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Quase 20 anos depois, um dos ciclistas mais claramente dopados da história, quebrou o silêncio e falou abertamente sobre seus tempos de profissional. Bjarne Riis, conhecido por Mr. 60% em referência a proporção claramente sobre humana de hematócritos, comentou ao jornal catalão Sport sobre o uso de substâncias proibidas para aumento de performance.

O declínio de Miguel Induraín após um reinado de 5 títulos do Tour de France, coincidiu com o início da era “EPO” (eritropoetina, substancia utilizada para o tratamento entre outros de anemia) como forma de aumento de performance. Nessa esteira surgiram ciclistas como Jan Ullrich, Richard Virenque, Marco Pantani e Bjarne Riis. Em 2007, Riis admitiu publicamente que havia utilizado de doping, mas agora aos 62 anos de idade, o modo franco com que falou a imprensa acabou chamando atenção. Ao jornal catalão Sport, falou francamente:
“Eu estava completamente dopado. Eu não tenho remorsos, por quê isso fazia parte do jogo, do sistema daquele tempo, que nós silenciosamente aceitávamos.”Bjarne Riss, vencedor do Tour de France de 1996
Riis lançou um livro em 2010 onde conta que o uso do doping fazia parte da “preparação normal” do ciclista profissional e não uma trapaça. No livro, descreveu que começou a se dopar com corticosteróides nos anos 80 e que o EPO elevou sua peroformance entre 1993 e 1998. Riis abandonou o Tour de France de 1998 quando a polícia iniciou uma batida no seu hotel no que se transformou no escândalo Festina. Após sua aposendadoria, Riis continuou no mundo do ciclismo como dirigente, onde chegou ao topo com a equipe CSC que posteriormente passou a ter o patrocínio do banco Saxo Bank e mais tarde foi a equipe Team Saxo-Bank Tinkoff. Em seus anos como dirigente, venceu o Giro d’Italia de 2006 com Ivan Basso, o Tour de France de 2008 com Carlos Sastre e o de 2010 com Andy Schleck, além da Vuelta de 2012 com Alberto Contador. Atualmente Riis é comentarista para a mídia dinamarquesa.

Sua performance mais esmagadora foi no Hautacam em 1996 quando destruiu a concorrência ao completar a subida de 13,5km em 34min40s. Nem Lance Armstrong, também confesso usuário de substancias de performance chegou perto de seu recorde. Quase 30 anos depois, os tempos mais próximos a Riis são de Tadej Pogacar neste ano (2025) com 35min08s e Jonas Vingegaard (2022) com 36min34s onde o equipamento, treinamento e especialmente a estratégia de prova (trem de subida) mudaram muito.