Temporada Cyclo-cross 2024

As temperaturas vão caindo e os ciclistas europeus trocam a estrada pelos circuitos de cyclo-cross. As provas do cyclo-cross ou ciclocrosse ou simplesmente CX começam a ganhar destaque. Na Bélgica a Exact Cross abriu a temporada neste sábado com as provas de Beringen a “Be mine Cross 2024”. As estrelas da estrada começam a divulgar os calendários para a temporada de CX e algumas estrelas que se profissionalizaram na estrada a partir do cyclo-cross já estão em disputas como o caso da bicampeã mundial Fem van Empel. Atual campeão Mundial de CX e de Gravel, além de campeão mundial de estrada de 2023, Mathieu Van der Poel ainda não revelou seu calendário.

Mathieu van der Poel e o recorde de títulos mundiais

Mathieu van der Poel | Foto PhotoNews

O campeonato mundial de CX é disputado desde 1950 na elite masculina e desde 2000 na elite feminina. O recordista em títulos da modalidade é Eric De Vlaeminck com sete títulos, irmão do “Cigano” Roger De Vlaeminck recordista de vitórias na Paris Roubaix. Eric De Vlaeminck (falecido em 2015 aos 70 anos de idade) costumava dizer que o campeonato belga de Cx era mais difícil que o mundial, isso claro mudou nas últimas duas décadas com Zdnek Stybar conquistando três títulos pela Rep. Tcheca e o fenômeno Mathieu van der Poel com seis títulos para os Países Baixos.  Sem dúvida a busca pelo recorde é uma motivação que o neerlandês não esconde. Quem deve ter uma temporada de cyclo-cross menor é Wout van Aert, o belga três vezes campeão mundial da modalidade sofreu um sério acidente na La Vuelta e ainda se recupera das lesões, devendo focar na recuperação da forma para a temporada 2025 profissional.

Eric De Vlaeminck

Na elite feminina, a recordista de vitórias é Marianne Vos, sem dúvidas a maior ciclista da história. Entre as mulheres o favoritismo neerlandês é enorme, Fem van Empel dominou as últimas duas temporadas e tem em sua equipe justamente Marianne Vos (que deve ter uma temporada reduzida).

 

O que é Cyclo-cross

Cyclo-Cross é uma modalidade de ciclismo que combina elementos de corrida em terreno acidentado, com obstáculos e trechos em que os ciclistas precisam descer da bicicleta e correr carregando sua bicicleta. É uma disciplina que acontece normalmente durante o e inverno, geralmente entre setembro e fevereiro, e é popular na Europa, especialmente na Bélgica e na França. A temporada 2024/25 começou em agosto na Oceania com os campeonatos nacionais da Nova Zelândia e Austrália, depois começaram as provas na América do Norte, especialmente do circuito estadunidense da Trek USCX. Agora com o final da temporada europeia de ciclismo de estrada, os olhos se voltam para as provas de maior prestígio.

Lucinda Brand vence o Cyclo-Cross em Boom | Foto © BELGA
Lucinda Brand vence o Cyclo-Cross em Boom | Foto © BELGA

Assim como no MTB, as provas são disputadas em circuito e as mais importantes são:

  • Campeonato Mundial (CM) – 02/02/2025 – Liévin – França
  • Copa do Mundo (CDM), nesta temporada com 12 etapas começando em 24/11 em Antuérpia.
  • Superprestige (C1), oito etapas começando com Ruddervoorde em 20/10
  • X2O Trofee (C1), oito etapas começando em 01/11 em Oudenaarde.
  • Trek USCX (C1), já realizada nos EUA em 8 etapas com vitória geral de Andrew Strohmeyer

O segundo nível de provas  (C2) abriga provas que mesclam ciclistas elite de diversas categorias, destaque para a série Exact Cross, com oito etapas sendo sete na Bélgica e uma nos Países Baixos. Outras provas de nível C2 como a Copa da França e Copa da Espanha são destaques da temporada. Um ciclista para disputar uma prova C2, precisa ter uma quantidade de pontos UCI na modalidade usualmente em provas locais, depois com o aumento do ranking, consegue ser elegível para disputa de provas C1 e finalmente pode ser convocado para disputas da Copa do Mundo e Mundial.

Gravel vs Cyclo-cross

Se por um lado o cyclo-cross é uma modalidade disputada a um século, o gravel vem crescendo e teve seu primeiro mundial apenas em 2022. Embora existam grandes semelhanças entre o terreno, as diferenças nas disputas não são pequenas. As provas de gravel normalmente possuem longos circuitos ou trechos até abertos ao trânsito de veículos com pontos de apoio distantes e duração grande, com provas quase sempre acima dos 150km de distância. Já no cyclo-cross as provas são disputadas em circuitos relativamente curtos com um total de duração próximo a 1h para o vencedor.

Wout Van Aert vence Superprestige | Foto @Belga
Wout Van Aert vence Superprestige | Foto @Belga

Assim as bicicletas de cyclo-cross (CX) possuem entre eixos menores, ângulo da caixa de direção e garfo maiores, para permitir rápidas reações e limite de 33m para os pneus e quadro com geometria que permita facilmente o ciclista de carregar a bicicleta. Já as de gravel são mais parecidas com bicicletas de endurance para estrada, com entre eixos maiores, caixa de direção com ângulo mais  relaxado e preocupação com a capacidade de levar equipamentos, visto que a distância entre pontos de apoio requer que o ciclista seja capaz de efetuar pequenos reparos em sua bicicleta. Contudo não é incomum um ciclista utilizar uma bicicleta de cyclo-cross no gravel e vice versa

As principais bicicletas de cyclo-cross atualmente são:

  • Canyon Inflite (utilizada por Mathieu van der Poel), que custa em torno de U$5.099*.
  • Cervelo R5 (utilizada por Fem van Empel e Wout van Aert), que custa em torno de U$ 6.499*.
  • Specialized Crux, disponível no Brasil em importação oficial por R$45.000
  • Trek Boone, que custa a partir de U$3.000*.
  • Giant TCX Advanced Pro 2, que custa a partir de U$2.900*.

(*) Mais impostos e taxas de frete e importação para o Brasil.

Como assistir o cyclo-cross no Brasil

A modalidade não tem transmissão oficial para o Brasil, em geral apenas as etapas da copa do mundo e o mundial ficam disponíveis para assistir ao vivo no canal oficial da UCI (União Ciclística Internacional) no Youtube e Facebook. Contudo provas como a Superprestige e o X2O Trofee não são transmitidas oficialmente para o Brasil. Embora os fãs tenham se empenhado em buscar soluções alternativas, seja via VPN ou retransmissões não autorizadas no Youtube. Desde o fim do serviço de streaming GCN+, o fã brasileiro ficou órfão do conteúdo não só de cyclo-cross mas também de diversas modalidades.

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