A farsa do mapeamento hormonal (doping)
Posted: Tue 04 Aug 2015 21:32
É curioso como a andronização de atletas, mantida como um programa secreto durante anos pela República Democrática da Alemanha (RDA), ainda continua em voga nos dias de hoje e com o mesmo altíssimo sigilo dos idos anos 60, quando então era controlada pelo Mistério da Segurança de Estado, a temível “Stasi”. Após o colapso da RDA e consequente queda do muro de Berlim, diversos documentos confidenciais foram resgatados, descrevendo em detalhes como o governo promovia o uso de drogas para atletas que competiam em esportes de alto desempenho, notadamente esteróides androgênicos.
Sob o pretexto de “reposição hormonal” ou “mapeamento hormonal”, hoje em dia ciclistas e triatletas, amadores e de elite, podem contar com as clínicas de medicina esportiva e seus “Doutores” para atingir seus objetivos, os quais seriam impossíveis se contassem apenas com treinos e suplementação comum encontrada nas prateleiras de lojas especializadas. Assim como ocorria na Alemanha comunista, trata-se de um esquema intrincado, que conta com a estrita relação "médico-paciente" e que não pode vazar de forma alguma para terceiros por motivos óbvios.
Mesmo após o “mapeamento hormonal”, usado meramente como formalidade supérflua e desnecessária a pretexto de detectar “desequilíbrios das taxas hormonais”, substâncias como o hgH (hormônio de crescimento humano) e testosterona são comumente ministrados pelos “Doutores” em dosagens específicas e com pleno consentimento dos atletas. Deslumbrados com os resultados que não demoram a aparecer, esses atletas tornam-se clientes assíduos e passam a planejar cuidadosamente o calendário anual de provas em busca de resultados condizentes com o tamanho de seus egos.
Os mais bem sucedidos conseguem fechar contratos com fabricantes conhecidos, de cujas marcas passam a representar como garotos propaganda em troca do uso de seus equipamentos por tempo pré estipulado. Não raro, também conseguem chamar a atenção da mídia, sempre ávida a lucrar com o ibope de uma nova história e incutir no imaginário do povão a necessidade de cultuar falsos heróis e seus feitos tão comoventes quanto os dramalhões mexicanos vespertinos. Aparecer na TV em programas de relativa audiência, contando suas desinteressantes “histórias de superação”, ao mesmo tempo em que mostram o cotidiano de suas vidas tacanhas, passa a ser um objetivo importante do atleta que agora almeja a todo custo manter sua imagem de sucesso, conquistada com o auxílio secreto de uma figura que ninguém faz a menor idéia da existência, mas sem a qual seria impossível estar ali, colhendo elogios de uma platéia de corações emocionados.
Mal sabe ele que a mão que hoje lhe afaga a cabeça, é a mesma que no futuro pode transformar seu sonho num angustiante pesadelo. Para o dopado trapaceiro, fama e o sucesso não são vias de mão única pois, da mesma forma que galgou o mais alto degrau em ascensão meteórica, pode a qualquer momento cair no angustiante abismo da vergonha, caso seja sorteado para o controle anti-doping e acuse positivo no exame. Não fazem a menor idéia que a mídia nem sempre gosta de se sentir como esposa traída e, da mesma forma como constrói seus mitos e hérois, é capaz de reduzi-los à pó, desmascará-los como fraudes e por fim destruí-los como insetos se isso for rentável e der ibope.
Sob o pretexto de “reposição hormonal” ou “mapeamento hormonal”, hoje em dia ciclistas e triatletas, amadores e de elite, podem contar com as clínicas de medicina esportiva e seus “Doutores” para atingir seus objetivos, os quais seriam impossíveis se contassem apenas com treinos e suplementação comum encontrada nas prateleiras de lojas especializadas. Assim como ocorria na Alemanha comunista, trata-se de um esquema intrincado, que conta com a estrita relação "médico-paciente" e que não pode vazar de forma alguma para terceiros por motivos óbvios.
Mesmo após o “mapeamento hormonal”, usado meramente como formalidade supérflua e desnecessária a pretexto de detectar “desequilíbrios das taxas hormonais”, substâncias como o hgH (hormônio de crescimento humano) e testosterona são comumente ministrados pelos “Doutores” em dosagens específicas e com pleno consentimento dos atletas. Deslumbrados com os resultados que não demoram a aparecer, esses atletas tornam-se clientes assíduos e passam a planejar cuidadosamente o calendário anual de provas em busca de resultados condizentes com o tamanho de seus egos.
Os mais bem sucedidos conseguem fechar contratos com fabricantes conhecidos, de cujas marcas passam a representar como garotos propaganda em troca do uso de seus equipamentos por tempo pré estipulado. Não raro, também conseguem chamar a atenção da mídia, sempre ávida a lucrar com o ibope de uma nova história e incutir no imaginário do povão a necessidade de cultuar falsos heróis e seus feitos tão comoventes quanto os dramalhões mexicanos vespertinos. Aparecer na TV em programas de relativa audiência, contando suas desinteressantes “histórias de superação”, ao mesmo tempo em que mostram o cotidiano de suas vidas tacanhas, passa a ser um objetivo importante do atleta que agora almeja a todo custo manter sua imagem de sucesso, conquistada com o auxílio secreto de uma figura que ninguém faz a menor idéia da existência, mas sem a qual seria impossível estar ali, colhendo elogios de uma platéia de corações emocionados.
Mal sabe ele que a mão que hoje lhe afaga a cabeça, é a mesma que no futuro pode transformar seu sonho num angustiante pesadelo. Para o dopado trapaceiro, fama e o sucesso não são vias de mão única pois, da mesma forma que galgou o mais alto degrau em ascensão meteórica, pode a qualquer momento cair no angustiante abismo da vergonha, caso seja sorteado para o controle anti-doping e acuse positivo no exame. Não fazem a menor idéia que a mídia nem sempre gosta de se sentir como esposa traída e, da mesma forma como constrói seus mitos e hérois, é capaz de reduzi-los à pó, desmascará-los como fraudes e por fim destruí-los como insetos se isso for rentável e der ibope.