A Shimano lançou oficialmente hoje os grupos Dura-Ace 9200 e Ultegra R8100. Confirmando o que especulamos ontem, a principal mudança é a adoção de 12 velocidades ao conjunto.
Mas as mudanças não ficam por ai, a comunicação entre o trocador e os câmbios passa a ser livre de cabos, os câmbios possuem uma velocidade de mudança mais rápida, novo medidor de potência e versão para freio a disco e ferradura.

Com olho no mercado de fabricantes de bicicletas, a Shimano deixou aberta a possibilidade de conectar o STI via cabo, aparentemente uma necessidade dos fabricantes de bicicletas elétricas que utilizem o conjunto motor da Shimano. A escolha para os câmbios foi uma bateria central interligada por cabos que em acordo com a marca, tem durabilidade de 1.000km.
DNA Shimano se mantém

Confesso que embora lindo o visual do antigo R9100 me parece mais bonito, o moderno, tem algo no R9200 que me lembra uma das naves de batalha de Star Wars. O leitor pode conferir a imagem e talvez diagnosticar que o editor é um psicopata como no teste de rorschach. Me surpreendi que a imagem que circulou a internet sobre o grupo que foi utilizado em junho no Baloise Belgium Tour, era de fato o R9200 apenas sem o grafismo. Ou seja era um segredo nem tão secreto assim.

Talvez mesmos seja o fato que a mecânica das bicicletas seja algo já bastante conhecido e difundido, e portanto para impressionar e se diferenciar nesse mundo da “alta costura” sobre pedais é preciso um pouco mais. Penso que a linha Ultegra e Dura Ace da Shimano sempre foram inovadoras e com um custo relativamente acessível ao ciclista. A linha eletrônica claro ainda é proibitiva para boa parte dos entusiastas, então quais são os apelos para lhe conquistar? No visual vemos cada vez mais plástico e menos partes em fibras de carbono. O antes quase vitalício processo de aço polido deu lugar a uma pintura preta.
Em termos de relação de marchas, o novo cassete de 12 velocidades trás duas opções, 11-30D e 11-34D, nada de dez dentes na estrada. O pedivela além das opções de braços que partem de 160mm, também oferece a medida 54-40D, ou seja tem um “volantão” mais pesado que o tradicional 53-39, seria essa escolha para compensar a catraca 10T da concorrência? O pedivela está disponível tanto na versão com potenciômetro acoplado como na sem potenciômetro.

O cambio dianteiro é visivelmente menor que o anterior, assim como traseiro parece ser mais “magro” ocupando menos espaço na visão frontal da bicicleta, e os números mostram isso, 96g de peso e espaço frontal 33% menor.
Já no sistema de freios, o que nas versões a ferradura é quase uma unanimidade entre os entusiastas dizer que o modelo Dura-Ace é o mais eficiente do mercado, no disco as coisas não eram bem assim. E por isso a Shimano trouxe da experiência no MTB e Gravel, pinças com curso menor permitindo uma melhor modulação nos freios. Assim a Shimano compartilhou duas peças com o grupo de MTB, os rotores para freio a disco e a corrente.

E no final vem a pergunta chave: Compensa o upgrade?
Claro cada entusiasta tem um bolso e seus boletos para pagar. Apesar do R9200 combinar com o lema escolhido pela empresa “Science of Speed” ou em tradução livre “Ciência da Velocidade”, acredito que o principal mercado do grupo será equipar as novas bicicletas topo de linha das mais variadas marcas.
Para o consumidor final a distribuidora exclusiva para o Brasil, a Bluecycle divulga como preço sugerido R$39.000,00 sem rodas para o grupo DuraAce R9200 e R$ 25.000 para o grupo Ultegra R8100.