Vencedor da Vuelta 2002 é preso por roubo!

Luiz Papillon

Aitor González, nascido no Pais Basco mudou-se adolescente para região de Alicante e teve uma carreira meteórica no ciclismo profissional, pilotando para a equipe Kelme venceu a Vuelta em 2002, seu maior triunfo além de três etapas do Giro e uma etapa do Tour. Tinha por especialidade o contra-relógio, mas não só escalava bem como participava constantemente de ataques e fugas, para os dias atuais lembraria um Valverde de 4-5 anos atrás, e note o próprio Valverde estava na Kelme em 2002! Só não correu a Vuelta daquele ano.

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Aitor vencendo a Vuelta 2002

Depois da Kelme, González teve passagem pela Fasa Bortolo – ganhou uma etapa do Tour- e parou em 2005 correndo pela Eukastel, ganhou a Volta a Suíça e então veio o drama. Logo no começo da Vuelta 2005 testou positivo para esteroides anabolizantes, Gonzalez alegou inocência, disse ter tomado um suplemento chamado “Animal Pack” que tinha chancela do ministério de saúde  espanhol, sua defesa consistia numa receita dada por um médico de fora do meio esportivo, chegou a ser perdoado pela federação espanhola mas a UCI recorreu e no fim ele foi suspenso por dois anos e na luta pela inocência contraiu uma dívida de 120.000 euros que lhe causou ruína financeira.

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Gonzalez após perder o recurso ficou bem…sem nada!

 

Em 2007 foi pego dirigindo sob efeito de álcool e cocaína, em 2008 foi preso por agressão em uma imobiliária, em 2011 voltou a ser preso desta vez por fraude bancária. E dia 25 de outubro foi preso por roubar uma loja de celular, um policial fora de serviço ouviu o barulho e pegou González em flagrante tentando fugir da loja.

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Curiosamente o título da Vuelta de González foi também marcado por uma “trapaça”, tudo aconteceu na antepenúltima etapa que passava pelo Angliru. Oscar Sevilla o capitão da Kelme liderava com 1 segundo de vantagem sobre seu gregário Gonzalez, enquanto Roberto Heras da USPS estava 1’42” atrás. Sevilla tinha dificuldades e Aitor recebeu a ordem de ficar com seu capitão e o levar o melhor possível para a chegada,  Aitor desobedeceu a ordem de não atacar e levou consigo Roberto Heras então na USPS que aproveitou a situação e disparou no melhor estilo “Lance Armstrong” (lembre era 2002!), Heras venceu a etapa e ficou 1’08” a frente de Sevilla, uma diferença difícil de ser tirada no CRI em Madrid por um escalador como Sevilla, enquanto Gonzalez especialista no CRI ficou a 35s diferença disputável, e assim foram para o CRI e Gonzalez sagrou-se campeão, para não ter seu contrato renovado devido sua atitude.

Abaixo o vídeo histórico da etapa:

 

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