Com a definição do CAS (Tribunal Arbitral do Esporte), Nairo Quintana fica sem os cerca de 400 pontos UCI conquistados no Tour de France, além do prêmio financeiro e bônus por parte da equipe e patrocinadores. O vencedor do Giro d’Italia de 2014 e da Vuelta a Espanha em 2015 segue sem equipe para 2023.
Em agosto veio a púbico que Nairo Quintana teve o sexto lugar no Tour de France deste ano cassado por uso do analgésico Tramadol. O ciclista colombiano negou o uso intencional e recorreu da decisão. Hoje a UCI publicou declaração confirmando a penalidade. Como consequência, Nairo Quintana e sua equipe perderam cerca de 400 pontos.
Nairo Quintana tem o sexto lugar no Tour de France cassado por uso de analgésico
Após a revelação do caso, Nairo não competiu mais pela equipe Arkéa Samsic que inclusive havia divulgado acordo verbal para extensão do contrato do ciclista por três temporadas.
Como a punição a Nairo Quintana foi relativamente leve, o ciclista pode assinar com qualquer equipe de ciclismo, inclusive as participantes do MPCC (Movimento por um Ciclismo Credível). Atualmente nove equipes WorldTour e 15 equipes ProTeam fazem parte do movimento cujas regras fundamentais impedem a contratação de um ciclista que tenha sido suspenso por mais de seis meses.
Nairo Quintana se manifestou em vídeo via redes sociais onde disse:
“Lamentavelmente o resultado (da apelação ao CAS) não foi bom para mim, que digo com tristeza. Com orgulho digo que durante minha carreira esportiva tive mais de 300 controles antidoping, o que dá cerca de três controles por mês sem nenhum tipo de positivo. Ainda vou contar como foi nossa defesa e como tudo aconteceu. Eu não tomei esse medicamento. Assim é amigos a vida segue, tenho uma família, amigos e um país que me apoia. Agradeço a todos e nos veremos adiante pois darei uma entrevista.”
Confira na íntegra o comunicado da UCI:
A Union Cycliste Internationale (UCI) congratula-se com a decisão de hoje proferida pelo Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) confirmando a desqualificação do ciclista colombiano Nairo Alexander Quintana Rojas do Tour de France 2022 por uma violação da proibição de uso de tramadol em competição.
Esta decisão reforça a validade da proibição do tramadol no Regulamento Médico da UCI, a fim de proteger a saúde e a segurança dos pilotos.
A UCI não fará mais comentários sobre este assunto.
Sobre a proibição do tramadol
Desde 1º de março de 2019, a UCI proibiu o uso de tramadol em competições em todas as disciplinas e categorias, a fim de proteger a saúde e a segurança dos ciclistas devido aos efeitos colaterais dessa substância.
As amostras são coletadas pela Agência Internacional de Testes (ITA) usando o método de referência de Manchas de Sangue Seco (DBS). Desenvolvido pela empresa suíça DBS Systems, os kits de amostragem são usados para realizar esse teste minimamente invasivo, que envolve a coleta de uma pequena quantidade de sangue da ponta do dedo do ciclista.
A análise das amostras é realizada de forma independente no Laboratório de Farmacologia Clínica e Toxicologia da Universidade de Genebra, usando um método de revisão por pares para determinar a presença ou ausência e a quantidade de tramadol e seus dois principais metabólitos. Os resultados são então submetidos ao Centro de Pesquisa e Especialização em Ciências Antidoping (REDs) da Universidade de Lausanne para uma revisão final independente.
Os resultados são finalmente apresentados ao Diretor Médico da UCI, que conduz a gestão dos resultados de acordo com as Regras Médicas da UCI.