Sabe aquelas notícias que você precisa reler para acreditar? O Het Nieuwsblad, um dos principais jornais belgas publicou a história que envolve a ciclista Tara Gins, que em seu último ano como profissional, defendeu as cores da Memorial Cycling, equipe brasileira UCI Women’s.
O motivo parece tolo, mas é muito sério. Após acordo verbal, uma equipe de ciclismo belga voltou a trás na contratação de Tara Gins como diretora esportiva por um único motivo: Suas fotos sensuais.
“Sim, alguns pais expressaram preocupação com as fotos nuas. E somando com outros fatores, ela não se encaixa em nosso projeto de equipe júniores” disse Olivier Onberbeke, gerente da Jong Wielertalent.
Tara Gins contou a história através das histórias do seu perfil no instagram, e não consegue digerir esse preconceito. Segundo ela, foi contatada para ser treinadora da equipe júnior, dirigida por Onberbeke:
“Tive um acordo verbal para começar a trabalhar como diretora esportiva nessa temporada. Uma equipe masculina, onde trabalharia com as jovens promessas e elite. Isso é algo que realmente me deixou anciosa, pois é a direção que pretendo tomar na carreira. Mas as fotos sensuais mudaram o rumo das conversas.” Contou Tara.
Tara Gins finalizou resiliente: “Não me importo agora que deu para trás, provavelmente é melhor assim. Não quero trabalhar com pessoas que não enxergam minhas capacidades e apenas acompanham o rebanho. No ciclismo há muito pensamento fechado.”
Sexismo no ciclismo
O tema já foi abordado aqui no Pelote Ciclismo, dois anos atrás em texto escrito pela correspondente Estela Farah que você pode ler aqui. Exemplifico a atitude com a imagem de um dos mais queridos ex-ciclistas, o italiano Mario Cipollini. Que bem, promove sua marca de bicicletas como veio ao mundo:
Durante sua longa carreira, Cipollini acumulou 191 vitórias, sendo 42 etapas no Giro d’Italia, e posso sem medo de errar afirmar que se Cipollini quisesse treinar qualquer equipe de jovens, o faria e seria celebrado pelos mesmos pais que vetaram Tara Gins.
Concordo plenamente com você! e eu achava que na “Europa” eram mais liberais ou modernos. Parabéns Papillon!