A Guarda Civil Espanhola anunciou nesta quinta que desmantelou uma rede internacional de tráfico de Eritropoetina o EPO.
A investigação que durou três anos e era operada por vários sérvios que viviam em Barcelona. Dali enviavam as substâncias cujo uso para aumento de performance esportiva é vetado para diversos atletas europeus.
“A investigação iniciou-se em 2017, após alguns esportistas que testaram positivo para EPO colaborarem conosco delatando o método de compra em um website hospedado em Cádis.” disse José Luis Terreros, diretor da agência anti-doping espanhola.
Em acordo com a matéria do El País, durante mais de dez anos a clínica de saúde pública de Cádis forneceu a droga para a rede de tráfico. Só no último ano a organizaçào abasteceu cercas de 260 esportistas amadores e profissionais de diversos esportes, incluindo o ciclismo. O nome dos esportistas será mantido em segredo, a exceção deles serem sancionados por doping. Uma prática da justiça espanhola que remonta à “Operação Puerto” em 2006, um dos maiores escândalos de doping do século.
Seis pessoas presas na Catalunha e Andaluzia
A polícia prendeu seis pessoas que serão acusadas de crimes contra a saúde pública, organização de quadrilha, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e fraude contra o seguro social. A organização tinha um setor de vendas em sete endereços web, operados por sérvios moradores de Barcelona. A comunicação entre comprador e vendedor era feita através de mensagens encriptadas em um número austríaco. A polícia obteve acesso a dados de email, telefone e registros de pagamentos e recebimento das entregas.
EPO controla produção de células vermelhas no corpo
A Eritropoetina ou EPO é um hormônio que controla a produção de células vermelhas no corpo (eritropoiese). Sua produção no organismo se dá nos rins durante a idade adulta. A versão sintética é utilizada no tratamento de anemias, doença de Crohn e durante tratamentos de quimioterapia e radioterapia. Já o uso para performance esportiva se dá em função do maior transporte de oxigênio em função do maior número de hemácias no corpo. Durante a primeira década do século quando iniciaram-se os exames anti-doping foram identificados diversos atletas com nível de hematócritos muito acima de níveis normais para seres humanos.
O atual diretor da equipe NTT ProCycling, Bjarne Riis ficou conhecido pelo apelido de Mr. 60% em função do nível de hematócritos encontrado em seu sangue. Lance Armstrong confessou ter utilizado a droga durante a maior parte de sua carreira e entre os brasileiros suspensos por doping, a vasta maioria é pelo uso de EPO.
