Café com Pelote: Falamos com o organizador do Granfondo do Piauí, John Correia

Neste domingo foi realizado o primeiro Granfondo do Piauí. Um desafio de ciclismo em uma das regiões mais paradisíacas do Brasil. A prova organizada pelo educador físico John Correia contou com três distâncias de até 121km.

Em meio as dificuldades relatadas por muitos organizadores de provas, pude conversar com John para entender esse desafio e trago ao leitor um pouco dessa experiência de pedalar em uma região serrana do nordeste brasileiro.

Como é organizar uma prova de ciclismo no Piauí?

John: Tenho realizado Training Camp com amigos desde 2016 na região e a ideia matura desde então. A ideia veio após percorrer a estrada onde aconteceu o Piauí Granfondo, ela oferece características para atrair o amante do ciclismo de resistência, com grau de dificuldade alto. São boas rampas, clima frio e estrada tranquila em relação ao trânsito. 

Totem com patrocinadores do Piauí Granfondo

Quais pontos foram os mais difíceis na organização da prova?

John: A pior parte foi atrair o ciclista a experimentarem um formato de prova que não conheciam na região. Talvez por estarem acostumados a provas em determinado formato por anos, ou por terem o costume de fazer provas em conjunto com amigos ou clubes pelos quais pedalem. Por isso deixamos aberta a participação com bicicletas de MTB mesmo sendo uma prova de estrada. Assim permitiu um público mais amplo.

O ciclismo tem muita coisa boa a oferecer aos patrocinadores. É uma prática simpática a maioria das pessoas, de qualquer idade e as empresas se interessam se o que for apresentado tiver conteúdo.

Você obteve apoio de empresas importantes, como foi a busca por patrocínio para o Granfondo do Piauí?

John: Muita gente pensa que é difícil vender um evento esportivo, eu vejo como um desafio estimulante. Esporte é minha vida, quando falei do Piauí Granfondo, sempre tive postura e confiança de oferecer uma parceria de valor. O ciclismo tem muita coisa boa a oferecer aos patrocinadores. É uma prática simpática a maioria das pessoas, de qualquer idade e as empresas se interessam se o que for apresentado tiver conteúdo. Muitos apoiadores sequer tem envolvimento com a modalidade.

Kit com medalha e troféus do Piauí Granfondo

Qual a relação com o poder público, como foi a conexão com federação, polícia, prefeitura?

John: As prefeituras foram muito receptivas, todas tiveram papel fundamental no evento. Claro que poderiam ter uma atuação mais efetiva, promover o evento junto a população. Mas essa é uma tarefa árdua e lenta, não dá para impor, temos que conquistar nosso espaço.

Embora uma entidade seja órgão competente para realizar e movimentar o esporte, ela não tem condições de ser única responsável

E o papel do organizador nisso tudo? Até onde vai o papel do Estado?

John: O poder público sempre tem certa resistência com o esporte, porém temos que mudar isso mostrando que é justamente nele que deveriam se apoiar. O esporte somado a educação e saúde são pilares da população. A disciplina esportiva educa, desperta a leitura, o atleta acompanha o mundo, conhece outras culturas outros povos. Tudo está interligado mas o profissional da Educação Física é desmerecido. Talvez pelo desconhecimento de sua enorme contribuição para uma cidade, para o estado e país. Fui presidente de Federação por muitos anos e posso afirmar que embora uma entidade seja órgão competente para realizar e movimentar o esporte, ela não tem condições de ser única responsável. O mesmo com o governo, existe limite, muitas entidades e setores precisam de apoio. Os ciclistas com seus clubes precisam realizar eventos, competições seguirem sem depender de federação.

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