Foi acabar o mundial e as principais mudanças que estavam “guardadas” foram acontecendo. O esperado rompimento de contrato entre Rohan Dennis e a Bahrain Merida foi um desses movimentos. Mas no patamar mais alto do ciclismo a principal mudança era quem ficaria com a licença da Katusha.
Sabia-se que o investimento da Katusha teve seu “plugue puxado da tomada” ou seja, a equipe precisava de um destino que não dependesse do bilionário Igor Makarov. Entre a penca de interessados quem levou a melhor foi Sylvan Adams, bilionário canadense que mantém a equipe Israel Cycling Academy. Adams teve seu nome ligado no início da temporada na aquisição da equipe Sky, que acabou tornando-se Ineos. Agora o sonho tornou-se realidade, em comunicado divulgado apenas pela equipe israelense.
“Eu venho dizendo há algum tempo que a ICA estaria mais cedo ou mais tarde no Circuito Mundial. Estou animado que isso esteja acontecendo para a próxima temporada” Sylvan Adams
Negociação depende da Homologação da UCI
No comunicado fica claro que a equipe correrá com a licença da Katusha que está em processo de renovação junto a UCI por três temporadas. A transação deverá porém ser validada pela UCI. A equipe continuará a usar as cores azul e branca porém com uniformes fornecidos pela Katusha (marca esportiva). Ao final Adams agradeceu a Makarov pelo negócio.
Ainda não ficou claro o que ocorrerá com os onze ciclistas que tem contrato com a Katusha:
- Enrique Battaglin
- Nils Pollit
- Dani Navarro
- Alex Dowsett
- Jens Debusschere
- Jenthe Biermans
- Dmitry Srakhov
- Harry Tanfield
- Mads Wurtz Schmitz
- Rick Zabel
A Israel Cycling Academy por sua vez tem nove ciclistas confirmados para 2020:
- Davide Cimolai
- Ben Hermans
- Krists Neilands
- Matteo Badilatti
- Mihkel Raim
- Tom Van Asbroeck
- Itamar Einhorn
- Hugo Hofstetter
- Dan Martin
Israel Cycling Academy terá que ir as compras!
Caso a fusão seja homologada pela UCI e os ciclistas da Katusha permaneçam, a equipe terá 20 ciclistas para 2020, restando contratar ao menos mais cinco ciclistas. A negociação deixa mais longe o sonho da Arkéa de subir ao nível do circuito mundial. Além da renovação da Katusha, três equipes francesas pleitearam subir de nível. A equipe Total Direct Energie, a Cofidis e a Arkéa, entretanto para isso ocorrer é necessário comprar uma licença ou que o número de equipes do circuito mundial seja ampliado.
Restará saber qual o perfil da equipe ICA, Davide Cimolai é um sprinter de ótima qualidade enquanto Dan Martin um voltista que passou duas temporadas discretas na UAE. Pela turma da Katusha, três ótimos ciclistas clássicos com Battaglin, Pollit e Debusschere além do especialista em contra relógio Alex Downsett. Dentro do atual elenco da ICA há nomes bons como Connor Dunne, porém serão necessários gregários de qualidade superior para o circuito mundial. O melhor lugar para buscar gregários antes de olhar para os desempregados da primeira divisão é a Androni Giacattoli. Nomes como Marco Frapporti, Montaguti podem encaixar na equipe, assim como alguns “sem selim”:
- Rui Costa (UAE)
- Peter Stetina (Trek)
- Sebastian Henao (Ineos)
- Jelly Vanendert (Lotto)
- Giovani Visconti (Neri Sottoli)
- Yoann Offredo (Wanty Groupe)
- Lawson Craddock (EF)
- Mikel Nieve (Mitchelton)