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Polêmica na edição brasileira do L’Étape du Tour

No ultimo final de semana rolou a edição brasileira do L’Étape du Tour, uma prova organizada com a chancela da organizadora do Tour de France. A prova, sem chancela UCI foi vencida pelo ex-profissional Otávio Bulgarelli que comanda o canal Ciclismo Expert. O segundo colocado Halysson Ferreira publicou um relato nas redes sociais inconformado não com o segundo lugar mas com a forma como Bulgarelli venceu. Ainda segundo Halysson, Bulgarelli correu juntamente com seu ex-companheiro de Funvic e atleta suspenso até 2025 por doping Alex Diniz o Meio Kilo. Meio Kuilo teria gregariado (prática de acelerar para num ritmo forte deixar o companheiro em melhor posição) para Bulgarelli.

Como o próprio regulamento do L’Étape Brasil indica, o evento é organizado sob critérios regulamentares da Federação Paulista e Confederação Brasileira do Ciclismo, portanto estando sujeito ao controle antidopagem. A questão levantada pelo segundo colocado envolve especialmente um conceito ético, um evento que carrega consigo o nome do maior evento de ciclismo do planeta ter atletas suspensos nos dá a sensação de um vale-tudo ou uma categoria força-livre. Pode um atleta suspenso participar de uma competição amadora? Durante os últimos anos a USADA e WADA bateram forte contra a participação de Lance Armstrong em eventos competitivos, não consigo imaginar a presença do texano desgraçado em uma edição do L’Étape ainda que nos EUA. Assim era de se esperar que a organização da versão brasileira tivesse esse cuidado com os convidados e participantes.

Otávio Bulgarelli e Alex Diniz

Bulgarelli correu de 2012 a 2016 pela equipe Funvic e foi absolvido por um resultado adverso (assim como Froome), no caso de Bulgarelli inicialmente foi encontrado DNA feminino em sua urina o que indicou ser contaminação cruzada. Ressalto Bulgarelli foi inocentado de modo unânime pela comissão que julgou o caso. Alex Diniz correu pela Marcondes Cesar, foi suspenso em 2009 por uso de EPO. Após o fim da suspensão correu um ano pela Padaria Real e de 2013 a 2016 pela Funvic, sendo suspenso até 2025 por alterações no passaporte biológico e uso de métodos ou práticas proibidas. Atualmente Meio Kilo conduz uma assessoria de treino e suporte de ciclismo.

Muito Brasil e menos França: Falha na cronometragem, confusão e muita demora.

Após duas edições muito bem sucedidas, a prova amadora do L’Étape du Tour aconteceu em 2018 na cidade de Campos do Jordão, uma estância de inverno no interior de São Paulo. Participantes relataram que os pódios das diversas categorias amadoras não pode ser realizado devido um problema na cronometragem. A demora em ter informações fez com que muitos reclamassem nas redes sociais. Outra reclamação recorrente foi no atraso na liberação de fotos previamente pagas. Fica a impressão que a edição 2018 teve muito de Brasil e um pouco menos de France.

Lembro que o L’Étape Brasil apesar de carregar o nome Tour de France é uma competição amadora que busca dar a experiência de participar de uma prova com a organização do Tour de France. Tem grande divulgação de mídia embora não seja coberta pelos principais veículos que acompanham o ciclismo profissional como o próprio pelote.com.br. Para um evento que tem por inscrição um valor considerado alto por muitos (R$880,00) seria de se esperar um melhor tratamento ao usuário. Contudo as inscrições para a edição 2019 já estão abertas.

 

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