Destaques do Tour de France – Parte 2

Com o final do Tour de France neste domingo seguimos com a critica a prova. No primeiro texto falamos de alguns destaques como Froome, o vencedor Geraint Thomas o crescimento da Lotto Jumbo e os jovens destaques. Agora falaremos das etapas e dos velocistas.

http://www.pelote.com.br/destaques-do-tour-de-france-2018-parte-1/

A camisa verde

A segunda camisa mais importante do Tour de France é a de campeão por pontos. Entre 1905 e 1912 havia apenas a competição por pontos já que em 1904 um escândalo mudou a classificação, doze ciclistas inclusive o campeão foram desclassificados por pegarem carona num trem em uma das etapas. Após 1912 a classificação geral voltou a ser definida por tempo e em 1953 a classificação por pontos foi reintroduzida. Até 1958 os pontos eram descontados, ou seja o último ciclista recebia mais pontos e o primeiro menos pontos e assim o ciclista com menor número de pontos era o vencedor. De 1959 em diante o formato seguiu como o atual.

Peter Sagan verde por seis anos!

O eslovaco Peter Sagan, tricampeão mundial venceu de 2012 a 2016 a camisa verde, em 2017 foi polemicamente desclassificado, retornando em 2018 para vencer pela sexta vez. Sagan se igualou ao alemão Erik Zabel que venceu por seis vezes durante os anos 90. Ninguém vestiu por mais vezes a camisa que Sagan que na etapa 18 completou 100 dias vestindo a camisa verde. Sagan venceu três etapas nesta edição completando o Tour com 11 vitórias em etapas.

Adeus de Chavanel

Profissional desde 2000 um dos mais queridos ciclistas do pelote profissional, Sylvain Chavanel esteve em 18 edições do Tour de France, tornando-se o recordista isolado em largadas. Chavanel anunciou que encerra sua carreira em 31 de dezembro e seu adeus contou com a largada na frente do pelote na última etapa além de uma fuga que marcou o início oficioso da etapa derradeira.

Também se despede do Tour de France a marca BMC enquanto nome de equipe, que dará lugar a marca CCC com uma reestruturação total da equipe de Jim Ochowicz. O adeus veio em grande estilo com Greg Van Avermaet vestindo a camisa amarela durante a primeira semana do Tour.

Etapas memoráveis, Roubaix e Laruns

A cada edição do Tour, renasce a esperança de disputas épicas como as de Armstrong e Pantani na década passada, nesta edição ao menos duas etapas foram memoráveis. A etapa rainha em Laruns, foi especial com um final espetacular e luta do começo ao fim mas sem dúvidas a etapa que lembraremos daqui a 10 ou 20 anos será a etapa com final em Roubaix. Uma etapa fantástica cheia de ataques, a luta dos líderes para não tomarem tempo dos principais adversários tornou a disputa não só difícil tecnicamente mas dura taticamente. Podemos atestar que foi a etapa que definiu o campeão de 2018 pois Geraint Thomas finalizou a etapa com 1:20 sobre Dumoulin e 0:59 sobre Froome. Além disso marcou a volta de John Degenkolb as vitórias após um hiato de dois anos causado por um atropelamento em 2016.

http://www.pelote.com.br/john-degenkolb-venceu-chegada-em-roubaix-pelo-tour-de-france/

O Tour 2018 também experimentou duas etapas de montanha curta, uma com 65km e outra de 108.5km, ambas sucesso de disputa e tensão com a eliminação de sprinters, que falamos abaixo. A ideia de colocar apenas montanhas curtas promoveu uma série de ataques e que precisaram ser acompanhadas pelas equipes que buscavam a classificação geral. Uma experiência muito bem sucedida.

Falhas e erros, o mico da largada F1 e o corte dos Sprinters e a francesada

Todo ano a organização tenta promover alguma experiência única no Tour de France. Neste ano a organização resolveu copiar a largada de motos, ignorando obviamente a dinâmica da bicicleta. Assim a largada de F1 não teve o objetivo alcançado, a experiência foi exatamente como uma largada neutralizada convencional. Uma falha que repercutiu na midia pelo mundo foi o erro de cronometragem no contra relógio individual. Onde mesmo o vencedor Tom Dumoulin ficou por algum tempo esperando o resultado que havia sido divulgado de modo errado. Mas a falha que causou mais perda ao Tour foi a escolha do tempo de corte para as duas etapas curtas só com montanhas. Com mais tempo subindo praticamente sem trecho plano os sprinters sobraram miseravelmente e nomes como Cavendish, Kittel, Gaviria e Greipel foram eliminados ou abandonaram quando notaram que não seria possível chegar no tempo limite. Bastava alguns pontos percentuais a mais no tempo de corte para evitar esse corte prematuro. Em uma etapa de montanha convencional há 50 a 60km planos que aumentam o tempo de prova e consequentemente os minutos de corte além de aumentar a velocidade média da etapa. Com isso mesmo sobrando bastante os sprinters passam com folga no tempo limite. Os organizadores sabiam disso e só fizeram uma pequena alteração na etapa que o francês Arnaud Demare ficou próximo ao tempo de corte. A “francesada” ainda já com a etapa em andamento com o acréscimo de 2% no tempo de corte.

One thought on “Destaques do Tour de France – Parte 2

  1. Parabéns pelas coberturas e opiniões! Compartilho de várias de suas ideias, por exemplo a etapa de Roubaix- a melhor do ano, gravei, guardei e vou usar para treinar em alguns invernos!!!

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