A equipe Ineos, maior ganhadora do Tour de France na última década, revelou sua escalação para a prova de maior prestígio no ciclismo mundial. A surpresa foi deixar fora da prova dois campeões do Tour, o tetracampeão Chris Froome e o campeão do Tour de 2018, Geraint Thomas.
Froome e Thomas fora do Tour de France
Para entender o que levou a escolha da Ineos, precisamos voltar um pouco no tempo. Mais precisamente para o Critérium du Dauphiné 2019, quando Chris Froome sofreu um terrível acidente. Com fraturas no fêmur, cotovelo e costelas, o tempo de recuperação seria muito longo. Já no início de 2020, Froome abandonou a concentração da equipe em montanha, retornando para Mônaco onde mora.
Veio a pandemia do coronavírus e durante ela os primeiros boatos. Froome poderia mudar de equipe no meio da temporada, tudo por não ser oficializado como capitão para o Tour de France. Os rumores então foram confirmados com a assinatura do contrato entre Froome e a equipe Israel StartUp Nation para 2021. Com o futuro resolvido, restava o presente e a Ineos escalou Froome e Thomas para o Critérium du Dauphiné 2020.
Ocorre que nem tudo saiu como planejado, Froome sobrou em todas etapas, ainda existe aquela pegada forte para puxar algum tempo, mas não durante uma escalada fora de categoria. E com a performance baixa, e todo conflito exposto por Froome lutando para ser capitão no papel, a equipe acabou por retira-lo do Tour 2020.
Chris Froome, como despedida da Ineos foi escalado para a Vuelta 2020, que reduzida em algumas etapas será a prova que encerrará o calendário do ciclismo em 2020. Pode-se entender como uma escolha hierárquica, mas minha leitura é que foi uma punição. Escolher a prova de menor prestígio para o maior vencedor pela equipe por conta do comportamento dele nesta temporada. Froome bateu o pé muito antes da hora, exigindo ser confirmado como capitão da equipe no Tour, ficou sem o Tour e sem a equipe.
Seu amigo e escudeiro Geraint Thomas também não apresentou a performance habitual, e foi então escolhido como capitão para o Giro, mais que um prêmio de consolação.