Ontem a edição 2017 do Tour de France encerrou sua segunda semana, hoje dia de descanso antes da caravana encarar os alpes, a Sky tem tudo para repetir sua receita vencedora, basta Froome não ter um dia muito ruim, tendo perdido apenas Geraint Thomas por acidente, os problemas da Sky remetem ao passado recente quando focos de rebelião atingiram o império, Mikel Landa de saída da equipe ao fim da temporada vem esbanjando presunção ao dizer que esperou Froome, e ao desobedecer ordem da equipe acabou ficando 1’17″atrás. A equipe Astana de Fabio Aru 18 segundos atrás de Froome perdeu seus dois principais gregários, o dinamarquês Jakob Fuglsang e Dario Cataldo ambos por queda, embora tenha ótimos gregários como Michael Valgren e Alexey Lutsenko, será preciso um ataque muito preciso de Aru para atrapalhar os planos do time britânico. Na equipe da casa AG2R, o sonho de quebrar a estiagem que vem desde Bernard Hinauld em 1986 nunca esteve tão próximo, Romain Bardet esta apenas a 23 segundos de Froome, tem sua equipe inteira focada na vitória, conta com o campeão belga Oliver Naesen como locomotiva, a jovem promessa Pierre-Roger Latour e seu principal gregário Mathias Frank.
Tido como um azarão antes do Tour, o colombiano Rigoberto Uran vem 29 segundos atrás de Froome e tem a seu favor um ótimo contra relógio, com ótimas locomotivas para as etapas planas e de média montanha, tem consigo apenas Pierre Rolland para auxiliar nos alpes em sua modesta Cannondale Drapac.
Na entrevista abaixo para uma rádio colombiana após a 4ª Etapa no Tour, Rigoberto ao ser perguntado “o que aconteceu na etapa” mandou um sonoro:
“Eu que vou saber idiota?”
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Na descida do Mont du Chat, Dan Martin da Quick Step caiu juntamente com Richie Porte da BMC que abandonou, naquele momento o irlandês perdeu 1’17” e hoje dista 1’12” da camisa amarela em quinto lugar Martin terá apenas Brambilla e Gilbert para o ajudarem, já que o foco da equipe estará dividido em manter Kittel com a camisa verde.
É pouco provável que Contador, Caruso, Quintana ou mesmo Barguil consigam um ataque para descontar a grande diferença que os separa de Froome, o double para Quintana se esvaiu quando tomou dois minutos no domingo, Contador melhorou na segunda semana mas infelizmente não tem a mesma pegada de anos atrás.
A última semana do Tour 2017 não tem apenas alta montanha, confira o caminho para Paris:
Etapa 16 – Com estilo de clássica, uma etapa para chegada em sprint ou um ataque com fuga e algumas curvas fechadas a 3500m do final, não é uma etapa para se ganhar o Tour, mas para se perder.
Etapa 17 – Alta montanha com a súbida HC mais longa do Tour 2017 com 24km de extensão e 5.2% de inclinação média a Col de La Croix de Fer, que irá moer as pernas para a clássica subida do Galibier, outra HC com 11.7km de extensão a 6.9%, e não bastará chegar na frente no topo, precisa descer, uma descida técnica e longa.
Etapa 18 – Final em alta montanha com chegada ao Izoard com seus 14.1km de escalada e 7.3% de inclinação.
Etapa 19 – Mais uma etapa com estilo de clássica, apenas 3 subidas categorizadas de terceira categoria mas longos 222.5km em descida, etapa para sprinters mas pode ser um dia de fuga e surpresa.
Etapa 20 – Contra Relogio em Marselha com apenas 22.5km com uma subida de 1.2km a 9.5%, se por um lado o contra relógio favorece Froome, por outro a subida no meio neutraliza parte de sua vantagem, a distância curta fará com que a diferença de tempo seja pequena nessa etapa.
Etapa 21 – Champs Elysées, etapa pura para sprinters, dificilmente contará alguma coisa para o camisa amarela.