Ultima competição antes do Tour de France, o Critérium du Dauphiné vem bem diferente em 2020. Além da data modificada pela pandemia do Coronavírus, a prova foi reduzida das tradicionais oito para cinco etapas. Assim a prova deixa de ter etapas planas e disputa contra o relógio, para ter cinco chegadas ao alto. Com isso, ainda que estejam presentes André Greipel e Sonny Colbrelli, o Critérium du Dauphiné 2020 é para escaladores.
Critérium du Dauphiné 2020
A primeira etapa do Critérium du Dauphiné 2020 tem “apenas” sete montanhas categorizadas, a maioria de categoria 4. Assim deve ser a etapa mais fácil para nomes como Wout Van Aert, Peter Sagan e Alejandro Valverde se destacarem. Já na segunda etapa a primeira montanha de categoria especial recebe a chegada. Já é etapa para Nairo Quintana, Egan Bernal e Primoz Roglic começarem a definir quem deve brigar pela vitória.
Na terceira etapa, é a vez da famosa Col de la Madaleine, uma serra de 17.8km e 8.2% de inclinação média, como se não bastasse, o final é no topo de Saint Martin de Belleville, uma subida de primeira categoria. Os cabritos seguem escalando pela quarta etapa com seis subidas categorizadas, sendo uma especial e chegada ao alto em Megève.
A última e derradeira etapa começa e termina em Megève, passando pela Col de Romme e Col de la Colombiere em um duríssimo dia com oito subidas categorizada.
A ESPN transmite as provas ao vivo no canal ESPN2, com narração e comentários em português.
Favoritos ao Critérium du Dauphiné 2020
Nesta década a equipe Ineos venceu seis das nove edições, e vem com uma equipe fortíssima que destaco Egan Bernal, Geraint Thomas, Pavel Sivakov e Chris Froome. Já as “vespas assassinas” como vem sendo apelidada a Jumbo Visma, tem Primoz Roglic, Tom Dumoulin e Steven Krujswijk, além do classicomano Wout Van Aert. São sem dúvida as equipes mais fortes, mas isso não significa que a disputa fique entre eles. A atual campeã Astana vem mais uma vez com Miguel Angel Lopez, o colombiano que pela primeira vez não disputará a camisa branca (que ele deve ter algumas dúzias, de tantas que já ganhou). Na Movistar, embora Valverde leve o numeral um, será uma prova para Enric Mas mostrar o que poderá fazer no Tour.
É preciso citar ainda ao menos cinco favoritos, Nairo Quintana em sua pequena mas dedicada Arkéa com ótimos escaladores, Thibaut Pinot pela Groupama FDJ, Mikel Landa pela Bahrain e Rigoberto Uran pela EF Education First.
Le Dauphiné Libéré criou a prova em 1947
Ano passado um leitor me perguntou o porquê de não utilizar o nome traduzido para o português. Ocorre que comercialmente a emissora que detém os direitos de transmissão, a ESPN utiliza o nome original em francês, assim o que poderia ser “Critério do Delfinato” na tradução correta, é mantido no original.
O Dauphiné existe desde 1947, criado pelo jornal Dauphiné Libéré, porém em dois anos a prova não aconteceu, 1967 e 1968 e em 1969 foi fundido com o Circuito das Seis Provincias Dauphoné, e de 1969 a 2009 a organização foi dividida entre o jornal e a ASO, em 2010 o jornal cedeu toda responsabilidade para a ASO que passou a organizar então as três maiores competições ciclísticas da França, o Tour de France, Paris Roubaix e o Criterium du Dauphiné.
Entre os vencedores da prova, cinco ciclistas venceram por três vezes a prova, o último a conquistar o feito foi Chris Froome em 2016. Além dele, Valverde venceu por duas vezes assim como Jakob Fuglsang, cuja equipe não escalou para a prova este ano.