Seis Etapas imperdíveis do Tour de France

Luiz Papillon

As vésperas do início da 105ª edição do Tour de France, destaco as etapas mais importantes na disputa. Este ano a organização foi minuciosa e desenvolveu uma rota com diferentes desafios e características. Entre as novidades estão a etapa que percorre boa parte da Paris-Roubaix e uma etapa com apenas 65km e três subidas fantásticas. Vou aqui destacar os pontos chave nesta jornada de três semanas.

http://www.pelote.com.br/guia-do-tour-de-france-2018/

Etapa 3 – Contra Relógio por Equipes

Na primeira semana o contra relógio por equipes em Cholet pode dar preciosos segundos em uma disputa apertada. Com a redução de 9 para 8 ciclistas por equipe a marcação de tempo passa a ser na roda do quarto ciclista da equipe a cruzar a chegada. São 35,5km com algumas rampas que podem ser decisivas na manutenção do grupo de quatro ciclistas. Na Volta a Suíça que aconteceu no mês passado a BMC garantiu 1’18” de vantagem para a Astana na etapa de contra relógio, ao final o australiano venceu Jackob Flugsang da Astana por 1’12”. No Critérium du Dauphiné também no mês passado a equipe Sky colocou 56″ na Mitchelton e Geraint Thomas venceu a classificação geral com 1’00” sobre Adam Yates. Nessa disputa as favoritas a vitória na etapa são a Sky, Sunweb e BMC enquanto Movistar, Astana e Bahrain tentarão fazer controle de perda.

Etapa 9 – Os paralelepípedos de Roubaix

Roubaix palco de uma das provas monumentais do ciclismo foi chegada no Tour de France por vinte vezes desde 1947. A última chegada em Roubaix foi em 1996 com vitória de Erik Zabel. Uma etapa brutal com 156,5km e 15 setores de paralelepípedos irão minar os ciclistas, é bem verdade o tempo irá ajudar e a possibilidade de chuva será menor. A largura da estrada faz com que o pelote fique quebrado e grupos se destaquem, implicando na necessidade dos candidatos a classificação geral em estar sempre na marcação de seus oponentes. E como fazer isso com locomotivas como Kwiatkowski, Sagan e Matthews imprimindo ritmo de 50km/h na ponta? Muito trabalho de equipe e desgaste.

 

Etapa 12 Alpe d’Huez

Três subidas HC num dia com passagem por três das mais famosas escaladas da Europa, a etapa 12 passa pela Col de la Madeleine, Col de la Croix de Fer e termina no Alpe d’Huez, palco de belíssimas batalhas na história do ciclismo. Um detalhe a parte é o público, no alto verão europeu os fanáticos correm, bebem e fazem um espetáculo a parte. E como assim? Não é a etapa rainha? Não! Mais abaixo falo da etapa rainha desta edição mas o Huez é mandatório para o fã de ciclismo. Os escaladores são os fortes candidatos para essa etapa, mas não devemos nos surpreender com uma vitória da fuga ou um dos menos favoritos. Afinal os favoritos estarão se marcando, Adam Yates, Rigoberto Uran, Rafal Majka, Pierre Latour e a equipe Movistar inteira são potenciais favoritos. Há diversas disputas fantásticas no Huez coloco o momento em que Nairo Quintana deixou Froome em apuros no Tour de 2015:

 

Etapa 17 – 65km e três subidas duríssimas

A etapa 17 entre Bagnères de Luchin e Saint Lary Soulan me fez desejar que Alberto Contador retornasse da aposentadoria. A etapa com 65km tem 38,3km de subidas sendo a última com 16km em brutais 9% de inclinação. Com largada em grupos, disputas para alcançar o grupo seguinte serão uma constante. Os organizadores buscaram inspiração na Formula 1 para largada, assim grupos de 20 ciclistas partirão com o primeiro de cada grupo na ponta, sendo o primeiro grupo o do camisa amarela.

Etapa 19 – A etapa Rainha do Tour 2018

Serão quase 60km subindo em 200,5km de percurso na mais dura etapa do Tour nesse ano. Espero que a transmissão comece em tempo de vermos a conquista do prêmio Jacques Goddet no topo do Tourmalet, uma escalada de 17,1km com inclinação média de 7,3%, depois uma descida técnica e veloz com cerca de 1600m de altimetria. Ao final a escalada a Col d’Aubisque com 16,6km antes de uma descida técnica para Laruns.

Etapa 20 – Contra Relógio individual

Quando li que teríamos um contra relógio de 31km pensei “pobres escaladores” mas ao me deparar com um trajeto sinuoso, ondulado e com uma subida de 900m a 10,2% notei o quanto pode ser interessante essa disputa. Ciclistas de pegada como Valverde, Roglic e Froome terão vantagem nessa etapa que pode ser o fiel da balança. Nos últimos anos vimos Bardet e Rigoberto Uran deixarem o pódio por deficiência no contra relógio plano, essa é a oportunidade de utilizarem a seu favor. Abaixo um vídeo com o reconhecimento feito por Romain Sicard pela Direct Energie.

 

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