Trinta e quatro ciclistas deixam o circuito profissional em 2022

Luiz Papillon

Idade, saudades de casa, falta de contrato, baixo salário ou mesmo mudança na vida esportiva fazem parte do ciclo do ciclista profissional. Lista de adeus ao final da temporada é expressiva em 2022.

Stijn Steels se emociona em sua últia corrida | T Hertogs via Twitter
Stijn Steels se emociona em sua última corrida | T Hertogs via Twitter

A renovação no ciclismo profissional será intensa em 2023 com o adeus, ao menos como atletas de trinta e quatro ciclistas. Os mais famosos claro já comentamos por aqui, Vincenzo Nibali, Alejandro Valverde, Philippe Gilbert e mais cedo na temporada Tom Dumoulin. Mas uma verdadeira legião de nomes que acompanhamos durante as últimas duas décadas deixa as competições enquanto alguns deles mudam de papel nas corridas. Esse número ainda pode aumenta, já que muitos ciclistas encontram-se sem contrato para 2023, como os casos do britânico Mark Cavendish e do italiano Domenico Pozzovivo.

Richie Porte, Iljo Keisse e Niki Terpstra encerram a carreira

Alguns dos nomes que deixam o cenário são muito famosos, mesmo entre aqueles em que o afastamento do esporte foi pouco comentado, como é o caso de Richie Porte, o australiano de 37 anos venceu duas vezes a Paris Nice, uma vez o Critérium du Dauphiné além do Tour da Romandia, Tour da Suíça e claro do Tour Down Under em sua terra natal. Niki Terpstra, vencedor da Paris Roubaix e do Tour de Flandres encerrou a carreira aos 38 anos pela Total Energies.  Já o capitão de estrada da Quick-Step, Iljo Keisse muda o uniforme mas segue na Quick-Step como diretor esportivo.

Confira a listagem de saídas das equipes WorldTour e das equipes ProTeams:

Se por um lado alguns ciclistas colocaram fim na carreira por ter atingido o auge profissional, outros deixam o ciclismo contra a vontade como é o caso de Sebastián Henao, o colombiano de 29 anos comentou via rede social ao final do Tour da Suíça que faria uma pausa na carreira devido a problemas de saúde.

O esforço e dedicação necessários para competir em altíssimo nível é descomunal, há necessidade de um controle extremo sobre tudo que o ciclista ingere em função do controle antidoping, treinamentos controlados, semanas e meses longe da família, tudo isso interfere na própria saúde mental dos ciclistas. Por esse motivo o jovem Alexis Brunel abriu mão de um contrato com a equipe UAE Team Emirates e se retirou do ciclismo profissional aos 24 anos e passou a se dedicar ao triatlo.

Trocando o uniforme, cinco ciclistas tornam-se diretores esportivos

Mesmo com todo o trabalho, há um caminho natural para aqueles que fizeram do ciclismo sua vida e das equipes suas famílias. Quase como uma evolução natural, o próximo passo dentro do ciclismo profissional é passar a treinar ou dirigir ciclistas. A quase totalidade dos atuais diretores esportivos fez esse caminho, casos de Marc Madiot (Groupama), Chente Garcia (Movistar) ou mesmo Patrick Lefevere (Quick-Step).

Dimitri Claeys | Foto Intermarché
Dimitri Claeys | Foto Intermarché

Sebastian Lengeveld fará esse caminho, ao terminar sua carreira imediatamente assinou contrato com a própria EF Easypost como Diretor Esportivo e passará a coordenar novos talentos. O belga Dimitri Claeys também sobe no carro da equipe e passa a diretor esportivo na Intermarché, seu companheiro de equipe Kevin van Melsen opta pelo mesmo caminho e coordenará a equipe de formação da Intermarché.

Pela Quick-Step, quem passa para a direção esportiva é Iljo Keisse, capitão de prova da equipe do Wolfpack por muitos anos. Nas equipes ProTeam a mudança para direção esportiva também tornou-se a vida de Cyril Lemoine na B&B Hotels.

A falta de um contrato também motiva desistências na carreira

A vida é dura não só dentro das provas para um ciclista profissional, ter um contrato para competir é uma das preocupações que aflige os gregários que fazem parte do show mas embora sobre as bicicletas acabam por desempenhar o fundamental mas discreto trabalho de secundário. Isso faz com que muitos acabem desistindo da carreira por falta de motivação até pelo fato que o salário de um gregário na Europa seja relativamente baixo (ao redor dos 44.000 euros para ProTeam e 60.000 euros anuais para WorldTour) para os padrões europeus, ainda é muito mais que não ter salário. Assim ciclistas ao redor do 30 anos acabam deixando as competições pelo baixo interesse ou demora em fixar salários.

É o caso de Stijn Steels da Quick-Step que anunciou a aposentadoria, se emocionou na última prova pela Quick-Step mas acreditamos que toparia um novo contrato para 2023, mas os ciclistas sem contrato para o ano que vem é o próximo papo aqui no Pelote Ciclismo.

 

 

 

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