidade, e uma verdadeira seleção foi escalada para Paris-Roubaix com a campeã mundial Elisa Balsamo, a especialista em contrarrelógio Ellen van Dijk, a velocista australiana Chloe Hosking e a rainha do cyclo-cross Lucinda Brand. Brand este ano chegou mais vezes em primeiro lugar no cyclo-cross do que em qualquer outra posição, foram 20 vitórias em 33 provas e apenas duas fora do pódio. Na estrada competiu apenas três provas com um 11º posto na Dwars door Vlaanderen (Cruzando os Flandres). Com muita resistência a pavimentos inóspitos, Lucinda entra na lista de favoritas a vitória, ainda que meio “por fora”.