Com um ataque espetacular a 100km do final o esloveno Tadej Pogacar conquistou o mundial de ciclismo e a tríplice coroa do ciclismo sagrando-se campeão do Giro d’Italia, do Tour de France do Mundial de Ciclismo no mesmo ano. O australiano Ben O’Connor foi o segundo colocado e o campeão mundial de 2023, Mathieu van der Poel conquisto a medalha de bronze.

“Eu não sei, eu não posso acreditar. Eu coloquei muita pressão em mim para hoje, a equipe, eu mesmo, muita pressão. Eu talvez tenha feito uma escolha estúpida (em atacar tão cedo), ainda é difícil de acreditar, eu queria muito isso.” Tadej Pogacar

 

Campeonato Mundial de Ciclismo 2024 – Zurique – 273.9km

Com largada em Winterthur e chegada em Zurique, o mundial de ciclismo 2024 contou com 4.470m de altimetria acumulada. De Winterthur percorreram cerca de 70km com três subidas leves até a entrada no circuito de Zurique. Os principais obstáculos do circuito de 26,8km foram as subidas de Zürichbergstrasse (1,1 km a 8%) e depois o Witikon (2,3 km a 5,7%) percorridas sete vezes. Antes da largada, duas baixas, Guillaume Bovin (Canadá) não largou por estar doente e Jefferson Cepeda com Covid. A largada aconteceu com temperatura amenas de 13º e sem chuva, numa condição bem melhor que a prova feminina realizada neste sábado.

Com apenas 50km rodados, Pello Bilbao e Julian Alaphilippe caíram e o francês bicampeão mundial 2021/2022 foi levado de ambulância. Um pouco depois mais dois favoritos abandonaram, o dinamarquês Mattias Skjelmose e o basco Mikel Landa. A fuga do dia contou com seis ciclistas:

• Silvan Dilier – Suíça
• Tobias Foss – Noruega
• Simon Geschke – Alemanha
• Rui Oliveira – Portugal
• Piotr Pekala – Polônia
• Luc Wirtgen – Luxemburgo

Um pouco depois outro grupo se conectou com a fuga, levando Pavel Sivakov, Kevin Vermaerke, Florian Lipowtiz e Jan Tratnik.

Restando 130km para o final, o espanhol Pablo Castrillo que foi destaque na Vuelta atacou motivando uma reação do forte time esloveno. Um pouco depois o espanhol foi neutralizado e a seleção eslovena começou uma aceleração, primeiro com Domen Novak e depois com Primoz Roglic, na sequência Tadej Pogacar lançou seu primeiro ataque a 100km do final. Apenas o italiano Andrea Bagioli conseguiu seguir Pogacar mas não por muito tempo. Ai começou o jogo de equipe esloveno, Jan Tratnik que estava na fuga esperou e passo a revezar com Pogacar e ajudar ao máximo seu compatriota. Após conectar com a fuga, Pogacar logo tratou de acelerar e levou consigo o francês Pavel Sivakov.

Tadej Pogacar mantinha um rítmo que permitia ao máximo Sivakov se segurar em sua roda, mas não por muito tempo. A 50km do final o francês jogou a toalha e Pogacar seguiu em busca da Tríplice Coroa do Ciclismo.

Tripla coroa do ciclismo

O campeão do Giro d’Italia e do Tour de France tinha um objetivo que quebraria um recorde de 37 anos. Em 1987, o irlandês Stephen Roche venceu o Giro d’Italia, o Tour  de France e o Mundial, apenas ele e Eddy Merckx em 1974 conquistaram tal façanha, até hoje. Algo semelhante no Tennis a vencer dois Grand Slams e o Finals, já que na história do ciclismo, nunca um mesmo ciclista venceu o Giro, o Tour de France e a La Vuelta. No ciclismo feminino Annemiek van Vleuten venceu a tripla coroa, mas devemos pesar que as disputas foram de provas de uma semana enquanto no masculino são três semanas de disputa. Na história o ciclista que ficou mais próximo do feito foi Miguel Indurain em 1993 com, porém o estadunidense Lance Armstrong ganhou o mundial escapado.

A luta pelo pódio não seria leve

A perseguição imediata tinha o irlandês Ben Healy e o estoniano Toms Skujns a 50s de Pogacar e atrás deles, um grupo de doze ciclistas com Mathieu van der Poel, Remco Evenepoel e Marc Hirschi entre eles. Quando restavam 23km para o final no topo de uma subida, Marc Hirschi atacou do grupo perseguidor na busca de fazer a ponte para a luta pela medalha de prata. Uma verdadeira pancadaria com ataque atrás de ataque fez uma nova seleção na perseguição com os grupos se conectando, a nova perseguição tinha Remco Evenepoel na ponta com Mathieu van der Poel em sua roda:

• Remco Evenepoel – Bélgica
• Mathieu van der Poel – Países Baixos
• Marc Hirschi – Suíça
• Enric Mas – Espanha
• Ben O’Connor – Austrália
• Toms Skuijns – Estônia
• Ben Healy – Irlanda

Pogacar na ponta parecia ter tudo sob controle, mas sua diferença já havia caído por 1/3 para 40s e ainda restavam 10km para o final. Mas apesar de um momento em que a diferença chegou a 32s, Pogacar conseguiu recuperar o ritmo e entrou nos 3km finais com 40s de vantagem para a perseguição. Atrás a luta era diferente com ataque atrás de ataque em busca dos lugares no pódio.

 

 

Campeonato Mundial de Ciclismo

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