Uma das parcerias mais longevas do ciclismo brasileiro chegou a fim, anunciada na última semana a maior e mais tradicional marca de bicicletas do Brasil não prolongou o contrato com o ex-ciclista de MTB e duas vezes campeão mundial, Henrique Avancini.

Fim de Ciclo: Caloi Encerra Parceria Histórica com Henrique Avancini Após 11 Anos
Desde 2012 sob o chapéu da maior marca de bicicletas brasileira, Henrique Avancini tido por muitos como o maior mountain biker brasileiro não teve o contrato de sua equipe renovado. Em um reel via instagram a empresa e o ciclista confirmaram o fim do patrocínio. Muitos perguntam o porquê da não extensão do contrato da equipe que tem até o momento o número um do ranking brasileiro, Ulan Galinski. Antes da resposta a essa pergunta é preciso contextualizar tanto o investimento como o retorno de marketing para a empresa. As mudanças na Caloi nesses últimos onze anos não foram poucas, em 2012 o controle acionário da Caloi foi vendido para o grupo canadense Dorel, dona de marcas como Cannondale e GT, em 2017 a Dorel adquiriu o restante das ações da empresa brasileira. Já em 2021, a Dorel Sports que incluía as divisões das marcas de bicicleta foi vendida para o grupo neerlandês Pon Holdings, criando uma megaempresa do setor. Em 2023, Pieter Freriks assumiu a presidencia da Caloi sucedendo Cyro Gazola. Essas mudanças levam sem dúvida a mudanças no entendimento e foco de marketing de uma grande empresa, sobretudo quando boa parte do investimento em marketing é direcionado a um foco especifico, uma equipe de ciclismo. É nesse ponto que a figura do diretor de marketing de produto, Eduardo Rocha (que deixou a Caloi em maio/2025) passa a ter um peso importante, amigo pessoal de Henrique Avancini, sempre foi um incentivador e defensor do uso do marketing esportivo para promoção da marca. Os resultados da parceria são inegáveis tanto no âmbito esportivo com dois títulos mundiais de MTB Maratona (2018 e 2023) e cinco vitórias na Copa do Mundo de MTB entre 2017 e 2021. No ambito do marketing a Cannondale, passou a ter um destaque de mídia e posição de mercado no setor com o ótimo desempenho do atleta Henrique Avancini e depois que o ciclista deixou a equipe de fábrica, a Caloi formou uma estrutura de altíssimo nível para suporte não só a Henrique Avancini como também para a base, que acabou por revelar Ulan Galinski.
Para entender os motivos da Caloi a não estender o patrocínio é preciso lembrar que Henrique Avancini se aposentou logo após o título mundial de 2023 e ainda com contrato renovado até o final de 2025, ou seja a empresa não colheu tantos frutos quanto poderia do título mundial, mas respeitou a decisão do ciclista. Agora em 2025, Henrique Avancini resolveu perseguir o sonho na estrada, mas não encontrou vaga em equipes sob o chapeu da PON, o que levou o ciclista a correr pela Factor Racing da Eslovênia. O fato em si de ter o garoto propaganda de uma marca correndo com uma bicicleta de marca rival, não caiu bem na direção da Caloi mas não foi definitivo para a não renovação com a equipe. Ao final, Henrique Avancini teve um bom desempenho no mundial de ciclismo de Ruanda e um acidente no início da prova do mundial de Gravel nos Países Baixos.
Contudo diante do tamanho do investimento, chega o momento de abrir o leque e desenvolver outras ramificações do mercado como bicicletas urbanas, biciletas elétricas e ações de superação como o apoio ao influencer Brow Bruto. É o que muitos chamam de fim de ciclo, a equipe Caloi MTB cumpriu com seu papel de fomento ao esporte, de apoio a Henrique Avancini inclusive por dois anos após aposentar-se oficialmente e serviu de trampolim para Ulan Galisnki que em breve será anunciado por uma das maiores equipes de MTB na Europa. Agora a vida segue e nada impedirá que no futuro próximo a marca volte a investir no ciclisimo seja no MTB ou mesmo na estrada onde brilhou por décadas, contudo o foco da empresa nos próximos anos deverá ser outro.

Entendendo o fim da parceria, momento no marketing é importante, correr pela Factor O2 não foi ponto decisivo

