Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

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Papillon
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Papillon »

Exato, a saber os sindicatos de restaurantes e comercio apoiaram o Serra, em vingança o Haddad aprovou o comércio ambulante livre e agora os jornais tem publicado "novidades", concordo que algumas são legais mas olhando o bojo da coisa:

1. O sujeito que abre um restaurante na vila madalena, precisa pagar e bem caro pelo ponto, contratar um arquiteto para reformar, um engenheiro para supervisionar, um sanitarista para atender as diversas normas de higiene, etc... gasta milhares de reais nisso.

2. Por conta da vingança, eu posso comprar uma saveiro, um kit saveiro hot-dog ou seja lá o que, ocupar uma vaga de estacionamento 'como se fosse um ponto' e vender na frente do STOP DOG e nada me impede.

Higiene e conservação desses alimentos? O pessoal só vai correr atrás depois que o primeiro morrer.

moral da história, o fato de liberar não deveria ser anarquizar e sim estabelecer parâmetros e fazer uma concorrência para que fossem distribuídos e atingidos diversos pontos na cidade onde falte alternativas para alimentação, nesse ponto o prefeito convenientemente esqueceu-se de seu lado socialista.
T-Rodman
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by T-Rodman »

o primeiro passo a ser tomado é esse: assumir os erros.

Aqui no BR, ultimamente estamos estabelecendo a cultura do não pode, do medo e da segregação e intolerância.

Mas por pior coisa que você faça, dificilmente vai parar realmente atrás das grades, ou seja, esse sentimento de impunidade arrebenta com qualquer coisa - exceto a preocupação de levar um processo na cabeça durante sua vida, e ter de pagar uma parte da mesada pra um advogado. Fora a 'dor de cabeça', tem nada.

E isso vai perdurar?
- pelo jeito sim.
Tão mandando a policia ir atrás de bandido ao invés dela quebrar o esquema de venda de ingressos feitas por ex-jogadores (é crime do mesmo jeito, crime 'branco', mas é crime).

Difícil esperar algo quando a população ainda joga umas coisas dessas mostrando o que é o 'senso comum'. Então também, não dá pra deixar tanto de ser paternalista se tem gente que não pensa. Soda.
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Mnel
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Mnel »

Papillon, nos EUA os grandes sindicatos sao fortissimos, para demitir funcionarios desses sindicatos é umparto. Um exemplo sao os aeroviarios de la. No Canada e França mais fortes ainda. As vezes temos uma visao que no EUA é tudo mais simples, mas nao é verdade. Se fosse bom assim, eles nao contratavam ilegais com tanta frequencia.
T-Rodman
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by T-Rodman »

1. the neighbours field is always greener, but no so greener.

2. sempre que penso em sindicatos, eu lembro desse artigo, rs
https://www.youtube.com/watch?v=dc7CtwKVuZ8" target="_blank
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Marcelo Marino
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Marcelo Marino »

Iberê wrote: Não tenho problema nenhum com redução da carga horária, mas as medidas trazem impactos: quem vai pagar a conta e/ou receber a benesse?

quanto ao suor alheio marino, não é por acaso que na um monte de francês está mudando para bélgica, luxemburgo, mônaco. A parte cultural não discuto, até pq entre pessoas com a mesma criação tem vontades de se preparar para o mercado de trabalho, de trabalhar e de ser produtivo diferentes.

estudei mais que meus irmãos e trabalho muito mais do que eles, em breve devo estar ganhando mais do que eles, para isso abri mão de inúmeras coisas ao longo de toda a minha vida, coisa que eles não fizeram. Consideraria extremamente injusto eu ter que compulsoriamente garantir o mesmo padrão de vida que eu terei para meus irmãos.

Então, mas você considera que reduzindo a carga horária obrigatoriamente a produção reduz. Eu te digo que é possível manter ou até mesmo aumentar a produção com a redução da carga horária. Mas o empregador tem até arrepios se ouve isso. Na verdade ele se importa mais com horas do que com produção e eu acho um erro brutal isso.
Se a produção vai se manter a mesma não existe motivo para ninguém pagar nada.

Não sei bem de quem você está falando que está saindo da França, mas com a crise na Europa muitas pessoas foram trabalhar em outros países. Crise é uma coisa passageira e pode ter certeza que eles vão sair do "buraco" e pode ter certeza também que os trabalhadores vão voltar para o seu país de origem.
Se está falando dos milionários que vão para Mônaco para não pagar imposto, que se danem. Eles não pagam os impostos mesmo, tchau, o país tem uma classe média forte o suficiente para se manter.

Esse merecimento que você fala é uma coisa discutível. Eu escolhi a minha profissão por gosto e não pelo salário. Enquanto você estava estudando, seu irmão poderia já estar trabalhando por ter escolhido uma profissão que precisa de menos estudo. E outra é difícil dizer quem merece mais. Quer um exemplo?
Enquanto eu estou lá sentado, no ar condicionado, o operário da obra está carregando saco de cimento na cabeça ou pior, está cavando terra dentro de um buraco sob um calor infernal. Ah mas o trabalho braçal não é valorizado e sim o intelectual.
Te dou um outro exemplo. Um operador de guindaste tem uma responsabilidade do cão, tem que estudar para mexer aquela porra toda direito e eu... estou lá no ar condicionado. São responsabilidades diferentes, são trabalhos importantes para a realização de uma obra e ninguém é melhor do que o outro. Cada um escolheu o que queria fazer da vida.

Um amigo trabalhou como engenheiro na Inglaterra e ganhava pouco mais de um salário mínimo, acho que umas 300 libras a mais que um jardineiro, um operário. Por que ele deveria ganhar 10, 20 vezes mais que o outro?

E outra, o que você talvez não perceba é que muita gente ganha com uma sociedade mais igual. Se você for a um país com uma distribuição de renda melhor olhe as pessoas e veja que não da para saber quem é pobre quem é rico. Isso é fantástico, todos tem uma vida do mesmo nível, podem frequentar os mesmos lugares, ter os mesmos hábitos.
Não é só questão de dinheiro (é também). Eu tenho certeza que viveria melhor na França com menos dinheiro do que aqui com mais.
Acho que conseguiria escrever uma página aqui sobre isso, mas não vai adiantar. Tem que ir, observar e ver que é muito melhor assim.
Não estou aqui dizendo que o salário tem que ser igual para todo mundo (detesto o comunismo), tem que ser mais próximo um do outro, não 10x,20x maior.
Nunca medir a altura da montanha até chegar ao topo. Em seguida verá o quão baixa ela era.
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Iberê
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Iberê »

Marcelo Marino wrote: Então, mas você considera que reduzindo a carga horária obrigatoriamente a produção reduz. Eu te digo que é possível manter ou até mesmo aumentar a produção com a redução da carga horária. Mas o empregador tem até arrepios se ouve isso. Na verdade ele se importa mais com horas do que com produção e eu acho um erro brutal isso.
Se a produção vai se manter a mesma não existe motivo para ninguém pagar nada.
em momento algum considerei que redução de carga de trabalho é igual a diminuição da produção, tanto que até considerei as possíveis benesses. O empresário esperto deseja o melhor custo benefício, se o melhor custo benefício é com redução da carga de trabalho ele será favorável a isso, mas talvez a legislação brasileira não seja muito propícia a fazer o empreendedor pensar dessa maneira. Para a redução da carga de trabalho manter a produtividade preciso de funcionários mais eficientes, e isso não se conquista de uma hora para outra, portanto em curto e médio prazo posso considerar que redução de carga de trabalho é igual a mais postos de trabalho, mais funcionários, mais imposto para pagar, maior chance de problemas trabalhistas, mais gente para se preocupar, e por ai vai. Lógico que pensando superficialmente a resolução parece óbvia, mas quando nos colocamos na pele do empresário, principalmente pequeno e médio empresário, a coisa muda. O problema do nosso país é que as escolas são baseadas nas concepções do gilberto freire, todo mundo termina o colegial com a ideia de que a sociedade é polarizada, o empresário é o burguês filho da puta explorador do proletariado, que ganha fortunas em cima do trabalhador honesto.
Marcelo Marino wrote: Não sei bem de quem você está falando que está saindo da França, mas com a crise na Europa muitas pessoas foram trabalhar em outros países. Crise é uma coisa passageira e pode ter certeza que eles vão sair do "buraco" e pode ter certeza também que os trabalhadores vão voltar para o seu país de origem.
Se está falando dos milionários que vão para Mônaco para não pagar imposto, que se danem. Eles não pagam os impostos mesmo, tchau, o país tem uma classe média forte o suficiente para se manter.
gosto desses paradoxos, se a classe média é forte o suficiente para se manter pq precisa aumentar a carga tributária dos mais abastados?
Marcelo Marino wrote: Esse merecimento que você fala é uma coisa discutível. Eu escolhi a minha profissão por gosto e não pelo salário. Enquanto você estava estudando, seu irmão poderia já estar trabalhando por ter escolhido uma profissão que precisa de menos estudo. E outra é difícil dizer quem merece mais. Quer um exemplo?
Enquanto eu estou lá sentado, no ar condicionado, o operário da obra está carregando saco de cimento na cabeça ou pior, está cavando terra dentro de um buraco sob um calor infernal. Ah mas o trabalho braçal não é valorizado e sim o intelectual.
Te dou um outro exemplo. Um operador de guindaste tem uma responsabilidade do cão, tem que estudar para mexer aquela porra toda direito e eu... estou lá no ar condicionado. São responsabilidades diferentes, são trabalhos importantes para a realização de uma obra e ninguém é melhor do que o outro. Cada um escolheu o que queria fazer da vida.
não sou eu quem determina os salários, é o mercado, cabe a nós aceitá-lo ou não, cada um fez as próprias escolhas ponderando os possíveis riscos e retornos.
o operário carregando saco de cimento tem que responsabilidade social no emprego dele? se ele não fizer o trabalho direito vai acontecer o que? atrasar a entrega da obra. E se o engenheiro não fizer o trabalho dele direito, o prédio cair, calcule os riscos de cada posição... se o pedreiro cagar na mistura do cimento e ferrar a obra quem assume a responsabilidade? o engenheiro que deveria estar fiscalizando e assinou o projeto. A disparidade me parece plausível, no BR ela é acentuada por questões sociais, em SP falta engenheiro competente, mas pedreiros chegam centenas diariamente de pau de arara, lei do mercado.
Marcelo Marino wrote: Um amigo trabalhou como engenheiro na Inglaterra e ganhava pouco mais de um salário mínimo, acho que umas 300 libras a mais que um jardineiro, um operário. Por que ele deveria ganhar 10, 20 vezes mais que o outro?

E outra, o que você talvez não perceba é que muita gente ganha com uma sociedade mais igual. Se você for a um país com uma distribuição de renda melhor olhe as pessoas e veja que não da para saber quem é pobre quem é rico. Isso é fantástico, todos tem uma vida do mesmo nível, podem frequentar os mesmos lugares, ter os mesmos hábitos.
Não é só questão de dinheiro (é também). Eu tenho certeza que viveria melhor na França com menos dinheiro do que aqui com mais.
Acho que conseguiria escrever uma página aqui sobre isso, mas não vai adiantar. Tem que ir, observar e ver que é muito melhor assim.
Não estou aqui dizendo que o salário tem que ser igual para todo mundo (detesto o comunismo), tem que ser mais próximo um do outro, não 10x,20x maior.
- quando pensamos nos salários em londres voltamos a questão do mercado
- não me iludiria com essa "igualdade", certamente são menos desiguais que por aqui, mas um exemplo claro é observar as pessoas que andam de metrô e ônibus em Paris, no metro praticamente todo mundo anda, já no ônibus, que atende áreas mais suburbanas o perfil de usuário é bem diferente, dá para ver perfeitamente que no ônibus o sangue da joana d'arc corre bem menos, o mesmo serve para Boston, NY, Londres, Barcelona, São Paulo. Essa desigualdade também se observa nos restaurantes, nas universidades e nos parques e praças mais centrais.
- a minha opinião é que a vida na europa não é melhor pq a desigualdade é menor, é pq lá a educação é valorizada (não sei quanto aos imigrantes) há anos, brasileiro valoriza diploma não educação de qualidade. Nossa falta de preparo para o mercado nos faz extremamente pouco atrativos para o investidos estrangeiro por falta de mão qualificada, e pouco competitivos no mercado externo por falta de eficiência, junte a isso o fato de termos leis que dificultam a vida do empresário (abrir e fechar empresas, contratar e demitir funcionários), impostos altíssimos para manter uma máquina burocrática estatal ineficiente, e a cultura brasileira de depender do paternalismo do Estado temos tudo para continuar com todas essas desigualdades que você não gosta e continuar dependendo de programas do governo de redistribuição de renda e injeção irresponsável de dinheiro na economia para continuar parecendo que está indo tudo bem.
O BR deve ser o país não comunista do mundo que tem a maior proporção de adulto economicamente ativo afastado do trabalho para ficar estudando para concurso público, e muitas vezes não é um cara mal preparado, é um cara bem preparado, que fez uma boa faculdade, que o mercado certamente desejaria, que em qualquer outro lugar do mundo teria todas as condições de crescer profissionalmente, e aqui prefere ficar 3, 4 anos estudando para virar burocrata e trabalhar para o governo que tanto critica, tem alguma coisa muito errada.


minhas férias estão acabando, devo desaparecer novamente
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Marcelo Marino
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Marcelo Marino »

Iberê wrote: gosto desses paradoxos, se a classe média é forte o suficiente para se manter pq precisa aumentar a carga tributária dos mais abastados?
Para ter um país mais justo e melhor para se viver, redistribuindo as riquezas do país de forma mais igual. Eu não acho justo entrar na mesma alíquota de imposto de renda do Eike Batista.
Iberê wrote: não sou eu quem determina os salários, é o mercado, cabe a nós aceitá-lo ou não, cada um fez as próprias escolhas ponderando os possíveis riscos e retornos.
Uma vez ouvi isso de um chefe meu. O "mercado" mudou no momento que avisei que estava indo embora.
Iberê wrote: em SP falta engenheiro competente
Desculpa, mas não é isso não. A engenharia poderia ser muito melhor do que é, mas isso não depende de mim, nem do meu chefe, depende de um investidor menos ganancioso.
Iberê wrote: o operário carregando saco de cimento tem que responsabilidade social no emprego dele? se ele não fizer o trabalho direito vai acontecer o que?
Se ele não fizer, o prédio não sobe e o investidor perde seus milhões, só isso. Os operários franceses (entre outros claro) perceberam seu valor. Os brasileiros construíram os estádios da Copa dando sua vida até e nem poder assistir a um jogo eles tem condições. Burramente não perceberam o bom momento e não pediram melhores condições de trabalho.

Iberê wrote: a minha opinião é que a vida na europa não é melhor pq a desigualdade é menor, é pq lá a educação é valorizada (não sei quanto aos imigrantes) há anos, brasileiro valoriza diploma não educação de qualidade
Eu já acho que é o contrário. Lá qualquer profissão tem o seu valor e respeito por parte de todos, basta faze-la bem feita. Aqui para ser alguém na vida (expressão horrorosa diga-se de passagem) você precisa fazer uma faculdade.
Nunca medir a altura da montanha até chegar ao topo. Em seguida verá o quão baixa ela era.
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Iberê »

Marcelo Marino wrote: Para ter um país mais justo e melhor para se viver, redistribuindo as riquezas do país de forma mais igual. Eu não acho justo entrar na mesma alíquota de imposto de renda do Eike Batista.
o eike não é referência pq cresceu as custas do governo e nunca produziu nada efetivamente tanto que quebrou, ele tem que pagar imposto pq recebeu muito suporte estatal, mas considerando alguém que passou a vida dando a cara a tapa e conseguiu sucesso a coisa muda. De qualquer maneira o paradoxo continua, a classe média é forte e não precisa dos mais abastados, mas cobra imposto mais alto deles. Para mim isso é igual a: a classe média é forte, mas não o bastante, e se quisermos manter todas as mordomias ofertadas pelo estado precisaremos exigir uma contribuição maior de quem "é mais produtivo"
Marcelo Marino wrote:
Iberê wrote: não sou eu quem determina os salários, é o mercado, cabe a nós aceitá-lo ou não, cada um fez as próprias escolhas ponderando os possíveis riscos e retornos.
Uma vez ouvi isso de um chefe meu. O "mercado" mudou no momento que avisei que estava indo embora.
isso se chama negociação, seu chefe achou que não encontraria um funcionário igualmente competente pagando o mesmo tanto, ou que o processo não valeria a pena. Você considerou que o mercado não te pagaria o mesmo tanto/ou não valeria a pena procurar outro emprego e optaram por manter o vínculo, o mercado continuou o mesmo, a avaliação dele pelas partes foi diferente
Marcelo Marino wrote: Desculpa, mas não é isso não. A engenharia poderia ser muito melhor do que é, mas isso não depende de mim, nem do meu chefe, depende de um investidor menos ganancioso.
o investidor é ganancioso e a sociedade aceita, exemplo é a indústria automobilística. Quanto a falta de profissionais gabaritados do BR (engenheiros ou não) não é opinião minha apenas: http://www.theguardian.com/world/2011/m ... langellier; http://www.reuters.com/article/2012/08/ ... 2920120824; http://www.nytimes.com/2008/07/02/busin ... d=all&_r=0; http://www.bbc.com/news/world-us-canada-17642138.
E na mina opinião o programa ciência sem fronteiras é uma lástima, apesar da propaganda dizer o contrário (basta considerar que diminuíram a exigência do conhecimento de inglês para o programa porque as vagas disponibilizadas não estavam sendo preenchidas, ao invés de ensinar inglês direito e preencher as vagas resolveram usar dinheiro do contribuinte para pagar intercâmbio com finalidade de ensinar inglês para os universitários do prouni, mas quem se importa?)
Marcelo Marino wrote: Se ele não fizer, o prédio não sobe e o investidor perde seus milhões, só isso. Os operários franceses (entre outros claro) perceberam seu valor. Os brasileiros construíram os estádios da Copa dando sua vida até e nem poder assistir a um jogo eles tem condições. Burramente não perceberam o bom momento e não pediram melhores condições de trabalho.
se ele não fizer ele é demitido e colocam outro no lugar dele, se ele cagar e der tudo errado quem paga a conta final é o empreiteiro.
Marcelo Marino wrote: Eu já acho que é o contrário. Lá qualquer profissão tem o seu valor e respeito por parte de todos, basta faze-la bem feita. Aqui para ser alguém na vida (expressão horrorosa diga-se de passagem) você precisa fazer uma faculdade.
não desrespeito um pedreiro, um faxineiro, ou qualquer outra profissão que exige um nível educacional menor, mas também não jogo meu dinheiro pela janela e nem obrigo a pessoa a trabalhar para mim. Ele cobra um preço que acha justa receber e eu pago um preço que acho justo pagar, o dia em que eu achar que não vale mais a pena contratar os serviços de um pintor vou eu mesmo pintar minha casa. Acontece que o quanto é justo receber varia de lugar para lugar, na Alemanha é caro para caramba e a maior parte da classe média passa o verão fazendo por conta própria os acertos que precisam ser feitos, e duvido que algum pedreiro olhe um senhorzinho já sem condições de fazer tudo por conta própria, se comova e trabalhe de graça, já no BR é bem mais viável contratar alguém. E isso tem muito a ver com a disponibilidade desse profissional no mercado, basta ver o exemplo brasileiro das empregadas domésticas que nos últimos 20 anos começaram a migrar para outras profissões e agora estão cobrando bem mais do que antigamente, talvez um dia cheguemos a uma realidade próxima da norte-americana, onde ter uma diarista é praticamente inviável (comecem a produzir lava-louça e secadora de roupas)
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Papillon
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Papillon »

E estratégia da sobretaxação só funciona quando o oprimido não pode fazer nada, quando pode ele junta as malas (de dinheiro) e se manda. A legislação europeia nesse caso foi no mínimo ingênua, poderiam ter feito bem diferente se estimulassem que esses ricos colocassem esse dinheiro no mercado.

Marino, posso citar um "bom punhado" de mestres de obra que ganham mais que eu e você somados, o bom profissional esta em muita falta nesse caso. Iberê, um pedreiro que saiba "um mínimo" (digamos aqui um pedreiro pleno) suficiente para trabalhar em uma construtora média ganha mais que um arquiteto ou engenheiro com pouca experiência na mesma construtora. Por outro lado pode-se escolher também o poder público, ontem falei com uma arquiteta com 24 anos de experiência em legislação, salário base na prefeitura R$1.800 (e com a responsabilidade civil e criminal caso aprove algo fora da lei) sendo que o atendente de balcão recebe R$1.200.

Ou seja em alguns aspectos a igualdade já chegou aqui.

Sobre a negociação chefe-empregado, sempre vai depender de um primeiro passo e é muito raro esse passo ser dado pelo patrão a não ser que seja para lhe demitir.

Por falar na ganância do investidor, deixa demonstrar porque essa ganância se faz necessária:

O Brasil tem a segunda maior taxa de juros do planeta, isso significa que todo processo que gere lucro para o investidor precisa dar mais lucro que essa taxa de juros, caso contrário ele fica coçando a bola esquerda e vendo o dinheiro se valorizar "limpinho" pois ele vende o título do tesouro na hora que quiser.

Então só olhando esse aspecto o nosso investidor precisa lucrar 11% a mais que o investidor americano ou europeu ao ano para empatar.

Como sabemos existem vários meios de investir, um deles é a construção, tal investidor coloca dinheiro em um negócio que vai levar entre 43 e 48 meses para retornar "fora" eventuais atrasos, então ele precisa ser remunerado melhor pela perda de liquidez.

Ai vem a construtora, que precisa ter seguro de obra, um baita dep. jurídico pois invariavelmente tem 2-3 processos por prédio, e o conhecido custo para pagar impostos, além de equipe de garantia.

Tudo isso vai em cadeia mordendo fatias do rendimento dos envolvidos no negócio, traduza isso para qualquer negócio e temos boa parte da resposta do tal custo Brasil, e olha que nem mencionei os impostos propriamente.

Apenas para arrematar, hoje a faxineira já não esta tão em voga como alguns anos atrás, ela deixou de ser a serviçal que recebia uma miséria por mês e hoje trabalha por conta cobrando 100-120/dia, isso dá 2.000 a 2.400, ganha um salário líquido maior que arquiteto na prefeitura, motivo pelo qual a classe média não costuma mais ter faxineira todo dia e sim 1-2x por semana.
Papillon
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Papillon »

Xo aproveitar e citar faixas de arrecadação de impostos:

14% - Costa Rica
18% - Chile, China
23% - Uruguai
27% - EUA, Coreia do Sul e África do Sul
30% - México, Japão, Suíça e Australia
37% - Brasil, Rússia, Espanha, Portugal
44% - França, Suécia, Noruega e Cuba

Adivinha em qual desses países o povo é mais feliz?

Não é preciso pensar muito para ver que não é a quantidade de impostos recolhidos que faz um país melhor ou não e sim como é aplicado e o tamanho do estado na sociedade e como o governo de cada país aplica esse dinheiro ao longo dos anos.

Como referência histórica lembro que Tiradentes morreu por 1/5 (20%), tudo bem a história é outra mas esse é o fato que fica.

Em 95 nossa carga tributária era 27% do Pib hoje raspa em 37%, e convenhamos o país não esta nem de longe fazendo os investimentos necessários em infraestrutura, só a burocracia direta custa 46 bilhões ano, o dobro do custo do bolsa família. Nós hoje não só arrecadamos proporcionalmente mais, mas arrecadamos muito mais já que o pib cresceu exponencialmente nesses anos, o que deveria ter levado o governo a gastar menos em proporção e esse diferencial ser destinado a investimentos, mas o que ocorreu foi o contrário, a máquina gulosa do estado só faz gastar mais.

Em valores atuais a arrecadação do governo é maior que o PIB de 95, dava para fazer mais, dava para fazer melhor.
Vocês sabem que sou direitista e por ser direitista prefiro as coisas mais iguais, mas nem isso ocorre aqui, quem paga mais imposto é o coitado que recebe menos, pois nosso governo achou meios mais fáceis de se taxar produtos e não renda/lucro, assim... os produtos e serviços básicos respondem pela maior fatia de impostos.

Estou falando de comida, combustíveis, energia e água! E ai vem um apedeuta qualquer e dá isenção para carros...faça-me rir.
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Adriano »

Esse "índice de felicidade" é muito subjetivo, e não vejo muita utilidade prática nele. Esse ranking foi feito com base em fatores bastante discutíveis para se analisar o quão feliz uma nação é de fato.
"Treinamento é como lutar com um gorila. Você não pára quando você está cansado. Você pára quando o gorila está cansado." (Greg Henderson)
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by T-Rodman »

pelo índice de felicidade a solução é ganhar a Copa.
Brasil tem vários booms economicos relacionados às Copas.
So be it
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Marcelo Marino
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Marcelo Marino »

Iberê wrote: o investidor é ganancioso e a sociedade aceita, exemplo é a indústria automobilística. Quanto a falta de profissionais gabaritados do BR (engenheiros ou não) não é opinião minha apenas: http://www.theguardian.com/world/2011/m ... langellier; http://www.reuters.com/article/2012/08/ ... 2920120824; http://www.nytimes.com/2008/07/02/busin ... d=all&_r=0; http://www.bbc.com/news/world-us-canada-17642138.)
Eu estava me referindo aos engenheiros somente, algumas reportagens já tratam de outras funções.
Só uma coisa, são os países desses jornais que vem aqui espionar o que a engenharia brasileira desqualificada anda fazendo.

A Embraer está cada vez mais tomando mercado de empresas importantes com seus engenheiros desqualificados.
Petrobrás* detem uma tecnologia de extração de petróleo em águas profundas que os engenheiros qualificados não são muito bons.

*A merda que vem se tornando a Petrobrás tem a ver com administração e política, não com engenharia.

Fazer aviões é uma coisa nova para o Brasil, então não vejo nada de anormal a Embraer dar esse curso, mas feito isso os engenheiros estão qualificados, vide os resultados.
Empresas importantes geralmente se preocupam com o aperfeiçoamento constante de seus funcionários.

O Brasil começará a produzir submarinos nucleares em breve. Sabe quantos países tem condições de produzir?
Aliás, a forma de enriquecer o urânio para usar nos submarinos foi desenvolvida aqui e custa menos do que a dos engenheiros qualificados.

Quando se quer fazer engenharia de ponta aqui, se faz, em muitos casos ela não é feita em busca de um lucro maior.
Nunca medir a altura da montanha até chegar ao topo. Em seguida verá o quão baixa ela era.
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Papillon »

[quote="Adriano"]Esse "índice de felicidade" é muito subjetivo, e não vejo muita utilidade prática nele. Esse ranking foi feito com base em fatores bastante discutíveis para se analisar o quão feliz uma nação é de fato.[/quote

sim sim, foi um cheat proposital :lance7
T-Rodman
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by T-Rodman »

Papillon wrote:14% - Costa Rica
18% - Chile, China
23% - Uruguai
27% - EUA, Coreia do Sul e África do Sul
30% - México, Japão, Suíça e Australia
37% - Brasil, Rússia, Espanha, Portugal
44% - França, Suécia, Noruega e Cuba
Tem aquele índice de preço mundial de uma latinha de coca-cola ou cafezinho, ou bigmac... prefiro até esses índices do que falar que o Brasil empata com Portugal e Espanha... porque nas minhas contas não empata - e o BR já passou os 44%.
:vino1
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Iberê
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Iberê »

Marcelo Marino wrote:
Iberê wrote: o investidor é ganancioso e a sociedade aceita, exemplo é a indústria automobilística. Quanto a falta de profissionais gabaritados do BR (engenheiros ou não) não é opinião minha apenas: http://www.theguardian.com/world/2011/m ... langellier; http://www.reuters.com/article/2012/08/ ... 2920120824; http://www.nytimes.com/2008/07/02/busin ... d=all&_r=0; http://www.bbc.com/news/world-us-canada-17642138.)
Eu estava me referindo aos engenheiros somente, algumas reportagens já tratam de outras funções.
Só uma coisa, são os países desses jornais que vem aqui espionar o que a engenharia brasileira desqualificada anda fazendo.

A Embraer está cada vez mais tomando mercado de empresas importantes com seus engenheiros desqualificados.
Petrobrás* detem uma tecnologia de extração de petróleo em águas profundas que os engenheiros qualificados não são muito bons.

*A merda que vem se tornando a Petrobrás tem a ver com administração e política, não com engenharia.

Fazer aviões é uma coisa nova para o Brasil, então não vejo nada de anormal a Embraer dar esse curso, mas feito isso os engenheiros estão qualificados, vide os resultados.
Empresas importantes geralmente se preocupam com o aperfeiçoamento constante de seus funcionários.

O Brasil começará a produzir submarinos nucleares em breve. Sabe quantos países tem condições de produzir?
Aliás, a forma de enriquecer o urânio para usar nos submarinos foi desenvolvida aqui e custa menos do que a dos engenheiros qualificados.

Quando se quer fazer engenharia de ponta aqui, se faz, em muitos casos ela não é feita em busca de um lucro maior.
marino, a questão não é que não existem, a questão é que eles são raros, e os poucos bons vão direto para embraer, petrobrás, e mais uma ou outra empresa. Temos ótimas escolas de engenharia no país, ITA, POLI, EESC, UNESP, para ficar em SP, mas os engenheiros formados por instituições desse gabarito são minoria. Qual o interesse de uma empresa de fora em ir para um país com regulações trabalhistas e ambientais complexas, alto custo de manutenção do setor produtivo e tendo que contratar engenheiros com capacitação UniBozo (reconheço a generalização, nem todos da Poli são bons nem todos da UniNove são ruins)? Isso só acontece com setores de certeza de grande retorno do investimento garantidas pelo governo, por exemplo, o automobilístico, por exemplo, e ainda assim geralmente os projetos dos carros que chegam aqui já estão um pouco ultrapassados, e ninguém pensa em abrir um centro de desenvolvimento tecnológico por aqui.
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