Vuelta começa em dois dias, confira os destaques!

Luiz Papillon

A Vuelta 2018 começa em dois dias na cidade de Málaga, nesta tarde na cidade da região da Andaluzia serão apresentadas as equipes da Vuelta 2018. Terceira grande volta do ciclismo mundial, a Vuelta é a mais jovem das três competições de 21 dias do ciclismo. Ao contrário das últimas quatro grande voltas, a Vuelta não tem um franco favorito além de ao menos no papel a escalação da Sky não ser tão superior aos demais concorrente. com isso podemos esperar três semanas de disputas intensas.

Antes de entrar propriamente nos nomes participantes, lembro que elaborei um guia para a Vuelta com os principais detalhes da classificação e todos perfis de etapa:

http://www.pelote.com.br/guia-da-vuelta-2018/

Pavel Sivakov o mais novo e Franco Pellizotti o mais velho

Enquanto no Tour de France largaram 32 ciclistas abaixo dos 25 anos (disputa da camisa branca), na Vuelta serão 42, sendo Pavel Sivakov da Sky o mais jovem com 21 anos e 45 dias de idade na largada. Na outra ponta o italiano Franco Pellizotti que de acordo com as fofocas deve se aposentar ao final da temporada é o mais velho a largar com 40 anos e 222 dias.  A média de idade na Vuelta é de 28,31 anos enquanto no Tour foi de 29,49 anos. Daniele Bennati da Movistar é o ciclista com mas largadas em grandes voltas com 23 seguido por seu colega de equipe Alejandro Valverde . Entre os estreantes na Vuelta a Sky tem três deles na equipe: Sivakov, Tao Hart e Dylan Van Baarle. A EF Drapac é a equipe com maior média de idade com 32 anos e 102 dias enquanto a Sunweb a mais jovem entre as equipes da primeira divisão com 26 anos e 230 dias.

 

Quilometragem nas pernas pode pesar

Nessa altura da temporada a exaustão e fadiga pode fazer a diferença nessa Vuelta. Então destacamos os ciclistas com menor distância percorrida na temporada ante os que mais rodaram.

40km de contra relógio individual

Nos últimos anos vimos Froome e Dumoulin obterem vantagens consideráveis no Contra Relógio Individual, sem a disputa por equipes nesta edição da Vuelta entre os especialistas na modalidade Victor Campenaerts da Lotto Soudal é o atual líder do ranking UCI e venceu recentemente o campeonato europeu de ciclismo. Assim separei os favoritos a classificação geral em três tipos de habilidades na modalidade:

Ciclistas que fazem a diferença

Ciclistas que se defendem bem

Ciclistas que perdem tempo

Analise das principais equipes, Sky menos a frente.

Como nessa temporada a equipe Sky concentrou suas forças no Giro e no Tour de France, a equipe para a Vuelta no papel parece mais fraca ou como posso dizer, menos dominante. Mas não se engane, Tao Geoghegan e Jonathan Castroviejo farão o papel de locomotivas enquanto Henao e Van Baarle serão os super gregários para deixar De La Cruz e Kwiatkowski em condição de vencer etapas. Vamos finalmente poder ver o polonês campeão mundial de 2014 como capitão da equipe mais forte, minha principal dúvida em sua relação é como passará nas montanhas mais duras.

Na Movistar que durante o Tour pareceu uma anarquia parece agora melhor escalada. Nelson Oliveira e Daniele Bennatti como locomotivas, Valverde e Carapaz como super gregários e dois bons escaladores para ajudar Nairo Quintana, Andrey Amador e Winner Anacona. São quatro latino americanos na equipe que dão um motivo a mais para torcer,. Além de não podermos deixar Alejandro Valverde meramente como coadjuvante, tenha certeza o experiente espanhol estará rondando os primeiros lugares durante toda a Vuelta e não duvido que possa sair da etapa 16 no contra relógio individual preciosos minutos a frente de Quintana. Por falar em Nairo, sua precocidade em vencer o Giro de 2014 aos 24 anos nos faz esquecer que ainda tem muito o que mostrar e evoluir. Nairo dos últimos anos tem se mostrado passivo em excesso sem sombra dos ataques explosivos do passado mas a vitória na curta etapa 17 do Tour mostrou um Nairo com muita velocidade no ataque. Se estiver naquele pique, a Vuelta tem dono.

Vejo a Mitchelton bem preparada para a Vuelta o rescaldo da derrota acachapante fez a equipe trazer para a Vuelta uma escalação mais conservadora ainda assim embora veja a equipe disputando vitórias e carregando a camisa de líder, não vejo Simon Yates bem o suficiente. A pifada no Giro deve colocar a equipe com os pés bem plantados no chão.

Astana e EF First mais equilibradas que BMC e Sunweb

Pela BMC vejo uma grande dificuldade em escaladores. Richie Porte jamais terminou uma grande volta no pódio enquanto Nicolas Roche e Dylan Teuns são excelentes ciclistas clássicos mas sofrem em alta montanha. Nesse ponto tanto Astana como EF Drapac vieram com equipes mais equilibradas. A Astana trás Miguel Angel Lopez e Pello Bilbao com ótimas chances de Top5 escoltados pelos experientes Omar Fraile e Dario Cataldo. Na EF Drapac Rigoberto Uran chega devendo uma performance de alto nível mas com dois “motocas” para esticar o pelote, Sebastian Langeveld e Tom van Asbroeck enquanto nas escaladas Pierre Rolland e Michael Woods.  Entre os favoritos esta também Wilco Kelderman, mas seu problema passa pela equipe Sunweb que além de uma escalação bastante jovem não traz grandes nomes, terá que lutar sozinho contra mais que moinhos de vento.

Vincenzo Nibali é um nome muito forte no circuito mas o tempo pequeno de recuperação devido a sua queda e consequente cirurgia no Tour de France fazem com que as expectativas no entorno dele diminuam. É sabido que Nibali tem foco no mundial de ciclismo de estrada que acontece em setembro, assim ele é “menos favorito” do que deveria. Sua Bahrein trás três escaladores de qualidade para ajuda-lo além da experiência de Pellizotti. Sem dúvida o físico e as dores da lesão vertebral serão o maior obstáculo para um dos mais vitoriosos ciclistas de seu tempo.

Coadjuvantes mas nem tanto

Na Lotto Jumbo e UAE escalaram times muito fortes. Pela equipe holandesa Kruijswijk e George Bennett terão apoio de Sepp Kuss que fez uma excelente volta a Utah. Enquanto pela equipe árabe coloco mais fé em Dan Martin vencendo etapas e aparecendo com possibilidades de Top5 do que em Fabio Aru que vem devendo uma performance de ponta desde a conquista da Vuelta de 2015. A Katusha vem lutando apenas por vitórias isoladas faz um bom tempo, mas o excelente Ilnur Zakarin esta só a capa da gaita para a Vuelta. A equipe trás excelentes roladores como o português Nelson Gonçalves e o americano Ian Boswell que pode ser um super-gregário, talvez esta seja a melhor chance de um resultado expressivo para o russo de 28 anos. Thibault Pinot e sua Groupama podem também surpreender e tem na unidade da equipe sua principal vantagem.

Fazendo número no pelote, Ag2r e Dimension Data dificilmente brigarão por vitórias isoladas, arrisco a dizer que a Cofidis deve terminar a Vuelta com mais destaque. Enquanto isso Quick Step, Lotto Soudal e Bora tem um objetivo claro, vencer etapas.

 

Hora do chute com torcida

Fazer um prognóstico de uma prova tão complexa e ligada a tantos fatores extremos como uma volta de três semanas não é mais que um chute. Assim deixo meus palpites com torcida.

Meu pódio:

  • Ilnur Zakarin
  • Michal Kwiatkowski
  • Alejandro Valverde

Camisa verde:

  • Alejandro Valverde
  • Simon Yates
  • Pello Bilbao

Rei da Montanha:

  • Michael Woods
  • Ilnur Zakarin
  • Rafal Majka

Camisa Branca:

  • Miguel Angel Lopez
  • Richard Carapaz
  • Sepp Kuss

 

 

 

 

 

 

 

 

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