Ciclista Trans-gênero é bicampeã mundial e credita críticas a perdedoras

Luiz Papillon

A ciclista canandense Rachel McKinnon, é bicampeã master pela UCI. O fato passaria despercebido da grande mídia e até da maioria dos sites especializados não fosse um detalhe. Rachel biologicamente é do sexo masculino. Ano passado contei um pouco da história de Rachel e você pode relembrar:

https://www.pelote.com.br/primeira-trans-genero-a-ser-campea-mundial-pela-uci-abre-discussao-no-ciclismo/

Este ano o mundial master de pista aconteceu em Manchester na Inglaterra. Rachel disputou a prova de velocidade (Sprint) na categoria de 35 a 39 anos estabelecendo o novo recorde mundial em 11.649 na rodada de classificação. Não demorou muito para a corneta soar, Victoria Hood que foi ciclista profissional e atualmente é diretora da seleção britânica de ciclismo disparou:

“Não é complicado, a ciência está aí e diz que é injusto. O corpo masculino, que foi formado durante a puberdade ainda mantém suas vantagens, isso não se perde. Eu tenho simpatia com eles. Eles tem o direito de ir (disputar) no esporte, mas não o direito de ir em qualquer categoria que eles queiram”

Depois da vitória de Sábado, Rachel publicou um comunicado denunciando Victoria Hood por ter um “Medo irracional de mulheres trans”. A discussão continuou no twitter onde Rachel provocou:

“Eu ainda tive que conhecer uma campeã que tem problema com mulheres trans. Campeões verdadeiros querem competições duras. Se você vencer por conta da intolerância desclassificar seu adversário, você é uma perdedora.”

UCI segue diretrizes do COI

As diretrizes adotadas pela UCI seguem determinação do Comitê Olímpico Internacional (COI), instituídas em novembro de 2015 e que foram aplicadas nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro. O COI pretende reduzir esse valor para 5 nm/l (ainda 3x o valor máximo tolerado para mulheres). Porém por ser considerado um tema sensível ainda não houve uma resolução nesse sentido.

Atualmente o indivíduo biologicamente masculino que quiser competir entre as mulheres precisa ter por 12 meses testosterona abaixo de 10 nm/L sem a necessidade de comprovação de mudança cirúrgica de sexo. As mulheres tem entre 0.12 e 1.79 nm/l de testosterona. O nível de testosterona considerado normal para homens é entre 7.7nm/l e 29.4nm/l.

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