Vale a pena treinar na Zona 2?

Pedro Anselmo
E no verão, tem o Sol-da-Meia-Noite!
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Crianças, eu ainda estou aqui!

O VO2max norueguês

Entre uma coisa e outra, tenho andado por terras um pouco mais frias. E por essas minhas andanças por mundos diferentes, eu venho observado outras filosofias de trenamento em esportes de endurance. A Noruega tem como o maior esporte nacional as provas de esqui cross-country e os maiores índices de VO2max registrados são noruegueses: Oskar Svendsen (Ciclista)97.5 mL/kg/min, Bjorn Dæhlie (Esquiador) – 96.0–97.0 mL/kg/min, Petter Northug (Esquiador) – 94.0 mL/kg/min. Apenas para efeito de comparação, os índices do Froome em seu auge eram de 88.2 mL/kg/min. O VO₂max é importante, mas não é o único fator determinante no desempenho esportivo. A eficiência do uso de oxigênio, a economia do movimento e a capacidade de manter altas intensidades por longos períodos também são fundamentais. O VO₂max (consumo máximo de oxigênio) é uma métrica fundamental para avaliar a capacidade aeróbica de um indivíduo, tanto em termos de desempenho esportivo quanto de saúde geral. Ele representa a quantidade máxima de oxigênio que o corpo pode utilizar por minuto (mL/kg/min) e está diretamente relacionado à resistência cardiorrespiratória. Pergunto-me ao ver uma população se manter fisicamente ativa e longeva é “Por que os atletas daqui tem capacidades de transporte acima da média?”. Isso se deve a uma combinação de fatores genéticos, ambientais, culturais e metodológicos. Aqui estão os principais motivos:

 

  1. Ambiente natural favorável
  2. Cultura esportiva e estilo de vida ativo
  3. Métodos de treinamento baseados na ciência
  4. Fatores genéticos
  5. Tradição e ídolos esportivos

O método norueguês

A Noruega tem algumas das melhores metodologias de treinamento do mundo, com foco em:

  • Treinos de Zona 1 e 2 (baixa a moderada intensidade)
    • Grande parte do treinamento é feito em intensidade moderada (cerca de 80%), permitindo aumento gradual da capacidade aeróbica sem sobrecarga.
  • Treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT)
    • Sessões curtas, mas extremamente eficazes, maximizam a eficiência do sistema cardiovascular.

Como funciona o método 80/20?

80% do treino = Intensidade Baixa a Moderada (Zonas 1 e 2)

  • Sessões longas e sustentáveis, como rodagens leves ou treinos contínuos.
  • Melhoram a eficiência aeróbica e permitem maior volume de treino sem fadiga excessiva.

20% do treino = Intensidade Alta (Zonas 4 e 5)

  • Treinos intervalados, sprints e subidas curtas e intensas.
  • Visam aumentar o VO₂max, a resistência muscular e a capacidade de recuperação.

Atenção: Treinos Moderados em Excesso (Zona 3)

  • Treinar com intensidade moderada demais com muita frequência pode ser prejudicial.
  • Aumenta o risco de overtraining sem trazer os benefícios do treinamento polarizado.

Benefícios do 80/20

  • Desenvolve a base aeróbica sem fadiga excessiva
  • Maximiza o ganho de VO₂max e eficiência cardiovascular
  • Reduz o risco de overtraining e lesões
  • Melhora a recuperação e a consistência no treinamento

O modelo 80/20 é validado cientificamente e adotado por diversos atletas de elite, como Jakob Ingebrigtsen (corrida), Kristian Blummenfelt (triatlo) e ciclistas noruegueses do WorldTour.

Onde achar mais informações sobre essa forma de treinar?

Há cerca de um ano atrás, o canal GCN dedicou alguns vídeos sobre o assunto e eu disponibilizei os vídeos aqui no post. Vale muito ver a entrevista com Olav Aleksander Bu. Ative a tradução automática e seja feliz. Semana que vem ou volto aqui para falar um pouco mais sobre como treinar nessas faixas e outros aspectos que podem afetar (positivamente ou negativamente) um ciclista péba como eu.

https://youtube.com/shorts/obfOWLkZGPY?si=lUoTtF7WYN6-YhWe

Como sempre, obrigado por sua atenção e paciência de nos ler até aqui. Um grande abraço!


Sobre o autor

Pedro Anselmo Filho, Ph.D. é engenheiro mecânico e pesquisador, com doutorado em combustão pela Universidade de Cambridge e mestrado em energia aplicada pela Universidade de Cranfield. Leciona para os cursos de Engenharia Mecânica e Automação e Controle da Universidade de Pernambuco (UPE). Pedala sem rodinhas desde os 4 anos e ciclista entusiasta que gosta muito de estudar sobre potência no ciclismo.

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Pedro Anselmo

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