Logo após o Tour de France divulgar sua rota foi a vez da organização do Giro d’Italia trazer as novidades para a 102ª edição da Volta pela Itália. Com largada em Bolonha em 11 de maio o Giro foi na direção oposta da organização do Tour. Com três etapas contra relógios individuais o Giro 2019 totaliza 58,5km a serem disputados contra o cronômetro. Mas não é tudo plano como pode se pensar. Esse é um dos Giros mais brutais da história!
“Nós criamos o que imaginamos ser uma corrida moderna, balanceada e aberta. Os contra relógio não são para especialistas então a corrida será aberta a um grande número de ciclistas. Nós apresentamos a rota, agora cabe a cada ciclista e equipe decidir se eles querem participar de nossa grande corrida” Mauro Vegni diretor de prova do Giro.
Bolonha sedia abertura
A etapa de abertura termina em uma subida de 200m em 8.2km para a Madonna di San Luca. Essa será a terceira vez que o Giro visita o santuário em Luca, em 1959 foi palco de uma cronoescalada, em 1984 foi final de uma etapa em linha e finalmente em 2009 Simon Gerrans venceu ao alto. O vídeo abaixo pega exatamente escalada para o santuário de San Luca:
A primeira semana do Giro 2019 segue com etapas favoráveis aos velocistas mas na etapa 09 outro contra relógio partindo do plano de Riccione na Costa Adriatica para terminar em subida na República de San Marino marca o início das subidas do giro.
Montanhas na segunda e terceira semanas
A edição 2019 do Giro tem sua primeira subida desafiadora no Montoso para chegar em Pinerolo na etapa 12, na primeira de três etapas consecutivas de alta montanha, uma etapa de folga e vem a etapa rainha no 16º dia de prova com passagem pelo Passo di Gavia e pelo Mortirolo. Ao todo a organização planejou 46.000m de ascensão nesse Giro sendo 25.000m em cinco etapas. É brutal!
Final disputada em contra relógio em Verona
A última etapa do Giro 2019 será um contra relógio individual com 200m de escalada em Verona e com uma descida para o final, um desafio que favorecerá não só escaladores mas aqueles que tem grande performance em descidas.
Análise: um trajeto sob medida para Froome e Dumoulin
Sem dúvida a organização do Giro optou por um trajeto que inspire grandes nomes a trocarem o Tour pelo Giro. Com 57km de contra relógio obviamente o atual campeão do Giro Chris Froome e seu companheiro de equipe Geraint Thomas atual campeão do Tour são nomes de destaque. O diretor de prova do Giro Mauro Vegni declarou que espera Nibali e Aru como destaques além de admitir negociações com a Bora para ter Peter Sagan pela primeira vez no Giro.
“Eu estarei nas nuvens caso Sagan decida vir, porque eu penso que um ciclista desse calibre como Froome fez este ano precisa correr o Giro ao menos uma vez em sua carreira.” Mauro Vegni, diretor de prova.
Enquanto a organização do Tour optou por um trajeto que favorece escaladores como Romain Bardet, Nairo Quintana e até Thibaut Pinot, a organização do Giro serve de bandeja um trajeto amplo e cheio de opções. As etapas de contra-relógio não são para especialistas mas para ciclistas como Nibali, Primoz Roglic, Frome e Thomas. O próprio italiano da Sky Gianni Moscon poderia muito bem ser líder nesse Giro. Até o princípio de temporada devemos conhecer os principais objetivos de cada equipe. É certo que tanto Froome quanto a equipe Sky tem por agradecer a organização por em 2018 ter apostado na divulgaçào e participação do inglês apesar do caso do salbutamol. Froome respondeu a altura vencendo de modo convincente e entregando ao mundo uma das maiores performances ciclísticas da história. Todos ganharam com isso e Froome esteve na apresentação da prova.
“Eu não sei ainda, será uma decisão a ser tomada juntamente com a equipe. O Giro é uma corrida importante para a equipe e é o décimo aniversário da equipe Sky entào eu penso que é realmente importante mirar o Giro. Nós iremos sentar em dezembro e decidir o que fazer. Se eu não estiver aqui para defender meu título, então um dos meu companheiros estará fazendo o mesmo pela equipe” Chris Froome
Froome ainda ressaltou que não descarta a ideia de fazer um double com Giro e Tour. Entre 2017 e 2018 o britânico venceu na sequência o Tour e a Vuelta em 2017, em 2018 venceu Giro além de participar do Tour finalizando no pódio.
“Não é impossível. Esse ano eu trentei e foi muito difícil, mas esse ano para mim não foi apenas o Giro e o Tour, isso começou um ano antes com o Tour e a Vuelta, então foram quatro grandes voltas em sequência. Foi longo e eu penso que paguei (o esforço) no final do Tour, eu não tinha mais pernas. Eu penso que é possível eu venci o Tour e a Vuelta juntos então é sim possível” Chris Froome