Niki Terpstra conquista a Belgica!

Luiz Papillon

Espetacular o holandês Nick Tersptra venceu a 102ª Ronde van Vlaanderen com um ataque a 18km do final ele alcançou a fuga na subida do Kwaremont e seguiu solo. Atrás o grupo de favoritos jamais teve coordenação para perseguir apesar de vários ataques isolados como de Peter Sagan que mesmo após ser alcançado não desistiu e reclamou várias vezes pela falta de cooperação dos “rodeiros”.  Em segundo chegou Mads Pedersen da Trek com uma excelente prova e em terceiro Philippe Gilbert coroando a performance da Quick Step.

Terpstra de 33 anos adiciona a mais uma monumento a seus palmares, vencedor da Paris-Roubaix de 2014, triccampeâo holandês (2010,2012,2015) venceu a E3 Harelbeke neste ano. Terpstra havia chegado em segundo em 2015 e terceiro em 2017 na prova belga. Terpstra é o primeiro holandês a vencer a prova desde Adrie Van der Poel em 1986.

Confira os dez primeiros colocados:

1  TERPSTRA Niki Quick-Step Floors
2  PEDERSEN Mads Trek – Segafredo
3  GILBERT Philippe Quick-Step Floors
4  VALGREN Michael Astana Pro Team
5  VAN AVERMAET Greg BMC Racing Team
6  SAGAN Peter BORA – hansgrohe
7  STUYVEN Jasper Trek – Segafredo
8  BENOOT Tiesj Lotto Soudal
9  VAN AERT Wout Vérandas Willems-Crelan
10  STYBAR Zdenek Quick-Step Floors

História

A 102ª Ronde van Vlaanderen ou Volta a Flandres, segunda monumento da temporada com 264.7km ao redor dos flandres largou com chuva e freio de Antuérpia. A Ronde como é chamada na Bélgica é a mais importante corrida no país do ciclismo, tendo sido disputada pela primeira vez em 1913 sob a organização do jornal Sportwereld.

Ocupação nazista e a Omloop

O orgulho flamenco e o nacionalismo sempre marcaram a prova que curiosamente foi a única disputada durante a ocupação Nazista durante a segunda guerra tendo inclusive apoio do regime alemão para organização da prova. Após a segunda guerra organizadores e jornalistas que contribuíram para a prova foram condenados por colaboração com o regime nazista. Em oposição o jornal concorrente Het Volk lançou uma prova de ciclismo a Omloop van Vlaanderen em 1945 que veio a tornar-se a Omloop Het Niewsblad que abre a temporada belga.

Já nos anos 50 a prova começou a sentir a internacionalização do ciclismo com Fiorenzo Magni italiano da Toscana vencendo três vezes consecutivas, nos anos 60 foi a vez de duas lendas do ciclismo vencerem a prova, primeiro Rik Van Looy ganhando em 1962 e em 1969 o jovem Eddy Merckx atacar com 73km para o final e vencer com 5’36” a frente de Felice Gimondi a maior vantagem sobre o segundo colocado na história da prova.

É impossível falar da Ronde sem mencionar o Leão de Flandres, Johan Museeuw que venceu por três vezes a monumento além de diversas vitórias nas clássicas de paralelepípedos e perdendo uma pelaa menor diferença já registrada na prova, apenas 7mm num final em sprint definido por foto para Gianni Bugno em 1994.

O Trajeto

Com partida em Antuérpia e chegada em Oudenaarde a prova com 267km e 15 “bergs” as subidas curtas e duras teve início com temperatura de 7º e chuva leve até cessar a chuva e chegar a 10º de temperatura.

 

Queda, fuga, confira como foi a Ronde 2018

A prova começou com os primeiros 65 quilômetros sem uma fuga conseguir se estabelecer, a fuga conseguiu um máximo de 5′ sobre o pelote. Os escapados foram:

  • Garcia Cortina – Bahrein
  • Pascal Eenkhoorn – Roompot
  • Aime De Gendt – Sport Vlaanderen
  • Marco Haller – Katusha
  • Filippo Ganna – UAE
  • Dimitri Peyskens – WB Aqua Protect

Uma queda na marca de 115km quebrou o pelote com um grupo selecionado entre os que caíram tentando reconectar ao pelote, entre eles Olivier Naesen, Michal Schar, Arnaud Demare e o bicampeão da prova  Stijin Devolder.

O grupo que ficou atrás teve que trabalhar para reconectar o que deu certa folga a fuga, quando passaram a marca de 90km para o final a prova estava segmentada com os líderes tendo 1′ de vantagem para o grupo 2, mais 30″ o terceiro grupo e um quarto grupo 2’30” atrás. Os 10km seguintes foram muito intensos seja para a conexão do grupo que ficou atrás como por tentativas de escapadas para dar novo folego a fuga. O grupo perseguidor foi se isolando com nomes como Gilbert, Avermaet, Kwiatkowski, Naesen, Nibali, Kristoff entre outros.

 

Luke Rowe da Sky foi desclassificado por subir na calçada e colocar o público em risco:

 

A fuga já havia desmanchado mas um dos grupos perseguidores estabeleceu a nova ordem da prova com 40km parao final Langeveld (EF), Van Baarle (Sky) e Pedersen (Trek) tinham 35″ de vantagem para o grupo perseguidor. E veio o primeiro grande ataque com Avermaet atacando no Taaienberg mas sendo combatido por Stybar, Kristoff e Nibali, os quilômetros seguintes seriam de grande tensão com os líderes apenas 30″ a frente. Na perseguição a Sky não revezava e restou a Bora com Daniel Oss puxar a perseguição por longo tempo, Sagan contrariado olhava para os perseguidores que não revezavam. Um ataque de Terpstra motivou Kwiatkowski e Sagan a segui-lo. Então Vicenzo Nibali atacou levando consigo Terpstra, mas o ataque do italiano foi voo de galinha deixando Terpstra sozinho com chance de conectar os líderes apenas 17″a frente.

Na ultima passagem pelo Kwaremont de 2.200m Terpstra alcançou os líderes e seguiu solo, atrás Benoot assumiu a perseguição com Avermaet em sua roda, restavam 18km e Terpstra tinha 40″ sobre os perseguidores. Sagan vendo que a Quick-Step naturalmente não trabalharia e a BMC sonegando trabalhar tentou solo contra atacar. Na passagem no Patemberg a ultima subida do dia, Michael Valgren tenta reconectar levando Gilbert na roda, mas eles não conseguem alcançar Pedersen que completa em segundo lugar. Em terceiro ficou Gilbert completando um belo pódio na Bélgica.

 

 

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