O dinamarquês Soren Andersen da Sunweb venceu ontem a conhecida clássica dos sprinters, só que dessa vez a organização mudou tudo na Paris-Tours e entregou ao fã do ciclismo uma prova emocionante com ataques constantes e nove trechos de cascalho que elevaram o nível de dificuldade da prova.
Após quase 200km de prova controlando ataques os trechos de cascalho nos 60km finais da clássica dos sprinters mexeu com tudo. Uma prova fantástica com muitos ataques e aquele jeitão de clássica belga. Restando 30km para o final o grupo líder tinha Nik Terpstra da Quick Step, Benoit Cosnefroy da Ag2r e Soren Andersen da Sunweb. Pouco atrás deles vinha um forte grupo perseguidor com Olivier Naesen da Ag2r e Sep Vanmarcke da EF. Mas após uma certa discussão no trio líder foi Andersen quem tomou a iniciativa, utilizando suas habilidades de contra relógio foi para a ponta e manteve um passo forte nos 10km finais para uma bela vitória. Atrás após muitos xingamentos entre si, Terpstra bateu Cosnefroy no sprint pelo segundo lugar.
“Eu realmente não pensava que seria possível. Eu tive algumas semanas duras após o Tour de France, mas eu estava totalmente focado hoje, eu queria muito essa vitória então estou muito feliz que tenha acontecido”.” Soren Andersen
Criticas a mudança de trajeto foram duras
A Paris Tours durante muitos anos foi conhecida como a clássica dos sprinters. Realizada desde 1896 teve neste domingo sua edição 112. Sob organização da ASO (mesma organizadora do Tour de France) a prova recebeu um grau de dificuldade ímpar ao incluir diversos trechos de sob cascalho no trajeto. Para o público um sucesso total, as redes sociais ferveram e a prova foi movimentada. Já para dirigentes de equipe e alguns ciclistas, o nível de dificuldade da prova no outono europeu logo após a Vuelta e o Mundial foi excessivo.
Foram ao todo nove trechos de estrada de cascalho ao longo dos vinhedos de Vouvray. Muitos furos de pneu deixaram frustrados alguns dirigentes como Patrick Lefevere da Quick Step que jurou não correr mais a prova:
“Essa é a última vez que a Quick Step corre esta prova, mesmo que vençamos! Isso não tem nada haver com ciclismo”
O belga Philippe Gilbert que teve um furo em um momento decisivo que o tirou da disputa pela vitória acompanhou o chefe:
“Francamente, isso não foi um sucesso. Certos setores não eram apropriados para o ciclismo. Poderia muito bem ser uma corrida de ciclo-cross”
Outro crítico das mudanças foi Arnaud Démare, o francês da Groupama FDJ disparou:
“Isso não é mais a Paris-Tours! Se você não quer mais ver os sprinters aqui novamente, você não poderia fazer melhor que isso”
O vencedor da prova Soren Andersen que nada tem haver com o mimimi mandou:
“Alguns disseram que é perigoso mas você tem que se adaptar e eu amei. Eu quase não acredito, essa foi a primeira vitória em uma clássica para mim”