romanetto wrote:Acho isso lindo. Não obstante, se colocarmos no Youtube vemos os chineses proceder da mesma forma, uma vez que a produção do carbono é algo ainda um tanto artesanal.
Na realidade, o que me impressiona mais são as tecnologias, a engenharia de produção, a pesquisa científica sobre o produto a ser lançado.
A questão da automação industrial ou produção artesanal é um detalhe de saudosismo ou até de luxo. Pois, sem dúvida, a mão humana erra mais que uma máquina pré-programada para realizar a tarefa. A linha amarela do metrô, Marino, que pegamos muitas vezes, é operada por um maquinário a distância (não tem maquinista no trem, repare) e a chance de erro é ainda menor que a das outras linhas operadas pelo Metrô (a linha amarela é concessionada pela ViaQuatro e não pela Cia do Metrô).
A questão é que se tem a sensação de que não é um produto feito em escala industrial, mas que é um produto artesanal, artístico, algo até exclusivo. O que ocorre com a Ferrari, p.ex., e com outras marcas de luxo. No entanto, a ideia de que o toyotismo não chegou na produção de bicicleta é apenas um fetiche de ilusão. Para nosso gosto apaixonado, vale a pena acreditarmos nisso. Do ponto de vista da produção sociometabólica do capital, não faz o menor sentido, é uma piada pífia.
Marromeno.
Na hora da montagem da bicicleta, na fábrica da Giant é como uma linha de produção de carros. O quadro vai passando e cada "chinês" é responsável por "apertar um parafuso" em outras fábricas não é assim, é uma pessoa para montar a bicicleta inteira.
Deve existir um motivo para a Giant Propel ser feita na Holanda.
Outra coisa, cada funcionário ali da Campagnolo por exemplo não está ali só para receber salário. Podem ter certeza que o cara gosta do que faz.
E entre um cara que gosta do que faz e trabalha 8 horas por dia e um escravo que trabalha 20 horas e está ali para ter um quarto e comida quem você acha que erra mais?
Se por um lado uma máquina erra menos que uma pessoa, por outro lado não existe nenhuma máquina capaz de produzir tudo que uma mão faz.
É uma questão de mentalidade. Os chineses preferem fabricar 1 bilhão de qualquer coisa e vender por 20 centavos. Os europeus preferem fazer 1000 e vender a 1$. A ideia não é simplesmente ganhar dinheiro, é bem mais que isso.
Uma curiosidade é que os fabricantes italianos de quadros (acho que de qualquer coisa também) fazem seus produtos pensando no gosto do mercado interno. Claro que tem interesse no mercado externo, mas eles concebem o produto pensando no gosto deles e sabem que agradam muita gente de fora também. Vocês não imaginam a choradeira quando a Pinarello lança uma F8 que claramente não é do gosto dos italianos.
Nem estou falando aqui quem está certo e quem está errado. Mas a mentalidade das empresas diferem muito umas das outras. Aí cada um escolhe a que te agrada mais. Fabricantes do mundo inteiro já mostraram que tem mercado para o seu produto.