Doping volta elite do ciclismo brasileiro: Kleber Ramos o Bozó é suspenso provisoriamente por EPO

Luiz Papillon

O ciclista Kleber Ramos dos Santos foi suspenso provisoriamente pela Autoridade brasileira de controle de dopagem.

Bozó foi flagrado com eritropoetina durante o campeonato brasileiro de ciclismo em 30/06/2024. Essa é a segunda infração do ciclista que compete regularmente pela equipe de Pindamonhangaba Unifunvic. Em 2016, às vésperas dos jogos olímpicos, Kleber Ramos foi flagrado com CERA (versão sintética do hormônio Methoxy polyethylene glycol-epoetin beta).

Em seu retorno pós suspensão de 4 anos, Kleber disputou o campeonato nacional de 2021 pela equipe de Santos, tendo conquistado o título nacional. Voltando a competir pela mesma estrutura da época em que foi flagrado em 2016, voltou a ser flagrado na disputa do brasileiro de 2024.

O ciclista pode recorrer da decisão, no entendo até lá todos os resultados após 30/06 do ciclista estão suspensos, assim a vitória da clássica 09 de julho em SP deverá ser herdada por Macio Freitas da equipe Swiftcarbon.

O doping no ciclismo brasileiro, infelizmente, tem um impacto negativo significativo, tanto para o esporte em si quanto para seus patrocinadores.

A imagem negativa que o doping causa ao ciclismo brasileiro é um dos principais problemas. Quando um ciclista brasileiro é flagrado no doping, a sociedade passa a ter uma visão negativa do esporte, o que pode levar à perda de interesse e de fãs. Além disso, o doping também pode afastar os patrocinadores do ciclismo brasileiro. As empresas que patrocinam o esporte não querem ter seus nomes associados a escândalos de doping, pois isso pode prejudicar sua imagem e seus negócios. A perda de credibilidade do ciclismo brasileiro também é um problema grave. Quando os fãs e os patrocinadores perdem a confiança no esporte, o ciclismo brasileiro perde seu valor e sua importância. Isso prejudica o desenvolvimento do esporte no país e coloca em risco o futuro de muitos atletas que buscam um espaço no cenário internacional. Quando um atleta faz uso de doping, ele afeta todo o ciclismo brasileiro, no entanto dirigentes das equipes de elite do ciclismo nacional, são bastante tolerantes e oferecem novas oportunidades para egressos de suspensão, fato que ocorre com menos frequência em países com maior tradição no esporte. A reincidência é um fato gravíssimo e todos envolvidos no esporte, perdem. Dos últimos dez campeonatos brasileiros, cinco foram vencidos por ciclistas que em algum momento da carreira foram flagrados no doping.

O que é a EPO, a Etropoetina

A eritropoetina, também conhecida como EPO, é um hormônio natural que desempenha um papel crucial na produção de células vermelhas do sangue, um processo chamado eritropoiese. Produzida principalmente pelos rins durante a vida adulta, a EPO estimula a medula óssea a produzir mais células vermelhas, que são responsáveis pelo transporte de oxigênio pelo corpo.

Frasco de Eritropoietina – EPO

A versão sintética da EPO é utilizada no tratamento de diversas condições médicas, como anemia, doença de Crohne durante tratamentos de quimioterapia e radioterapia. No entanto, o uso da EPO para fins de performance esportiva é considerado doping, pois confere uma vantagem desleal aos atletas. O aumento artificial da produção de células vermelhas através da EPO resulta em um maior transporte de oxigênio para os músculos, proporcionando aos atletas maior resistência, recuperação mais rápida e melhor desempenho em esportes de resistência. A utilização da EPO no esporte se tornou um problema significativo, especialmente durante a primeira década do século XXI, quando os testes antidoping começaram a detectar níveis anormalmente altos de hematócritos em atletas. O hematócrito é a porcentagem de células vermelhas no sangue, e níveis elevados indicam um aumento na produção de células vermelhas, o que pode ser um sinal de uso de EPO. Um exemplo notório é o caso de Bjarne Riis, ex-ciclista profissional e que foi diretor da equipe NTT ProCycling, que ficou conhecido como “Mr. 60%” devido aos altos níveis de hematócritos encontrados em seu sangue. Outro caso famoso é o de Lance Armstrong, que confessou ter utilizado EPO durante a maior parte de sua carreira. No Brasil, a maioria dos casos de doping envolve o uso de EPO. A utilização da EPO no esporte é uma prática que coloca em risco a saúde dos atletas e compromete a integridade das competições. É fundamental que as entidades esportivas continuem investindo em pesquisas e tecnologias para combater o doping e garantir a justiça e a ética nas competições. CERA x EPO Ambas substâncias tem por objetivo aumentar artificialmente a produção de hematócritos no sangue. A betapoetina, de nome comercial Mircera, é frequentemente utilizada em tratamentos de anemia, enquanto a alfaepoetina , de nome comercial Hemax, é utilizada em tratamentos de anemiadoença de Crohn e durante tratamentos de quimioterapia e radioterapia. Ambas são tem origem em uma proteína produzida por DNA recombinante em células ovarianas de Hamster chinês.

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