Marcelo Marino wrote:
Eu vejo o pagamento de benefícios como uma tentativa de consertar algo que não funciona bem. Eu trocaria qualquer benefício por um salário melhor.
Se você pegar pessoas que ganham pouco (um salário mínimo, R$1000,00) o valor desses benefícios são enormes. Se você diminuir ainda mais o salário delas elas praticamente vão pagar para trabalhar.
Então você entendeu o que eu quis colocar, mas tem uma opinião distinta. Os benefícios fazem parte do custo do trabalhador eu acredito que em determinados pontos deveria ser negociáveis, digamos um estudante que não use vale alimentação abrir mão e receber em cash ou um trabalhador que prefira levar sua marmita... deveriam haver opções.
Quando você passa um preço de projeto você inclui os custos do seu trabalho mais um lucro, certo? Por que um funcionário não pode ter esse "lucro" também? Se você precisa colocar um lucro para viver no final de semana, o funcionário também precisa. O funcionário não morre na sexta as 18h e ressuscita na segunda as 8h.
hahaha não é bem assim, o trabalhador deveria poder optar por exemplo em trabalhar 4x6h ou 6x4h e negociar 30 folgas durante o ano (Férias), há algo que distingue o lucro empresarial do laboral, eu não sei se terei trabalho os 12 meses do ano, o trabalhador formal
sabe e seu patrão tem que se virar para pagar seu salário, aluguel, taxas, impostos tudo em dia e no lucro esta embutido esse risco todo, como ex-dono de escritório de projeto posso te falar que de 12 meses passava 4-5 no vermelho quando tinha funcionários, o "sistema" me fez fazer o que todos passaram a fazer, demiti todos e contratei free-lancers sempre tomando o cuidado de não estender o trabalho em muitos meses... todos perderam com isso, mas pude dormir mais tranquilo, embora mais pobre.
Te faço uma pergunta de um outro ponto de vista. Uma vez fiz o projeto de um prédio que sozinho devo ter feito 70% dele. Para isso não recebi se quer o salário minímo de lei. O preço cobrado por esse projeto deve ter sido coisa de no mínimo 15x o valor do meu salário. E aí, não seria justo pagar pelo trabalho realizado também?
Depende...veja eu acabo de atualizar o TQS, com desconto 3.500, meu pc quebra eu conserto, e por ai vai...mas dentro do escritório em geral há uma estrutura que não é barata que envolve aluguel, contabilidade (já ouviu dizer que aqui é onde mais se gasta para pagar impostos? Então, sai adivinha de qual salário?), taxas, software, hardware, gerente, supervisor e o custo da ociosidade ou seja quando tem pouco trabalho o patrão precisa manter o negócio e ao menos na engenharia sei que o pessoal procura manter os bons profissionais.
Não se esqueça que vem estampando no holerite os descontos também. Acha que o funcionário gosta de ver aquilo? Pagar um FGTS que rende uma miséria e só é possível retirar em pouquíssimos casos não legal também.
Ai vem parte do meu intuito... fazer o trabalhador entender que o Estado esta sendo tutor em demasia e provocar justamente mudanças ai, é muito fácil para um "apedeuta qualquer" ir lá dar uma canetada e emprestar o dinheiro que VOCÊ esta sendo OBRIGADO a poupar a juros baixíssimos para fazer um porto em Cuba.
Ai quando o povo começar a ver isso no holerite dele (e não vem todos os descontos, tem "a parte" da empresa que não vem para você), ele comece a ter expectativas diferentes ao votar
Se fosse ruim ser patrão, todos fechariam as suas empresas e iriam procurar emprego.
Há uma estatística para isso, o Brasil é o país com o maior número de empresas de um homem só, o sujeito é PJ só por conta disso, o pessoal de RH comenta que a partir de um patamar de salário (na faixa dos 27% de IR) o índice de contratação PJ é altíssimo e os processos trabalhistas baixos pois é funcionário que não se queima no mercado.
O patrão olha o funcionário como um gasto e deveria olhar como lucro. Ninguém está fazendo favor em contratar outra pessoa, faz isso para aumentar sua produção e consequentemente ganhar mais.
De fato o patrão olha o funcionário como um investimento que tem um custo, um risco e um retorno, a partir que o risco torna-se maior que o retorno... o posto é eliminado. Existem softwares de gestão utilizados no mercado de varejo que indicam inclusive o melhor momento para demitir um funcionário, mesmo que com bom desempenho.
Aliás, era isso que deveria ser cobrado do funcionário, produção e não horas de trabalho. Se eu te disser que seria possível produzir mais trabalhando 36h do que 44h porque meu salário deveria ser menor?
Sim, sem dúvidas mas isso é valido em determinados setores, o nosso felizmente é, eu negociei algo assim com meu patrão em 94 com 2 anos de experiência, trampava 5h/dia e rendia mais que 2 funcionários que ele tinha, ai ele descobriu que compensava me pagar 1 salário a mais e sobrava 1 salário para ele coçar a bola esquerda enquanto o telefone tocava nas 3h que eu não estava lá...
Não pode pensar só por um lado, porque isso só leva a mais desordem, cada um vai defender o seu e que vença o mais forte. Tem que pensar na sociedade como um todo. Te digo que pensando assim eu acredito que passaria a ter uma vida mais difícil a curto prazo, mas a longo talvez não.
Meu objetivo é que existam opções, que as coisas não sejam tão amarradas e reguladas a ponto de algumas conjecturas serem impossíveis.
Vou usar o exemplo aqui do prédio, temos 5 faxineiros eles detestam a folga em rodízio (escala 5x1 ditada pelo sindicato), eu queria combinar com eles um esquema bom para eles e bom para o prédio, trabalhar 1 semana segunda a sábado e 1 semana domingo a sexta, assim a cada 15 dias teriam o final de semana inteiro livre e semana sim o domingo semana não o sábado... não pode! Só se pagar a folga trabalhada (100% em cima do dia comum), o resultado...eles continuaram descontentes e o prédio também pois em alguns domingos temos 5 faxineiros "coçando' já que o zelador esta em casa.
Pra não dizer que não achei um jeito de contornar... promovi 2 deles para aux. manutenção com escala de 6x1 (trabalha seg-sex mais sáb até meio dia) só para poder usar outro sindicato e ai ter essa escala...os outros continuaram na 5x1 pois se puxasse eles também ai no outro sindicato eram proibidos de trabalhar aos domingos
