Em tempos normais a vitória de Primoz Roglic traria apenas algumas linhas nas redações de ciclismo pelo mundo. Mas a prova de hoje foi diferente e especial, marcando o retorno do ciclismo na Europa após 97 dias de suspensão devido a pandemia causada pelo coronavírus.
A prova de 145.8km entre Cerklje e Ambroz pod Krvavcem teve como destaque uma fuga neutralizada no pé da montanha final. Durante a escalada de Krvavcem, pularam do pelote Tadej Pogacar e Primoz Roglic, a dupla seguiu revezando até o quilômetro final quando Roglic atacou para conquistar pela primeira vez o título de campeão esloveno de estrada (Roglic foi campeão de contra relógio em 2016). Pogacar ficou com a prata e Mohoric com a medalha de bronze.
Primoz Roglic de 30 anos é o principal ciclista esloveno. Correndo pela Jumbo visma, conquistou ano passado a Vuelta a Espanha, a Tirreno Adriatico e o Tour da Romandia. Matej Mohoric da Bahrain McLaren de 25 anos e Tadej Pogacar da UAE Team Emirates de 21 anos completam o trio de ciclistas mais proeminentes eslovenos.
Eslovênia, fábrica de campeões
Com uma população de 2 milhões de pessoas (equivalente a Manaus), a república eslovena é independente desde a queda do socialismo iugoslavo nos anos 90. A Eslovênia é um pequeno país na região dos Bálcãs um pouco menor que o estado brasileiro de Sergipe. A economia do país é baseada principalmente na metalurgia, maquinário de transporte e químicos.
Contando com uma equipe de ciclismo continental, a Adria Mobil e a Ljubljana Gusto, a quantidade de ciclistas profissionais produzida no país é surpreendente. São nove ciclistas no WorldTour e vinte e quatro ciclistas continentais.