Lições de Doha!

Luiz Papillon

Ontem em Doha Peter Sagan conquistou seu segundo título mundial de ciclismo de estrada, saiba quais foram as chaves para a vitória!

sagan

Sagan foi um dos primeiros a chegar a Doha no dia 12, sauna, pedais de reconhecimento sob o calor extremo fizeram parte da preparação. Com uma equipe pequena da Eslováquia, Sagan dependeria mais das condições de prova do que propriamente de uma estratégia de equipe, ainda mais contra fortes e completos times como Grã Bretanha, Italia e Bélgica.

Diferentemente de uma clássica onde as equipes conseguem controlar bem o pelote, no mundial as possibilidades de controle são diferentes, é tudo mais intenso e um pequeno erro pode ser decisivo. Logo no começo de prova um grupo com sete pilotos distanciou-se do pelote colocando 13 minutos de vantagem, mas sob o calor o pelote apenas administrou a fuga literalmente cozinhando. Com 50km percorridos o vento cruzado forçou a formação de echelons e assim que fizeram o retorno para Doha os belgas e holandeses começaram a puxar forte na cabeça do pelote provocando o momento decisivo na prova, havia a fuga sendo cozinhada, o grupo com belgas, holandeses, três noruegueses a dupla australiana e por fim o trio eslovaco com Sagan sendo o último piloto a juntar-se ao grupo, aqui deve ser lembrado que o trio eslovaco com Michael Kolar e os irmãos Jurah e Peter Sagan são companheiros de equipe na Tinkoff o que ajuda e muito na forma como atacar, agir e saber como o companheiro esta na prova.

O vento cruzado tornou difícil formar grupos de contra ataque do pelote, e ainda haviam alguns gregários para atrapalhar, o alemão John Degenkolb descarregou sua frustração no belga Jens Debusschere que atrapalhou uma das tentativas de reconectar:

Com as tentativas frustradas, Degenkolb, Kittel e Greipel ficaram cortados assim como toda equipe francesa, espanhola e alemã.

Com o tempo o contra-atque alcançou a fuga formando um grupo com cerca de 25 pilotos, ali estavam Sagan, Boonen, Terpstra, Avermaet, Cavendish, Nizzolo e Viviani. Entraram no circuito da Pérola do Qatar e não mais seriam alcançados pelo pelote, seria um daqueles 25 o campeão de 2016.

Algumas tentativas de ataque nos quilômetros finais foram neutralizadas com dedicação dos Belgas que literalmente torraram dois gregários perseguindo o holandês Tom Leezer que atacou faltando 1,5km e seguiu na ponta até 200m para o final, o sprint estava antecipado pela perseguição, a dupla italiana acelerou um pouco mais cedo com Boonen e Matthews na roda, Cavendish veio como um míssil por dentro pareceria que seria dele a vitória, na ponta por fora vinha a dupla norueguesa Kristoff e Boasson Hagen, a narração tanto britânica como em português não falou uma vez o nome do eslovaco que veio pelo canto esquerdo da tela saltando de roda em roda e passou com quase uma bicicleta a frente de Cavendish! Em terceiro ficou a lenda Ton Boonen que foi campeao mundial em 2005 estabelecendo o maior tempo entre medalhas mundiais, 11 anos.

Sagan declarou que no momento da aceleração final só torceu para que Nizzolo não parasse, não cortasse para seu lado pois bateriam.

E foram os dez primeiros no mundial de elite 2016:

sagan

 

Next Post

Conheça o 100º Giro d'Italia!

Hoje em Milão na sede do jornal Gazzeta Dello Sport foi revelada a rota da 100ª edição do Giro d’Italia, começando numa sexta feira, dia 05 de maio e terminando no domingo 28 de maio de 2017. Numa cerrimônia para cerca de 1000 convidados, entre eles muitos vencedores do Giro como […]

Receba as novidades em seu e-mail