Anúncios - a voracidade do mercado Brasileiro

[Gili]

Ele fica no norte, longe da Máfia declarada do Sul kkkk

[Enkidu]

Pessoal, a razão disso tudo é o OPOSTO do título do tópico. Não se trata de voracidade, mas o contrário, o TAMANHO DIMINUTO do mercado de peças para bicicletas de estrada no Brasil. O lojista (físico) só vende se tiver estoque, igualmente o distribuidor.

Dado isso, mais os juros, custo Brasil e a volatilidade do cambio, o custo de manter estoque tem que ir pro preço mesmo.

This is Congo!!!

[Mnel]

Prezado Enkidu,

Permita-me discordar completamente. Se fosse assim, abriria uma loja de encomendas e poderia vender mais barato, ja que nao teria muitos dos custos que voce citou, mas isso nao é possivel. O preço é tabelado e caro.

Sds.

[Magnus]

Pessoal, a razão disso tudo é o OPOSTO do título do tópico. Não se trata de voracidade, mas o contrário, o TAMANHO DIMINUTO do mercado de peças para bicicletas de estrada no Brasil. O lojista (físico) só vende se tiver estoque, igualmente o distribuidor.

Dado isso, mais os juros, custo Brasil e a volatilidade do cambio, o custo de manter estoque tem que ir pro preço mesmo.

This is Congo!!!

Tostines vende mais porque está sempre fresquinho ou está sempre fresquinho porque vende mais?

Olha o tamanho do Brasil e quantidade de gente pedalando, se os preço fossem mais atrativos as vendas seriam muuuuuito maiores. O problema é que brasileiro é um bicho preguiçoso, prefere vender em menos quantidade com lucro mais alto e se juntam em cartéis para todos poderem ser preguiçosos.

Se um Durano custasse aqui 100 reais, não ia ter gente costurando eles para usar até o final . Rasgou? Foda-se, compro outro ali na esquina. Mas não tem estoque dele no Brasil e, as poucas unidades que achei a venda, sairiam por 250,00 com frete. Comprando na Merlin ele sai com frete por 100. Se for tarifado pela Receita, R$160,00. Onde estão os outros 90 reais? E olha que comprando na Merlin pagamos os impostos de lá, daqui, o frete e a margem de lucro da Merlin! Por que esses quase 60% a mais aqui?

O mesmo vale para outras peças e até mesmo para bicicletas inteiras. Hoje, você compra uma de entrada e aos poucos vai trocando uma peça aqui, outra ali... se fossem mais baratas, seria muito mais fácil trocar por outra melhor.

Isso não acontece só com bicicletas, acontece com tudo no Brasil. Todo mundo sabe que a carga de impostos é altíssima e os empresários se aproveitam disso para meter a faca e culpar o custo Brasil. Os custos por aqui são dos mais altos sim, sem dúvida alguma, mas as margens praticadas aqui também são.

Tem um cara que vende peças de moto em Copacabana, o Maia. Antes da loja abrir já tem fila grande na porta e a fila segue o dia inteiro. Ele tem (pelo menos tinha na época que eu andava de moto) os melhores preço do país, mas trabalha pra cacete, chova ou faça sol está ali no caixa atendendo gente pra cacete todos os dias. Precisamos de mais "Maias" fazendo o dinheiro girar...

[ReinaldoBrisolla]

Isso nao é so no mercado de bike é em tudo, aqui na minha cidade tem o Zacarias que é um deposito de bebida e, venda de produtos de conveniencia, basicamente o sujeito sai da minha cidade todo dia, vai ate Presidente Prudente, até os atacadoes e compra de tudo que ve barato lá, desde amendoim até desodorante, vende com uma margem irrisoria qualquer coisa (deve lucrar em torno de 15 a 20 centavos por cada produto que vende independentemente do que seja), o forte é cerveja, o sujeito abre as 9 da manha e funciona ate a meia noite todo dia, o dia todo entupido de gente lá...
Essa semana passei la pra comprar uma coca cola e tava batendo papo com o sujeito, sabe o que os concorrentes dele fizeram? Foram ate a Justiça do Trabalho denuncia-lo que nao pagava hora extra, adicional noturno, etc. o ministerio do trabalho foi fez uma devassa na documentacao da empresa cartoes de ponto, etc. encheram o saco, tiveram que praticamente deixar de trabalhar durante um dia pra provar que tudo tava certinho... ano passado denunciaram o sujeito no MP porque em teoria ele comprava cargas roubadas ou sonegava impostos nao sei ao certo porque ele nao me disse exatamente o que acontece nesse caso (o processo ta em andamento ainda)...
Nunca encontraram nada, mas todo ano ele passa por uma ou duas devassas porque? Porque o pessoal quer margem alta de lucro e ele nao ta nem ai e quer vender um monte... o que ferra com o negocio dos concorrentes...

[ProfClayton]

Eu sempre falei isso de importar diretamente...

Se você compra fora, pagando imposto de fora, lucro da loja de fora, paga imposto para entrar no Brasil e sai mais barato do que comprar aqui... Qual o valor que os representantes vendem para as lojas aqui que fica dificil abaixar o preço?

Outra coisa, fui na Cycle Fair ano passado, ví por exemplo um uniforme lá que sairia para o lojista 400 dilmas e para consumidor final o valor sugerido de (acreditem) 800 dilmas... Carai... Tudo isso de lucro? E acredite que o representante falou que consegue vender por esse valor...

[Wanderson Mata]

Pois é Clayton, segue o esquema do Speedplay Zero com eixo de Cromo, o de titânio então...

[Enkidu]

Wanderson, compreendo sua indignação. Mas as coisas aqui no Brasil só funcionam assim mesmo, infelizmente. Ou então vc morre de fome. Os exemplos citados são a prática da elasticidade do mercado -> menor preço = mais volume de vendas, mas isto só funciona quando o mercado permite, tem demanda suficiente. Infelizmente não é o nosso caso.

A diferença entre o preço de venda do distribuidor e o preço final para o consumidor não é o lucro.

Eu só compro de e-shops estrangeiras. Gostaria muito de poder ir a uma loja, interagir com um representante técnico e fechar a compra por lá mesmo. Mas aqui isto é inviável.

[Wanderson Mata]

O que ocorre é que, tenho 30 anos, 10 deles trabalhando na área contábil/fiscal, cheguei num ponto de insatisfação profissional que não dá mais, não pela profissão, mas por empresários que, por mais que explique o princípio da entidade, e blábláblá, o camarada usa as finanças da empresa para comprar até "ração pro cachorro", no Brasil a profissão que escolhi não respeitada como deveria ser.
Minha idéia era migrar para algo que pudesse fugir e conciliar entusiasmo/profissão, mas tá complicado, ainda mais pelo capital "nulo" como é o meu caso.

[Marcelo Marino]

Outra coisa, fui na Cycle Fair ano passado, ví por exemplo um uniforme lá que sairia para o lojista 400 dilmas e para consumidor final o valor sugerido de (acreditem) 800 dilmas... Carai... Tudo isso de lucro? E acredite que o representante falou que consegue vender por esse valor...

Não é bem por aí. O lojista tem vários outros custos, como por exemplo, funcionários, aluguel, IPTU, telefone, internet, um monte de coisa. Uns mais baratos outros mais caros, mas acho que tudo tem que ser levado em conta.
E não se esqueça que não é só o lojista que abusa no preço. Todos os produtos e serviços que necessita vão abusar dele também.

Eu também acredito que o lucro seja grande, mas isso não é culpa exclusiva do lojista, deve ser uma bola de neve até chegar ao consumidor.

[ProfClayton]

Outra coisa, fui na Cycle Fair ano passado, ví por exemplo um uniforme lá que sairia para o lojista 400 dilmas e para consumidor final o valor sugerido de (acreditem) 800 dilmas... Carai... Tudo isso de lucro? E acredite que o representante falou que consegue vender por esse valor...

Não é bem por aí. O lojista tem vários outros custos, como por exemplo, funcionários, aluguel, IPTU, telefone, internet, um monte de coisa. Uns mais baratos outros mais caros, mas acho que tudo tem que ser levado em conta.
E não se esqueça que não é só o lojista que abusa no preço. Todos os produtos e serviços que necessita vão abusar dele também.

Eu também acredito que o lucro seja grande, mas isso não é culpa exclusiva do lojista, deve ser uma bola de neve até chegar ao consumidor.

Concordo com vc Marino, ao meu ver o grande problema mesmo é o valor que vai para a loja... Puts vc pegar um bretelle para vender de 400 paus e ainda tem que colocar o seu lucro e custos no preço... Poderia sim ser mais barato para a loja...

[Magnus]

(...)O lojista tem vários outros custos, como por exemplo, funcionários, aluguel, IPTU, telefone, internet, um monte de coisa. Uns mais baratos outros mais caros, mas acho que tudo tem que ser levado em conta.

Pois é, Marino, mas a Merlin também paga isso tudo, valores menores, claro, mas paga.

E não se esqueça que não é só o lojista que abusa no preço. Todos os produtos e serviços que necessita vão abusar dele também.

Eu também acredito que o lucro seja grande, mas isso não é culpa exclusiva do lojista, deve ser uma bola de neve até chegar ao consumidor.

Concordo contigo, é mais ou menos o que eu falei, a situação é geral. Todos querendo ganhar muito em poucos produtos/serviços, inclusive o Governo, hehe...

[Magnus]

Wanderson, compreendo sua indignação. Mas as coisas aqui no Brasil só funcionam assim mesmo, infelizmente. Ou então vc morre de fome. Os exemplos citados são a prática da elasticidade do mercado -> menor preço = mais volume de vendas, mas isto só funciona quando o mercado permite, tem demanda suficiente. Infelizmente não é o nosso caso.(...)

Enkidu, tem gente pra cacete comprando fora, acredito que essa demanda possa ser criada com boas políticas de venda, como o exemplo que dei do Maia. É claro que nem todas as lojas passariam a vender absurdamente, algumas até fechariam, mas acredito que o mercado em geral sairia lucrando. O que falta é alguém com peito para encarar as mudanças...

[Papillon]

A shimano mesmo já adotou uma postura agressiva, assim em equipamentos simples e básicos o preço fica muito próximo ao praticado no exterior, mesmo na linha PRO fica alinhado, lembro de comprar um selim top aqui pelo mesmo preço em dolar mas dividido em 3x e com garantia.

Isso acaba desequilibrando o mercado e forçando o pessoal a correr atrás, mas nossas dificuldades portuárias e de logística acabam por formar uma barreira comercial que protege o importador de um lado e o fere de outro que é o que o Enkidu comentou.

É um ciclo nada virtuoso onde vende menos porque é caro, ai o distribuidor repassa mais custos sobre um equipamento por vender menos, ai fica mais caro, ai recolhe mais impostos, e ai vende menos. Então para vender mais e colocar o produto na prateleira ao invés de encher o mercado com produtos ele simplesmente majora o valor por saber que o mercado é pequeno e limitado (quantos ciclistas de road tem no Brasil? 10.000, 20.000? Meu cadastro na Merlin deve ser 300.000).

é como vender rolex, uma relojoaria que vende rolex paga MAIS aluguel (ponto bem localizado) que uma que vende Seiko, e todo custo operacional é embutido em menos unidades...por isso o Seiko custa 900 e o Rolex 45.000, o problema que encontraram foi que o comprador pega um avião e compra por 30% a menos e volta com o relógio no pulso, como superar isso? Baixando o preço para ficar próximo a um valor que o público "suporta".

[Enkidu]

Vou confidenciar uma coisa: eu fiz um estudo desse mercado, pois há alguns anos cogitei em entrar no negócio pra diversificar. Mas sartei fora rapidinho, o mercado é muito pequeno e totalmente prostituído. Eu queria atuar no mercado high end, com Campagnolo e talz, mas sem chance alguma de virar um business rentável.

O que a turma faz pra ser competitivo é fora dos meus princípios, sobretudo no que tange aos processos de importação. Ver um fiscal saindo de sua empresa pisando duro por não ter conseguido um mísero "café", não tem preço!

Quero continuar com meu sono tranquilo. Bicicleta, só pra pedalar.

[Mnel]

Obrigado por seu relato.

É outro ponto, todos reclamam dos impostos, mas poucos realmente pagam. Realmente o mercado high end é pequeno, mas o middle, tipo Tiagra, 105 e Ultegra, não é tão pequeno assim.

Abs e tambem valorizo meu sono tranquilo

[Aerotech tour]

Por lei você só não vender a menos que o custo
Vender igual ou mais pode

[uloureiro]

Esse conformismo de que "no Brasil é assim mesmo" é que dá energia pra tudo continuar como está, ou piorar. Sim, isso que envolve esse esquema maluco é Brasil. E eu acho que só aqui essa safadeza acontece. De onde vocês acham que vem o "problema crônico da inflação" que todo mundo fala mas ninguém sabe por que acontece? Ah, oferta e demanda? Uma ova! É safadeza do empresariado. Eu ponho o preço que eu quero e você paga. Nós combinamos uma margem altíssima para todo mundo pensar que o preço é esse mesmo e todo mundo (digo, todo mundo safado) fica feliz.

Daí quando chega alguém com honestidade como princípio, os cães mostram os dentes.

[Papillon]

Tudo depende da força (bala na agulha) que você tem para enfrentar os cães, pode ver que eles sabem muito bem ajustar os preços para o mercado oferecendo produtos baratos de baixa qualidade em quantidade e ao ponto que o consumidor procure qualquer coisa mais sofisticada ele pague bem caro por isso.

Vejamos o caso da Sram, que no mundo todo costuma brigar de preço com Shimano, mas aqui veio como algo acima, coisa que de fato não é, mas investiu pesado em divulgação junto a lojas e vemos sempre 20, 30% acima de shimano, é o "efeito BMW".

[uloureiro]

Tudo depende da força (bala na agulha) que você tem para enfrentar os cães, pode ver que eles sabem muito bem ajustar os preços para o mercado oferecendo produtos baratos de baixa qualidade em quantidade e ao ponto que o consumidor procure qualquer coisa mais sofisticada ele pague bem caro por isso.

Vejamos o caso da Sram, que no mundo todo costuma brigar de preço com Shimano, mas aqui veio como algo acima, coisa que de fato não é, mas investiu pesado em divulgação junto a lojas e vemos sempre 20, 30% acima de shimano, é o "efeito BMW".

Ponto positivo. É outra malandragem parte do esquema.

[Mnel]

Por lei você só não vender a menos que o custo
Vender igual ou mais pode

Um dos problemas discutidos aqui é que o distribuidor fixa o preço. Voce pode vender abaixo do valor tabelado, mas ele deixará de distribuir para voce.

[MarcusM]

Também sempre falei isso...

Lembro da época que vendia chocolates na faculdade, com 100% em cima do preço de compra e ainda assim era a metade do preço da lanchonete.

Lembro recentemente ao comprar o suporte de bicicletas (que vai no teto do carro) o lojista conversar com o fornecedor e deixar a mostra o preço que ele pagaria, ... sim era menos que a metade do preço que ele queria me vender, não fiz alarde, só fiz ele fazer o preço que encontrei na internet (no Brasil).

Por isso que digo que é ridícula a campanha de imposto de importação zero para as bicicletas, isso é o de menos, o que me faz lembrar que o preço de venda não é baseado no custo, mas da análise de mercado. É caro porque o público alvo paga e só.

Isso me lembra que o Extra vende o macarrão grano duro integral da Renata por quase 7 reais, enquanto que o mercadinho de bairro (que não tem poder de negociação nenhum) vende o mesmo por 3,5 reais. Então provavelmente a Renata cobre 1,75... Então pq o Extra cobra 7? Pq é o que vale no mercado um macarrão grano duro integral, ok?

É assim com açúcar mascavo, demerara, hoje custa o dobro do açúcar normal, só que o custo é bem menor pois é o açúcar do meio do processo!

Quanto às bicicletas, o Brasil ainda tem essa cultura que ou se vende para classe alta ou para classe baixa, o meio termo não existe de fato. Muitas bicicletas de qualidade estariam no meio termo e deveriam custar mil e poucos reais, mas elas custam 3mil fácil. Não sei quando eles irão mirar na maior quantidade para terem mais lucros.

É triste ver as bicicletarias murchando pois todos estão comprando lá fora e vou continuar comprando até que eles baixem os preços de verdade. Para se ter uma idéia a cadeirinha de bicicleta que comprei aqui por 250,oo com desconto, lá fora custa 61 dolares!!! E a diferença não é por causa de impostos.

[Worf]

Não é verdade que não há mercado para produtos de luxo no Brasil. Aqui é a Bélgica não o Congo. É um dos maiores mercados de produtos 'high end' do mundo. Como desenvolver um novo segmento como o de bicicletas de alta qualidade seria o desfio, mas faltam empresários com apetite para risco.
Fica-se culpando o estado de bem estar "tropical" e o samba por tudo, mas vejam: Ocorreu o que o empresariado queria, criaram-se as condições para que os juros baixassem e o real desvalorizasse, exatamente o que o empresariado dizia ser necessário para investir e o que fizeram? Pararam de investir e a opinião geral é de que a culpa é do governo que muda constantemente as regras do jogo.
Aja paciência.

[Papillon]

Marcus, excelente post!

O principal componente do preço do produto em mercados livres é o custo, no nosso mercado é "quanto o mercado está disposto a pagar", no caso específico de bicicletas de estrada topo de linha temos provavelmente um mercado que abrange uma fatia bem pequena da população porém, como Worf lembra, somos 200 milhões e qualquer 0,1% é um mercado grande, e vemos as distribuidoras atuando como reguladoras de mercado.

A bicicletaria deixa de ser uma loja para ser uma revenda, ai entram as listas tabeladas, isso ocorre em diversos setores outro dia uma revendedora me disse "vou vender essa bomba para lago para você com 20% de desconto mas não espalha, senão perco a revenda", ou seja ela tinha capacidade de absorver um desconto de 20% para um produto mas era obrigada a manter uma margem maior com o risco de perder a representação da marca. Replique isso para quase tudo e bem vindo ao nosso mercado.

Algumas marcas optam por manter preços mundiais, independente dos impostos e custos locais devido ao alto lucro de seus equipamentos, agora no nosso segmento vemos algumas marcas chegando com certa força seja por representantes seja oficialmente como BMC, Cannondale, Orbea... isso ajuda. A cervelo também mantem o preço mundial mas em todo mundo tem o MSRP e as lojas trabalham com descontos, 20-30% sobre esse valor, aqui é o MSRP "sempre", apenas eventualmente ocorre uma liquidação com 20-30% normalmente em quadros com riscos que sobraram de coleções passadas (2-3 anos).

[Magnus]

Por isso que digo que é ridícula a campanha de imposto de importação zero para as bicicletas, isso é o de menos, o que me faz lembrar que o preço de venda não é baseado no custo, mas da análise de mercado. É caro porque o público alvo paga e só.

Isso mesmo, Marcus. É só ver o caso dos carros ditos populares. Menos impostos, incentivos e blá, blá, blá... No entanto a diferença de preço de um carro 1.0 para o mesmo com motor 1.6 é ridícula. Os incentivos funcionam para aumentar o lucro das montadoras e não para facilitar o acesso de pessoas com menor renda. O que faz o pessoal comprar não é o preço é o fato da prestação caber no bolso. Ou alguém acha que 35.000 é um preço popular?

O mesmo com as bicicletas e peças, as pessoas pagam e por isso o preço continua lá em cima...

[Adriano]

Essa questão de preços tabelados pelas importadoras eu já sabia, mas achava que os preços eram apenas uma sugestão, e não imposição. É realmente uma tremenda sacanagem, atitude nefasta. Eu tenho um amigo que já trabalhou em bike shop e por meio dele fiquei sabendo e preço de custo de várias peças. Normalmente o valor final é o dobro do valor de custo. Algumas peças 1,5x, outras até 3x, mas em geral 2x o valor de entrada. Daí quando vem gente defender lojista e importador, citando os mesmos vilões de sempre (impostos, custo brasil, bla bla bla), entendo porque os preços não caem. Enquanto houver cavalo, São Jorge não andará a pé. Muita gente desconhece um princípio elementar de economia: o valor final de um produto não tem nada a ver com seu custo de produção, mas sim com o valor máximo que as pessoas estão dispostas a pagar por ele. Se as pessoas estão dispostas a pagar caro por um produto, por qual motivo o vendedor vai abaixar os preços? O custo de aquisição do produto nesse caso é irrelevante, ele naturalmente vai se aproveitar dessa percepção distorcida de valor subjetivo dos consumidores para ter o maior lucro possível. O que vai freá-lo será justamente a concorrência oferecendo preços mais baixos. É por isso que essa atitude das importadoras é tão nefasta, priva o consumidor de ter produtos mais baratos em benefício de empresários preguiçosos e acomodados. Eles poderiam vender mais barato e nem assim perderiam dinheiro, porque o maior volume de vendas compensaria os lucros menores (e muito provavelmente ganhariam mais dinheiro dessa forma). Mas trabalhar com margens menores de lucro dá mais trabalho, requer mais habilidade, daí os parasitas preferem foder todo o mercado a se aprimorarem. É por isso que não tenho pena de empresário nenhum quando quebra. Se faliu é porque não soube escutar o mercado, um incompetente a menos. Que venham os chineses. Que venha livre comércio com a União Europeia. Foda-se o empresário preguiçoso e acomodado.

[Adriano]

Wanderso, ou você aceita as regras do cartel ou vão te limar do esquema, simples assim. Apesar de que nem sei porque o importador se preocupa com isso, a revenda não é mais problema dele. Uma opção é denuncia pro CADE, mas acho que não vão atrás disso também, ou vão arrumar um jeito de faturar em cima do cartel

Marino, acho que se você conseguir preços mais baixos do que os produtos importados já vendidos aqui a chance de encalhar estoque é muito baixa. Vê se no começo você não pode tentar um esquema de venda por consignação (não sei se é possível com mercadorias importadas), ou se não dá para vender "on demand" (caso exista um transportadora rápida e confiável)

Iberê, o problema do importador no caso é que tem também uma loja na região, grande por sinal, e, tem renome, já que é um triatleta famoso

Marino, minha idéia era trabalhar "on demand" mesmo, evitando ter que disponibilizar capital para estoque, coisa que não tenho, e, na real, a comissão por item vendido seria só para ajuda, nada de altas margens de lucro.
Ainda bem que sou safo tributáriamente falando, vou ver o que rola nesse período, já entrei em contato com CHINAS "muy amigos"

Triste saber que o Armando tem uma atitude dessas. Eu o achava um cara gente boa, já fiz algumas compras lá. Meu dinheiro ele não vê mais.

[Adriano]

o problema é q vc usou seu nome... e explanou a parada... se tivesse criado um nome ficticio, o qual o fornecedor nao tivesse conhecimento teria ficado de boa... o que embola mais é q o fornecedor ao mesmo tempo é atacadista e varejista... ou seja, ele quer te vender, mas quer controlar a quanto vc vende pra ele nao perder a venda dele...

dito isso, sai desse fonecedor q é roubada pra lidar nesse tipo de negocio...

O problema é que boa parte dos importadores também é lojista. O mercado de bikes no Brasil é muito cartelizado.

[Adriano]

Pessoal, a razão disso tudo é o OPOSTO do título do tópico. Não se trata de voracidade, mas o contrário, o TAMANHO DIMINUTO do mercado de peças para bicicletas de estrada no Brasil. O lojista (físico) só vende se tiver estoque, igualmente o distribuidor.

Dado isso, mais os juros, custo Brasil e a volatilidade do cambio, o custo de manter estoque tem que ir pro preço mesmo.

This is Congo!!!

Você inverte causa e efeito. O motivo de a peça ficar parada em estoque é o preço abusivo cobrado. Mercado existe sim, basta ver em qualquer pelotão o nível das bikes e equipamentos. E boa parte compra esse material no exterior por causa da diferença absurda de preços. Então é claro que essas peças vão ficar paradas em estoque, ninguém em sã consciência vai pagar o dobro ou o triplo do preço que custa lá fora.

[Adriano]

Esse conformismo de que "no Brasil é assim mesmo" é que dá energia pra tudo continuar como está, ou piorar. Sim, isso que envolve esse esquema maluco é Brasil. E eu acho que só aqui essa safadeza acontece. De onde vocês acham que vem o "problema crônico da inflação" que todo mundo fala mas ninguém sabe por que acontece? Ah, oferta e demanda? Uma ova! É safadeza do empresariado. Eu ponho o preço que eu quero e você paga. Nós combinamos uma margem altíssima para todo mundo pensar que o preço é esse mesmo e todo mundo (digo, todo mundo safado) fica feliz.

Daí quando chega alguém com honestidade como princípio, os cães mostram os dentes.

Não meu caro, a inflação não é culpa do empresariado. A inflação é culpa quase que exclusiva do governo. O que gera inflação é a desvalorização da moeda, que é resultado da excessiva impressão de moeda (criar dinheiro do nada). Para entender melhor as verdadeiras causas da inflação, recomendo essa longa porém muito elucidativa leitura: "O que o governo fez com o nosso dinheiro?", disponível em http://mises.org.br/Ebook.aspx?id=92" target="_blank.
A questão não é tão simples assim, um mero cartel de empresários. É fato que os preços no Brasil são altos porque a margem de lucro é grande, mas a inflação tem outras causas. O governo está injetando mais dinheiro na economia do que ela é capaz de absorver, se a situação não for revertida logo em poucos anos teremos mais uma bolha estourando.