Ícone do site Pelote Ciclismo

50 tons de Rosa! Um apanhado do Giro 2018

Após o término do Giro 2018, o Pelote trás alguns destaques deste Giro que foi uma das melhores grandes voltas dos últimos tempos. Alguns números do Giro 2018:

Froome, seus números o credenciam para maior ciclista da atualidade:

 

1. O Giro começando fora da Europa

Um grande aparato de segurança para a primeira largada de uma grande volta fora da Europa, Jerusalém fez uma festa muito bonita para o contra relógio, onde Froome caiu no reconhecimento. O sucesso de mídia da visita faz com que a Croácia seja uma grande candidata para largada 2019 ao lado da cidade de Marselha, em menor intensidade Tóquio e Nova Iorque. A parte ruim foram as duas etapas sem público e sem atrativos esportivos.  Os ciclistas reclamaram muito do tempo de traslado entre Israel e a Sicília, consumindo grande parte do “dia de descanso”. Assim torcemos que para as próximas temporadas a organização do Giro consiga propiciar um melhor equilíbrio entre o retorno de mídia e grau de dificuldade nas primeiras etapas. A equipe Israel Cycling Academy convidada da organização no lugar que seria da Vini Fantini fez muito pouco no giro, muita presença na fuga especialmente com Ruben Plaza.

2. Quick-Step e o domínio no sprint com Fabio Sabatini

Apesar do esforço da Bora com um trem de sprint forte, a Quick Step mandou nas chegadas em sprint. Elia Viviani venceu quatro etapas, todas muito bem lançado por Fabio Sabatini, o italiano de 33 anos é o principal embalador da Quick Step que utilizou também Morkov e Stybar no trem de embaladores. Entre os sprinters das sete etapas planas, quatro foram vencidas pela Quick Step e três pela Bora, Bonifazio, Van Poppel e companhia mal apareceram na foto.

3. Mitchelton e a igreja da 3ª Semana

Uma bela apresentação e domínio de Simon Yates e a Mitchelton durou uma semana. Da vitória no Etna ao bom contra relógio em Rovereto para o triplo colapso de Yates no Prato Nevoso, Jafferau e a derrocada em Cervinia. Uma volta de três semanas é impiedosa, exige dos ciclistas o máximo e um pouco mais. Seja um problema de saúde ou curva de preparação a verdade é que Chaves foi muito mal durante a segunda semana enquanto Yates pifou na terceira. A simpática equipe australiana leva grande lição do Giro.

4. Jovens destaques: Carapaz, Mohoric e Schachmann

O desempenho de alguns jovens não é surpresa e sim destaque, Carapaz o equatoriano da Movistar é mais um nome sul-americano que terá destaque em grandes voltas, Matej Mohoric que foi campeão mundial Junior e Sub23 venceu uma etapa além de dar show em descida. Max Schachmann da Quick Step é outro destaque que merece menção especialmente por ter vencido uma etapa de chegada ao alto, especialista em contra-relógio é mais uma estrela que vem sendo lapidada pela equipe de Levefere.

 

5. A força da Equipe Sky

Mesmo com toda força financeira e qualidade técnica, a equipe Sky teve de utilizar de uma estratégia pra lá de arriscada para vencer o Giro, funcionou claro mas sem dúvidas a equipe sentiu o pico de preparação de Froome com foco na terceira semana. David de La Cruz, Sergio Henao e Wout Poels poderiam ser capitães em mais da metade das equipes que disputaram o Giro. O ataque preciso de Froome só foi possível com uma aceleração impressionante colocada pela equipe para esticar o pelote e desgastar os gregários de Pozzovivo e Dumoulin. Obviamente ninguém conta com uma queda de performance como a de Yates, mas caso Dumoulin tivesse uma equipe um pouco mais forte a seu dispor poderia ter dificultado e muito o trabalho da Sky. A parte do caso do salbutamol, Froome fez neste Giro tudo aquilo que um fã de ciclismo espera. Andou bem no contra relógio, ganhou no alto, ganhou atacando de longe e tudo isso sob muita pressão. Com aposentadoria em 2017 de Boonen e Contador, sem dúvida o patron do pelote no circuito mundial é Froome.

6. Coadjuvantes

BMC, Lotto e Lotto Jumbo colocaram suas equipes na busca por etapas, conseguiram uma vitória cada com a BMC no contra. A equipe americana foi ao Giro com os experientes Gianluca Brambilla para a classificação geral, Boy Van Poppel para o sprint e ainda Jarlinson Pantano para as montanhas. O máximo que vimos foi o prodígio Mads Pedersen tentar se enfiar em fugas. Pela equipe russa o destaque positivo foi o português Nelson Gonçalves com um décimo quarto lugar na classificação geral, no mais algumas tentativas de fuga com Tony Martin.

Mads Wurtz – Foto: Kathrin Schafbauer
Sair da versão mobile