Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

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Marcelo Marino
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Marcelo Marino »

Adriano wrote:
uloureiro wrote:Esse conformismo de que "no Brasil é assim mesmo" é que dá energia pra tudo continuar como está, ou piorar. Sim, isso que envolve esse esquema maluco é Brasil. E eu acho que só aqui essa safadeza acontece. De onde vocês acham que vem o "problema crônico da inflação" que todo mundo fala mas ninguém sabe por que acontece? Ah, oferta e demanda? Uma ova! É safadeza do empresariado. Eu ponho o preço que eu quero e você paga. Nós combinamos uma margem altíssima para todo mundo pensar que o preço é esse mesmo e todo mundo (digo, todo mundo safado) fica feliz.

Daí quando chega alguém com honestidade como princípio, os cães mostram os dentes.
Não meu caro, a inflação não é culpa do empresariado. A inflação é culpa quase que exclusiva do governo. O que gera inflação é a desvalorização da moeda, que é resultado da excessiva impressão de moeda (criar dinheiro do nada). Para entender melhor as verdadeiras causas da inflação, recomendo essa longa porém muito elucidativa leitura: "O que o governo fez com o nosso dinheiro?", disponível em http://mises.org.br/Ebook.aspx?id=92" target="_blank.
A questão não é tão simples assim, um mero cartel de empresários. É fato que os preços no Brasil são altos porque a margem de lucro é grande, mas a inflação tem outras causas. O governo está injetando mais dinheiro na economia do que ela é capaz de absorver, se a situação não for revertida logo em poucos anos teremos mais uma bolha estourando.
Acontece que estamos vendo produtos (de vários ramos, não só de bicicletas) subirem de preço mais que o índice da inflação. Tudo bem, o governo maquia esse valor, mas já vi produtos subirem 100% de preço em poucos anos.
Você para poder comprar esse produto sobe (se puder) o preço do seu trabalho também, porque seu dinheiro não compra mais o que comprava antes. Aí vai virando essa reação em cadeia.
Nunca medir a altura da montanha até chegar ao topo. Em seguida verá o quão baixa ela era.
Dag Hammarskjöld
Adriano
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Adriano »

Worf wrote:Não é verdade que não há mercado para produtos de luxo no Brasil. Aqui é a Bélgica não o Congo. É um dos maiores mercados de produtos 'high end' do mundo. Como desenvolver um novo segmento como o de bicicletas de alta qualidade seria o desfio, mas faltam empresários com apetite para risco.
Fica-se culpando o estado de bem estar "tropical" e o samba por tudo, mas vejam: Ocorreu o que o empresariado queria, criaram-se as condições para que os juros baixassem e o real desvalorizasse, exatamente o que o empresariado dizia ser necessário para investir e o que fizeram? Pararam de investir e a opinião geral é de que a culpa é do governo que muda constantemente as regras do jogo.
Aja paciência.
Em parte eu concordo com os empresários. O governo Dilma é extremamente interveniente no mercado. Veja a trapalhada que ela fez com o setor sucroalcooleiro, com essa política de segurar artificialmente o preço da gasolina (sem cortar impostos, apenas limando o lucro da PeTrobrás) quebrou várias empresas produtoras de álcool. Veja o que ela fez com o setor energético, abaixou os preços na marra, quebrando contratos, tudo pelo populismo. O que um empresário mais teme é que se mudem as regras no meio do jogo, que não se respeitem contratos, e nisso os governos populistas da América Latrina tem expertise. Vejam o caminho que a Argentina tomou, e que mais recentemente a Venezuela está tomando, empresário nenhum é louco de investir nesses países. E o PT é muito alinhado ideologicamente com essa gente, Dilma está se saindo pior que o Lula nesse ponto. Ela já fudeu a economia e a coisa vai degringolar ainda mais se ela se reeleger. Fornecedores do governo federal estão com seus pagamentos atrasados, porque o governo gasta muito mais do que arrecada. O governo está se financiando por meio de emissão de títulos da dívida pública, isso é a receita para o fracasso. Mas como o horizonte dos políticos se extende no máximo até as próximas eleições, eles tocam o foda-se e deixam a coisa rolar, já que a bomba vai estourar na mão de outros mesmo.
Last edited by Adriano on Thu 08 May 2014 18:30, edited 1 time in total.
"Treinamento é como lutar com um gorila. Você não pára quando você está cansado. Você pára quando o gorila está cansado." (Greg Henderson)
Adriano
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Adriano »

Marcelo Marino wrote:
Adriano wrote:
uloureiro wrote:Esse conformismo de que "no Brasil é assim mesmo" é que dá energia pra tudo continuar como está, ou piorar. Sim, isso que envolve esse esquema maluco é Brasil. E eu acho que só aqui essa safadeza acontece. De onde vocês acham que vem o "problema crônico da inflação" que todo mundo fala mas ninguém sabe por que acontece? Ah, oferta e demanda? Uma ova! É safadeza do empresariado. Eu ponho o preço que eu quero e você paga. Nós combinamos uma margem altíssima para todo mundo pensar que o preço é esse mesmo e todo mundo (digo, todo mundo safado) fica feliz.

Daí quando chega alguém com honestidade como princípio, os cães mostram os dentes.
Não meu caro, a inflação não é culpa do empresariado. A inflação é culpa quase que exclusiva do governo. O que gera inflação é a desvalorização da moeda, que é resultado da excessiva impressão de moeda (criar dinheiro do nada). Para entender melhor as verdadeiras causas da inflação, recomendo essa longa porém muito elucidativa leitura: "O que o governo fez com o nosso dinheiro?", disponível em http://mises.org.br/Ebook.aspx?id=92" target="_blank.
A questão não é tão simples assim, um mero cartel de empresários. É fato que os preços no Brasil são altos porque a margem de lucro é grande, mas a inflação tem outras causas. O governo está injetando mais dinheiro na economia do que ela é capaz de absorver, se a situação não for revertida logo em poucos anos teremos mais uma bolha estourando.
Acontece que estamos vendo produtos (de vários ramos, não só de bicicletas) subirem de preço mais que o índice da inflação. Tudo bem, o governo maquia esse valor, mas já vi produtos subirem 100% de preço em poucos anos.
Você para poder comprar esse produto sobe (se puder) o preço do seu trabalho também, porque seu dinheiro não compra mais o que comprava antes. Aí vai virando essa reação em cadeia.
Esse é o efeito perverso da inflação, ela sempre gera uma bola de neve. No caso de produtos que duplicam de valor em pouco tempo há claramente uma esperteza dos empresários, mas também uma parcela de culpa das pessoas que compram mesmo sabendo que está mais caro do que deveria. Em alguns setores esse aumento exponencial de preços deve-se à expansão creditícia. Isso é perfeitamente visível no setor imobiliário. Houve um boom do crédito nos últimos anos, a demanda excedeu a oferta e obviamente o preço disparou. Mas agora o mercado se arrefeceu, o endividamento da população está em níveis estratosféricos e há muitos imóveis em estoque esperando por compradores, porém o preço não cai (pelo contrário, continua subindo, porém de forma bem discreta). Mais uma anomalia do mercado brasileiro. As construtoras preferem ficar com imóvel encalhado a reduzir seus preços, pois sabem que cedo ou tarde alguém vai aparecer e pagar o valor pedido. Nem que isso demore alguns anos.
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Papillon »

Mais um liberal! :)

O mercado permite que o lojista/importador seja preguiçoso e ganancioso por conta dos dispositivos de proteção ao mercado. Porém o usuário esclarecido já dá de ombros, tomando o Caso 1 abaixo mesmo com os 60% de impostos o produto chega aqui por metade do preço cobrado pelo lojista (54x3.78x1.6= R$265) Ai você fala com qualquer lojista ele fala "ah essa marca é cara", bom peguemos agora o Caso 2 onde o produto chega por praticamente o mesmo preço (82x2.3x1.6=R$302), ambos vendem pouco, demoram a vender e o segundo produto inclusive ocupa mais espaço no estoque, não há desculpa o importador tem uma política agressiva para o produto em nosso mercado.

CASO 1.
http://www.cyclemotion.com.br/component ... -11-25-10v" target="_blank

http://www.merlincycles.com/campagnolo- ... 51003.html" target="_blank

Caso 2
http://www.cyclemotion.com.br/protecao/ ... es-competi" target="_blankção-estrada/capacete-cratoni-road-bullet-prata

http://www.chainreactioncycles.com/br/p ... -prod88194" target="_blank
Marcelo Marino
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Marcelo Marino »

Papillon wrote:Mais um liberal! :)
Saindo um pouco do assunto, mas de qualquer forma ainda estamos falando da mesma coisa.

Já ouviu falar em teorias (malucas...ou não) de que quem manda no mundo é um grupo de pessoas muito ricas? Illuminati, alto escalão da maçonaria, judeus muito ricos, banqueiros e por aí vai, são realmente quem manda na economia mundial.

Então meio que tanto faz ser liberal ou não, tudo vai ser voltado para o interesse de quem tem mais dinheiro já que os governantes são comandados por essas pessoas ou fazem parte desse grupo.

O Brasil não é um país totalmente liberal, mas veja, estamos reclamando que quem define o preço é uma empresa e não há nenhum controle sobre isso. Portanto, isso seria como a teoria acima em uma escala menor.
Nunca medir a altura da montanha até chegar ao topo. Em seguida verá o quão baixa ela era.
Dag Hammarskjöld
Wanderson Mata
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Wanderson Mata »

Brasileiro é um bicho preguiçoso.
Constatei isso trabalhando 10 anos na área contábil, sendo os dois últimos na área fiscal/tributária, a nossa carga tributária é alta, ok, mas..
Temos hoje os sistemas de cálculo de tributos lucro real( resultante da soma das receitas e eliminação das despesas e custos, assim chegamos na base real de cálculo), o lucro presumido( é feita uma presunção sobre todo o faturamento, chegando na base de cálculo presumido dependendo da atividade), e o simples, sistema simplificado de cálculo com alíquotas reduzidas e recolhidos em um único documento/boleto.
No LR, você tem que ter seus controles muito bem trabalhados, para de fato chegar na base de cálculo real do lucro ou prejuízo que teve, e, é muito mais "visado" para cair em fiscalização.
No LP, não é tão visado assim, já que os tributos serão calculados sobre somente seu faturamento.
No simples, há uma série de restrições que podem exclui-lo deste sistema, como por exemplo a média de seu faturamento nos últimos 12 meses ( o simples foi criado, inicialmente para auxiliar os empreendedores em seu início produtivo, retirando parte do peso tributário).
Só que, o camarada, por PREGUIÇA de controlar, de fato, suas movimentações, corre do LR como o diabo foge da cruz, ou por má gestão mesmo, pois não é difícil o principio de entidade ser jogado no ralo, e o "empresário" adquirir bens, ir a restaurantes, comprar ração pra cachorro, mandar o filho pros EUA, com os recursos da empresa.
Isso tudo somado ao espírito do "jeitinho brasileiro", joga esse bullshit todo na nossa cara :lance3
Agora usar de desculpa a carga tributária para a alta de margem de lucro é como acreditar que a mamãe Noel não pega ninguém na ausência do bom velhinho :basso2
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Pedaleiro »

POr este motivo que prefiro comprar fora, mesmo sendo tachado. Chega de sustentar esse sistema parasitário!
T-Rodman
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by T-Rodman »

Wanderson Mata wrote:Brasileiro é um bicho preguiçoso.
Constatei isso trabalhando 10 anos na área contábil, sendo os dois últimos na área fiscal/tributária, a nossa carga tributária é alta, ok, mas..
Temos hoje os sistemas de cálculo de tributos lucro real( resultante da soma das receitas e eliminação das despesas e custos, assim chegamos na base real de cálculo), o lucro presumido( é feita uma presunção sobre todo o faturamento, chegando na base de cálculo presumido dependendo da atividade), e o simples, sistema simplificado de cálculo com alíquotas reduzidas e recolhidos em um único documento/boleto.
No LR, você tem que ter seus controles muito bem trabalhados, para de fato chegar na base de cálculo real do lucro ou prejuízo que teve, e, é muito mais "visado" para cair em fiscalização.
No LP, não é tão visado assim, já que os tributos serão calculados sobre somente seu faturamento.
No simples, há uma série de restrições que podem exclui-lo deste sistema, como por exemplo a média de seu faturamento nos últimos 12 meses ( o simples foi criado, inicialmente para auxiliar os empreendedores em seu início produtivo, retirando parte do peso tributário).
Só que, o camarada, por PREGUIÇA de controlar, de fato, suas movimentações, corre do LR como o diabo foge da cruz, ou por má gestão mesmo, pois não é difícil o principio de entidade ser jogado no ralo, e o "empresário" adquirir bens, ir a restaurantes, comprar ração pra cachorro, mandar o filho pros EUA, com os recursos da empresa.
Isso tudo somado ao espírito do "jeitinho brasileiro", joga esse bullshit todo na nossa cara :lance3
Agora usar de desculpa a carga tributária para a alta de margem de lucro é como acreditar que a mamãe Noel não pega ninguém na ausência do bom velhinho :basso2
se fosse assim simples como matemática, tava tudo certo - mas não é o que a Purina luta numa ação tributária com o fisco há uns 20 anos, nem como a Nestlé, que tem uns 100 contadores dentro lá do escritório dela fala quando o fiscal vai lá e multa, e assim por diante.
o sistema tributário nosso é podre. gigantes não sabem como pagar imposto.
"ainda bem" que existe substituição tributária e o simples para as ME, mas esse é o fato: o sistema tributário aqui no BR não é 1+1=2, ou seja, não é simples aritmética.
fora isso, a Lei muda do dia pra noite, o fisco muda o regimento do dia pra noite, as alíquotas mudam do dia pra noite, o ISSQN, o cálculo substitutivo, tudo.
De estado pra estado, já muda o ICMS, tem de pagar o diferencial, tem de pagar em certos estados a entrada (tipo o RJ)

Eu já fiz umas contas. Um amigo reclamava que era muito caro certos produtos de ciclismo e queria abrir uma importadora. Bom, quando se é pequeno e tem um certo limite, vamos nos simples, na EPP, em sistemas de tributação 'decomplicados', mas basta crescer que daí nosso produto vai ficando caro igual qualquer outra importadora/distribuidora por aí, porque quanto maior, mais tributos, mais funcionários (carga trabalhista), e afins vai aumentando no esquema. Daí você vira um elefante branco como qualquer outra.

e se de um lado o sistema tributário, trabalhista e o fisco é uma bosta, de outro o empresariado também.
tamo fudido de qualquer lado.
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Wanderson Mata
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Wanderson Mata »

T, entendo, mas, concorda comigo que, se o empresário de fato souber administrar seu negócio, a carga tributária será o mínimo dos transtornos?
o nosso sistema tributário é complicado? sim, mas o pessoal não quer se dar ao trabalho de compreender e "trabalhar" usando isso a favor.
Já descrevi em outro texto sobre elisão fiscal, outra questão também, é a falta de maturidade para se trabalhar com relatórios contábeis, de entender e antecipar contigências, o caso que descreveu acima, foi, por utilização de créditos sem embasamento, o camarada os usa mas não sabe o por que usou, usou por que fulano já o fez, sem entender a essência.
Como disse, brasileiro é preguiçoso, não se dá ao trabalho de aprender a pescar, quer o peixe limpo.
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by T-Rodman »

então Wanderson. Tentando não ver empresas como entidades malvadas e sem escrúpulos, o que enxergo:
1. empresariado brasileiro tipicamente monta seu negócio - ou pra falir, ou se armando porque se um dia falir, a filha do presidente se salva.
2. empresas de capital estrangeiro tentam de todas as formas agir da melhor forma possível. também tomam na cabeça.

até Petrobrás tem casos assim, de tomar multas do fisco. Ainda que a própria PETR se utiliza do expediente de supremacia financeira. um advogado da PETR certa vez contou que foi multada pelo fisco por elisão fiscal, da seguinte forma: ela pagava R$ 30 em um cano chanfrado. Daí parou de comprar o cano chanfrado da empresa que vendia o cano, e começou a comprar o cano liso por R$ 10. E contratou uma empresa para chanfrar o cano por R$ 5 - logo ela estaria pagando agora R$ 15 pelo cano chanfrado. Não é que o fisco estadual autuou a empresa que vendia o cano e a PETR? foi algo assim, pra se ter idéia.

do meu lado pessoal. Sou PF. Quando o Lula lá assinou um papelzinho falando que meu ramo de serviço entrou na lista do ISSQN, eu e minha classe entramos em ações individuais e em conjunto contra a constitucionalidade da norma. Vamos dizer que em 2005. Em 2005 mesmo a minha ação individual disse que a Lei era inconstitucional. Em 2008 o STF disse que era constitucional, a ação coletiva. Em 2009 a prefeitura lançou nova lei (já que a anterior foi considerada inconstitucional e já era ação com trânsito em julgado). A partir de janeiro de 2010 eu comecei a pagar ISSQN conforme a lei de 2009. Não é que do dia pra noite eu virei sonegador de ISSQN de 2005 até 2009? o que você vai achar, quando chega uma cartinha pra você, cobrando 500mil R$ em impostos estimados e multa? resumidamente esse é o exemplo pessoal que tenho com o fisco.
E eu recolhia regularmente todos os impostos, estaduais e federais, tudo certinho, com contador, advogado e tudo mais.
O que você acha que eu penso do fisco?
Já ganhei a ação, já ganhei novamente ação de cobrança, e ainda não tenho direito à CND da PM, porque ela insiste que, mesmo com todas ações já ganhas, ainda consta do banco de dados deles que eu devo de 2005 a 2009 - sendo que nem Lei existia, legalmente falando?

Não. O fisco é uma bosta mesmo, e eu sou prova disso.
E empresariado tem de dormir todo dia com um barulho desses.

Se quiser, eu conto mais histórias, que não dependem da boa vontade, compreensão, preguiça e afins para tentar conceber que o fisco nacional é uma bosta.

amplexos

T.
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by T-Rodman »

aliás, você não precisa nem ser PJ e ter empresa pra falir no sistema tributário.
Basta o cara do início do tópico ser averiguado pela polícia, que eles apreendem tudo alegando comércio ilegal. Daí vai um ofício para a SFN, e eles calculam o quanto de impostos você teoricamente deixou de pagar. E daí cobram de você e pronto, daquele 'lucrinho' que você tinha com meia-dúzia de vendas por semana, você vira um sonegador de impostos. E como vem estimado e com multa, pronto, você está falido. Sabe aquele povo que aparece na TV que a polícia apreendeu vendendo suplemento? então, isso pode ocorrer com eles.

Esse é o sistema tributário trabalhando por você hoje, hipoteticamente falando.

Sigilo financeiro ninguém tem há tempos. Antes era pior com o imposto sobre cheque. Agora é sobre transações acima de 2 faixas, acho que 20 e 40 mil mensais. O banco envia automaticamente ao BACEN e SRF os dados. Daí é só cruzar com o não pagamento de carnê leão e afins, que em tese tá todo mundo tributado.
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Wanderson Mata
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Wanderson Mata »

T, não estou, de maneira alguma, defendendo o estado fazendário, o intuito do que descrevi, foi quanto a administração, e também não quis generalizar.
Infelizmente, no caso descrito por ti, trata-se de má administração fazendária.
o problema é que, hierarquicamente, a legislação federal NUNCA deveria ser sobreposta pela legislação estadual e/ou municipal, porém, há um bendito inciso que dá liberdade de interpretação, isso para o ISSQN.
Posso ter saído um pouco do contexto, mas, em grosso modo, uma percepção da entidade PJ se dissolve, aquela de que "uma sociedade de investidores se unem para investir em uma nova pessoa, denominada pessoa jurídica, para sanar a necessidade da sociedade, e, em contra partida, ser remunerado pelo seu investimento denominado capital social, realizando a divisão de parte do lucro auferido no exercício, e reinvestindo o restante no crescimento desta".
Não estou generalizando, entenda, a questão que levantei trata da administração desta "organização", as vezes confundindo recursos desta com as do sócio.
Estou dizendo, que, a cada retirada que o sócio faz do caixa para assuntos particulares, antes mesmo da apuração do resultado, influencia na capacidade real de uma empresa, de se manter sem o aumento de margem.
Uma empresa só poderia gastar o que ela ganha, empréstimos por exemplo, deveriam ser tomados somente para aumento de capacidade ,mas, não é difícil ver empresas pegando capital de giro para pagar fornecedores, entenda, se a gestão fosse defensiva, não haveria a necessidade, pois antes de acontecer algo que prejudicasse a capacidade de pagamentos, já haveria um plano para evitar perdas.
Um exemplo, um texto da propaganda da IBM "...após analise, vimos que vendemos mais doces no inverno, e picolé no verão", logo, meu estoque estaria de acordo com o que se vende em determinado período, sem perdas.
Cara, já fui contador de empresas desde lanchonetes de bairro à multinacionais estrangeiras, passando por empresas de gestão esportiva, e, em quase totalidade estes "detalhes" eram deixados de lado.
É um efeito cascata, que chega no preço final.
Como disse, nossa carga tributária é alta, é, nossa legislação complicada, de fato, mas não é fato único para margens tão altas.
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by T-Rodman »

não mesmo.
Aqui tem 2 fatores que trabalham contra qualquer empresa:
- a preguiça do corpo contábil e/ou a idéia que eles possam ser gênios e fazer planejamento tributário eficiênte (não eficiente = elisão fiscal, lol)
- todo fiscal achar que toda empresa/empresário ganha demais - daí 'uma multinha' não vai dar nada.
Daí um lado revolta o outro e não necessariamente isso pode ocorrer com você, mas uma vez indo pro outro lado, você vai viver do outro lado (já não paga mais impostos, já coloca tudo em nome de familiares, divorcia da esposa para fins do fisco não te pegar, etc).

E sim, você mencionou até então questões tributárias. Aqui também, o que mais pega as empresas são questões trabalhistas. E vai calcular custo trabalhista para uma empresa grande. Vai tornar o produto mais caro.
Foi como eu falei nos finalmente. Você até pode começar uma empresa vendendo barato, querendo ganhar clientes e crescer - mas no momento que ficou grande, seu produto vai ficar caro pelos custos tanto tributários quanto trabalhistas.

Bom, o empresariado já fala que o custo mais caro é o trabalhista hoje em dia. Isso que torna nosso carro mais caro, de acordo com as montadoras. Não é mais o fisco.

Bom, hoje tô revoltadão, e conversando com um amigo no msg - pensando em fugir daqui o quanto antes. Se nossas contas pessimistas estiverem corretas, em 10 anos a gente vira a Venezuela.

amplexos

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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Wanderson Mata »

T, para finalizar
Eu entendo da complexidade de se gerir uma empresa, sim fisco é uma bosta,mas não é somente ela a culpada.
Só tentei demonstrar como atitudes simples como transferir recursos para a empresa do cunhado influencia, indiretamente, na capacidade financeira de uma empresa.
E essas atitudes influenciam no "valor final" do produto.
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by T-Rodman »

de outro lado, eu trabalho registrando documentos.
nesses ultimos anos acho que é a terceira/quarta empresa da região que eu vejo registrando sucessivamente empréstimos de 300k +300k + 300k + 300k + 300k até virar uns 4/5miR$ e depois elas falem.
Uma dessas empresas, o fisco já prendeu e soltou, porque eles trabalham com atividade financeira. E ele anda de Porsche pela cidade, apesar da fazenda do papi estar penhorada.
Tem uma lá que mata frango, emprega meia-cidadezinha de 15mil/hab, e já emprestou de tudo quanto é gente uns 30/40mi - e vai sumir do mapa logo logo. Os gestores começaram a brigar com a 'dona'. E a dona 'acordou' e quer ver o quanto é o tamanho do rombo.
Tem outra que vive há uns 30 anos sendo executada, e não terminaram de executá-la, apesar de seus donos/herdeiros serem figurões aqui no estado de SP.

É gente fdp assim que eu conheço no papel, trabalhando com documentos deles.

e de outro lado. acho que to queimando demais meus parafusos:
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a bike é a única aliada... mas hipoteticamente, pedalar eu posso fazer em qualquer lugar do mundo.
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Papillon
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Papillon »

Já tive 3 empresas, uma delas com 30 funcionários com o pouco que sei de LR eu jamais teria uma empresa com LR se ela estivesse em meu nome, as chances de dar merda são enormes, todo fiscal que chega na empresa MESMO com tudo certo que ROUBAR o empresário, alguns até brincam "posso dar a multe e você recorre", porém você fica séculos lutando e como observou o T. sem CND.

Outra, embora soe e talvez seja errado, o sujeito sacar da empresa para pagar despesas pessoais tornou-se praticamente regra, conheço nego que tem empresa de ADM que "administra" os bens dele próprio e com isso ele mata boa parte do lucro. Estamos em um país que os deputados ganham 90.000/mês de verbas assistenciais.

Mas voltando ao foco... viram ali no meu exemplo 2 produtos um que com todos problemas chega aqui pelo mesmo preço praticado lá fora e outro que chega mais que o dobro, ambos vendem no mesmo lugar... tem outra explicação que não a de quanto o mercado suporta pagar?
Magnus
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Magnus »

Papillon wrote:(...)tem outra explicação que não a de quanto o mercado suporta pagar?
Quer exemplo melhor disso do que carros fabricados aqui que são vendidos mais baratos na argentina, no México etc? O Gol I-Motion com airbags e ABS fabricado no Brasil é vendido no Chile por R$ 29 mil. Aqui custa R$ 46 mil.

Leiam esses depoimentos:

“O preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado”, disse um executivo da Mercedes-Benz, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por uma ML 350, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil. “Por que baixar o preço se o consumidor paga?”, explicou o executivo.

"Ouvido pela AutoInforme, quando esteve em visita a Manaus, o presidente mundial da Honda, Takanobu Ito, respondeu que, retirando os impostos, o preço do carro no Brasil é mais caro que em outros países porque “aqui se pratica um preço mais próximo da realidade. Lá fora é mais sacrificado vender automóveis”. Ele disse que o fator câmbio pesa na composição do preço do carro no Brasil, mas lembrou que o que conta é o valor percebido. “O que vale é o preço que o mercado paga”. E porque o consumidor brasileiro paga mais do que os outros? “Eu também queria entender – respondeu Takanobu Ito”."


:lance2
"Tudo deve ser feito da forma mais simples possível, mas não mais simples que isso!"
ReinaldoBrisolla
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by ReinaldoBrisolla »

Acabei de ler este artigo que narra a epopeia de um brasileiro mudando para os EUA e, sua iniciativa em montar um negocio por lá, nao necessito de tecer maiores comentários acerca do assunto é só lê-lo:

Empreendedores mortos no ninho

Escrito por Flavio Quintela | 09 Maio 2014
Artigos - Economia

Já faz quase um mês que não escrevo neste blog – deixo registrado aqui o meu pedido de desculpas a todos os meus leitores assíduos. O fato é que passei por uma mudança de vida bastante complicada, que exigiu dedicação total de mim, a ponto de não conseguir sentar e concatenar ideias para novos artigos.

Enfim, aqui estou novamente, escrevendo diretamente da Flórida, nos Estados Unidos. Sim, esta foi a mudança complicada: sair do Brasil com esposa, dois gatos e dois cachorros para assumir um projeto ousado de tradução da grande obra de Otto Maria Carpeaux para a língua inglesa. Quem já passou por uma mudança deste porte vai entender o que estou falando: parece que a coisa nunca vai acabar, as malas nunca são suficientes, você mal tem tempo para se despedir das pessoas, e ainda tem a burocracia particular de cada serviço que você tem que cancelar, e que somam centenas de minutos preciosos gastos ao telefone com atendentes despreparados.

Mas isso é apenas uma justificativa para minha ausência. O que eu quero mesmo abordar neste artigo é algo que ficou muito claro depois de dez dias morando aqui: o Brasil mata seus empreendedores no ninho. Vou falar sobre duas situações que exemplificam muito bem o que é um país com ambiente favorável aos negócios, e como no Brasil consegue-se fazer sempre o contrário do que seria recomendado.

Fomentando negócios
Assim que eu soube que viria aos EUA para o projeto Carpeaux tive que buscar meios de sustento para minha família, e o mais lógico foi dar continuidade ao que eu já fazia no Brasil. Por isso surgiu a ideia de abrir uma filial da empresa em que presto consultoria, para iniciar a comercialização de seus produtos em território americano. Bastou uma busca no Google e eu já tinha o telefone de uma agência de fomento de negócios para a Flórida. Bastou uma ligação para que eu recebesse em meu e-mail uma série de documentos onde poderia traçar um plano básico de negócios, que seria analisado por essa agência e oferecido aos condados da Flórida que eu tivesse interesse.

Uma semana depois de mandar esses documentos recebi em meu e-mail uma apresentação de 80 páginas contendo os dados demográficos e econômicos de todos os condados pelos quais me interessei, juntamente com ofertas de redução de impostos e oportunidades imobiliárias para a instalação de meu negócio para cada condado. As informações foram minuciosas, e cada condado deixou uma pessoa responsável para me atender pessoalmente, caso eu desejasse. Aos que não conhecem a organização política americana, os condados são divisões de um estado, e abrangem alguns municípios dentro de seu território.

Depois de analisar o documento, escolhi dois condados para conhecer mais a fundo e marquei uma primeira reunião pessoal. Fui atendido por uma pessoa muito bem preparada, que me ofereceu toda a ajuda para a abertura da empresa, desde a indicação de profissionais de contabilidade até ajuda na contratação de empregados, quando for necessário. E para que tudo seja mais fácil, a abertura da empresa leva poucos dias e pode ser feita pela internet. O código equivalente ao nosso CNPJ sai no mesmo dia, e somente o lucro da operação é taxado.

Compare essa situação ao caso brasileiro e você chegará à conclusão: Brasil, você está fazendo isso errado! Entre preencher os papeis de abertura de uma empresa, aguardar registros na Receita e na Junta Comercial, e finalmente poder iniciar atividades legalmente vão no mínimo dois meses e meio, no melhor caso. E você ainda tem que lidar com a coisa mais esdrúxula que já inventaram no Brasil, que é o sistema de pagamento de impostos por “lucro presumido”. Ou seja, além de ter que vencer diversas barreiras burocráticas para iniciar seu negócio, você tem que trabalhar pagando impostos desde o primeiro dia, quando provavelmente ainda não está lucrando nada.

Oportunidade para todos

Num mesmo dia recebi em casa três prestadores de serviço. Como eu gosto de conversar com as pessoas, puxei papo com os três:

O cara que instalou a proteção de respingos na cozinha era venezuelano. Saiu de lá depois que Chávez começou a desmontar a democracia e veio estudar aqui. Hoje tem uma empresa que faz reformas e emprega cinco pessoas, inclusive o irmão, que veio depois;
O cara que instalou a TV a cabo era Sudanês. Saiu de lá por causa da guerra civil e ficou um ano aqui sem poder trabalhar legalmente. Hoje possui sua própria prestadora de serviços e trabalha como terceirizado da empresa de TV a cabo e internet. Dirige sua própria Dodge RAM gigantesca e cheia de ferramentas, e me disse que vive tranquilo com a esposa e filhos;
O cara que veio testar a água era do Irã. Saiu de lá porque não queria viver num país onde a religião está acima da democracia. Trabalha com uma empresa que vende filtros de água (e que pertence a outro venezuelano) e disse que está feliz em poder viver num ambiente democrático, sem ter que se curvar a um aiatolá.

Nenhum dos três é empregado formal de ninguém, nenhum deles tem direitos garantidos pela CLT, nenhum deles é filiado a sindicato, e ainda assim os três estão numa situação muito melhor que qualquer empregado brasileiro “protegido” por nossas leis trabalhistas jurássicas. A livre negociação entre empresários, empregados e prestadores de serviço é extremamente saudável para a economia e para as pessoas que querem apenas ganhar a vida de forma honesta.

Fica a pergunta: quando é que você, brasileiro, recebeu em sua casa três imigrantes de lugares tão distintos, todos felizes por terem encontrado um lugar melhor para viver e donos de seus próprios meios de sustento?

O Brasil nunca foi um lugar dos mais amigáveis para negócios, mas na década petista a coisa só tem piorado. Nossa posição nos rankings de liberdade econômica e de facilidade de abertura de empresas tem caído ano a ano, e sempre estamos em companhia dos países mais fechados do planeta. Mesmo assim nosso povo é empreendedor e muita gente insiste em arriscar tudo na abertura de negócios. Que potência poderíamos ser se essas pessoas tivessem, no mínimo, uma ajuda do governo brasileiro: a de não atrapalhar.


Flavio Quintela é autor do livro “Mentiram (e muito) para mim”.

Fonte: http://www.midiasemmascara.org/artigos/ ... ninho.html" target="_blank
Papillon
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Papillon »

Excelente texto.

Segunda me deparei com um problema trabalhista clássico, um funcionário aqui do prédio com 14 anos de casa passou a fazer "o que quer" prejudicando outros funcionários e o condomínio, ele falta sistematicamente em jogos do seu time, as vezes encoberto pelos colegas, as vezes com faltas injustificadas sempre rebatidas depois com um atestado de banca de jornal (mas com CRM verdadeiro!), manda-lo embora me parece justo mas soubemos pelo advogado que 99% de perdemos na justiça se o mandar por justa causa e o mandar sem justa causa seria premiar sua vagabundice, e então entrou em pauta terceirizar a portaria como temos os seguranças, esses sim que não dão um peido fora da linha pois embora tenham CLT pela empresa de segurança tem medo de perder o posto (tranquilo, com bonus e adicionais) e ir para algum local 'barra pesada'.

Acho que essa parte da discussão merecia um tópico no boteco.
T-Rodman
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by T-Rodman »

pra vc Pappilon

•TRT manda aplicar justa causa a trabalhador que faltou serviço para ir a show – (TRT 23ª Região).

A 1ª Turma do TRT de Mato Grosso reformou a sentença proferida na Vara do Trabalho de Primavera do Leste para reconhecer que cabia justa causa a um trabalhador que faltou ao serviço para ir a um show e apresentou atestado médico de que estava gripado.

Na sentença de 1º grau, a justa causa aplicada pela empresa não foi reconhecida como válida e, assim, o ex-empregado passou a ter direito de receber aviso prévio, décimo terceiro salário, férias integrais acrescidas de mais um terço e ainda a multa de 40% do FGTS. Além disso, a empresa deveria fornecer as guias para o trabalhador se habilitar ao benefício do seguro desemprego.

Entretanto, com a decisão da 1ª Turma o trabalhador nada receberá.

Caldas Country Show

O trabalhador, que era analista de informações comerciais, pretendendo ir ao show na cidade de Caldas Novas, em Goiás, pediu licença para faltar ao trabalho na sexta-feira após o feriado de 15 de novembro. A empresa, alegando ser necessária a sua presença neste dia, negou a dispensa. Mesmo assim ele faltou ao trabalho.

Na segunda-feira, o empregado apresentou um atestado médico para três dias, por estar acometido de infeção aguda das vias aéreas.

Mas a empresa descobriu que o empregado havia viajado para participar do evento no estado vizinho. E-mails e fotos juntados ao processo comprovam o fato, que também foi confirmado em depoimento de testemunhas. A demissão por justa causa ocorreu uma semana depois.

O juiz Aguinaldo Locatelli entendeu que a aplicação da justa causa foi uma punição desproporcional à falta cometida, além de que a empresa, tendo levado uma semana para tomar a medida, teria concedido o perdão tácito, por não fazer a dispensa imediatamente.

Recurso

A empresa recorreu da decisão ao Tribunal alegando falta grave do empregado que apresentara um atestado médico falso. Disse que se estivesse doente não poderia ter viajado para participar de show e que tal fato significou quebra de confiança.

O relator, desembargador Osmair Couto, acolheu os argumentos da empresa, entendendo que a conduta do empregado se enquadra entre as

previstas no artigo 482 da CLT, para aplicação da justa causa. O trabalhador teria quebrado a confiança entre as partes “ao forjar um atestado médico que indicava uma doença e ir viajar para uma festa”, assentou no seu voto reformando a sentença.

Divergência

O desembargador Roberto Benatar apresentou voto divergente após pedir vistas para melhor apreciar o processo e mostrou os argumentos para manter a sentença do juiz de Primavera do Leste.

Segundo o desembargador, a gravidade dos fatos é inegável, tendo havido efetivamente a quebra a confiança. Porém, não haveria no processo provas de que o atestado médico tenha sido forjado, pois o mesmo não foi adulterado, nem comprado e nem consta dele fato falso.

Mesmo achando estranho que alguém vá a uma festa estando doente, o desembargador Benatar assentou no voto divergente que “não haveria nisso nenhum ilícito para legitimar a justa causa aplicada”. Desta forma, votou pela manutenção da decisão que declarou a dispensa ocorreu sem justa causa, daí a necessidade do pagamento das verbas decorrentes.

Mesmo com a divergência, o relator manteve seu voto, sendo seguido pelo desembargador Tarcísio Valente. Assim, a Turma, por maioria, deu provimento ao recurso da reclamada, reconhecendo que a confiança foi quebrada, cabendo por isso a aplicação da justa causa por ato de improbidade.

Fonte: http://portal.trt23.jus.br" target="_blank
Data de Publicação: 09.05.2014
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Papillon
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Papillon »

Obrigado T.
Papillon
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Papillon »

https://www.youtube.com/watch?v=6jMcGtpJ_L4" target="_blank

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Worf
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Worf »

T-Rodman wrote:
Wanderson Mata wrote:Brasileiro é um bicho preguiçoso.
Constatei isso trabalhando 10 anos na área contábil, sendo os dois últimos na área fiscal/tributária, a nossa carga tributária é alta, ok, mas..
Temos hoje os sistemas de cálculo de tributos lucro real( resultante da soma das receitas e eliminação das despesas e custos, assim chegamos na base real de cálculo), o lucro presumido( é feita uma presunção sobre todo o faturamento, chegando na base de cálculo presumido dependendo da atividade), e o simples, sistema simplificado de cálculo com alíquotas reduzidas e recolhidos em um único documento/boleto.
No LR, você tem que ter seus controles muito bem trabalhados, para de fato chegar na base de cálculo real do lucro ou prejuízo que teve, e, é muito mais "visado" para cair em fiscalização.
No LP, não é tão visado assim, já que os tributos serão calculados sobre somente seu faturamento.
No simples, há uma série de restrições que podem exclui-lo deste sistema, como por exemplo a média de seu faturamento nos últimos 12 meses ( o simples foi criado, inicialmente para auxiliar os empreendedores em seu início produtivo, retirando parte do peso tributário).
Só que, o camarada, por PREGUIÇA de controlar, de fato, suas movimentações, corre do LR como o diabo foge da cruz, ou por má gestão mesmo, pois não é difícil o principio de entidade ser jogado no ralo, e o "empresário" adquirir bens, ir a restaurantes, comprar ração pra cachorro, mandar o filho pros EUA, com os recursos da empresa.
Isso tudo somado ao espírito do "jeitinho brasileiro", joga esse bullshit todo na nossa cara :lance3
Agora usar de desculpa a carga tributária para a alta de margem de lucro é como acreditar que a mamãe Noel não pega ninguém na ausência do bom velhinho :basso2
se fosse assim simples como matemática, tava tudo certo - mas não é o que a Purina luta numa ação tributária com o fisco há uns 20 anos, nem como a Nestlé, que tem uns 100 contadores dentro lá do escritório dela fala quando o fiscal vai lá e multa, e assim por diante.
o sistema tributário nosso é podre. gigantes não sabem como pagar imposto.
"ainda bem" que existe substituição tributária e o simples para as ME, mas esse é o fato: o sistema tributário aqui no BR não é 1+1=2, ou seja, não é simples aritmética.
fora isso, a Lei muda do dia pra noite, o fisco muda o regimento do dia pra noite, as alíquotas mudam do dia pra noite, o ISSQN, o cálculo substitutivo, tudo.
De estado pra estado, já muda o ICMS, tem de pagar o diferencial, tem de pagar em certos estados a entrada (tipo o RJ)

Eu já fiz umas contas. Um amigo reclamava que era muito caro certos produtos de ciclismo e queria abrir uma importadora. Bom, quando se é pequeno e tem um certo limite, vamos nos simples, na EPP, em sistemas de tributação 'decomplicados', mas basta crescer que daí nosso produto vai ficando caro igual qualquer outra importadora/distribuidora por aí, porque quanto maior, mais tributos, mais funcionários (carga trabalhista), e afins vai aumentando no esquema. Daí você vira um elefante branco como qualquer outra.

e se de um lado o sistema tributário, trabalhista e o fisco é uma bosta, de outro o empresariado também.
tamo fudido de qualquer lado.


concordo totalmente. Nossos empresariso sao tao bons quando nossos politicos. Que alias sempre tem um empresario por tras,
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Papillon
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Papillon »

E tudo isso por conta das superproteção ao mercado nacional em decorrência da alta taxação do produto, fato que teria sido mitigado à décadas caso a taxação majoritária fosse sobre a renda.
ReinaldoBrisolla
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by ReinaldoBrisolla »

Concordo com voce Papito, mas o ideal é ter diversas aliquotas em diversas faixas de renda e, não somente as 04 atuais, bem como não ter imposto sobre riquezas de grande monta, para poder atrair investidores estrangeiros.
Worf
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Worf »

Mas a parte da Svizzera nenhum pais atrais investimento nao cobrando impostos sobre fortunas.
Impostos progressivos e que incidam sobre a renda e propriedade e nao sobre o emprego e serviços parece ser a soluçao mais justa e eficaz.
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Worf
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Worf »

fora do topico no topico que vao saber responder.
Se voltar da Europa com a Anita e a PF perguntar se paguei imposto a verdade é que nao paguei. Mas eles me deixaram passar (joguei um KO relatado na época, mas joguei e me liberaram). Só nao ha documentaçao disso.
Essa é a verdade, poderia falar entretanto que paguei mas nao tenho a documentação. Eles teriam como verificar se paguei ou nao imposto na entrada com base nos meus documetos (CPF, Passaporte, etc) ?????????
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Mnel
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by Mnel »

O onus da prova é seu. Voce tem que provar que a bike estava no Brasil, leva uma foto que prove que a bike ja esteve no Brasil. Deve ser suficiente.
ftmonjardim
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by ftmonjardim »

Worf wrote:fora do topico no topico que vao saber responder.
Se voltar da Europa com a Anita e a PF perguntar se paguei imposto a verdade é que nao paguei. Mas eles me deixaram passar (joguei um KO relatado na época, mas joguei e me liberaram). Só nao ha documentaçao disso.
Essa é a verdade, poderia falar entretanto que paguei mas nao tenho a documentação. Eles teriam como verificar se paguei ou nao imposto na entrada com base nos meus documetos (CPF, Passaporte, etc) ?????????
worf, em Porto Alegre, quando a gente vem de fora, a PF enche demais o saco, já aprenderam IPAD de tripulante por não ter nota do produto, enfim.
Oque eu te aconselho a fazer é quando sair do Brasil, levar a Anita na PF e fazer uma declaração de saida, nunca pediram nota para fazer isso, enfim, eu tentaria pesquisar algo para ter como provar.
Pra voce ter idéia, meus equipamentos (ipad,mac) compro no Brasil, porque o cara olha atras e ve que é nacional e não preciso ficar carregando nota nem DARF de imposto.
OBS: não aceitam nota scaneada, um saco mesmo. :cipo3
A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena (Seu Madruga)
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Re: Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

Post by PAF »

Fábio,

A RF não está mais dando aquela nota de saída, onde a gente anotava o serial dos equipamentos e eles assinavam. Para quem compete e vai pra fora, o negócio é comprovar a origem. Até fotos de uso aqui no Brasil também estão valendo. Agora se não tiver nada e o fiscal em empombar, um abraço.
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