Chegou a hora de falar dos favoritos ao Tour de France 2018, a classificação geral é o grande graal do ciclismo. Antes de falar de ciclista a ciclista, lembro que o ciclismo é um esporte coletivo de vitórias individuais. Em resumo sem uma equipe trabalhando pelo ciclista é muito mais difícil vencer. Assim a primeira importância é o objetivo de cada equipe, pois de nada adianta um grande velocista em uma equipe que visa apenas a classificação geral. Um exemplo disso foi o fato da Sky não utilizar adequadamente o talento de Elia Viviani nas três temporadas que o italiano esteve na equipe.
Camisa Amarela, todos contra Froome
As equipes que vão lutar pela camisa amarela traçaram caminhos distintos. Sky, Bahrein e Ag2r montaram equipes com objetivo único de ganhar no geral. A Sky mesmo tendo condições de disputar todas camisas não exitará em frear Kwiatkowski, Bernal ou Geraint Thomas para favorecer Froome. A Bahrein e Ag2r seguem no mesmo ponteiro para com Nibali e Bardet. Por outro lado a Movistar, Sunweb e Mitchelton montaram equipes diversificadas com a capacidade de lutar por vários objetivos, no caso de mudar os objetivos. Se não der para a classificação geral, há um plano B. O caso mais complicado é na Movistar, com Nairo Quintana e Mikel Landa já travando duelo antecipado no boca a boca. Assim coloco meus favoritos:
Chris Froome é sem dúvida o nome a ser batido, porém vem em seu quarto grand tour consecutivo. Frome venceu o Tour e a Vuelta em 2017 e venceu o Giro este ano. Além disso o britânico foi recentemente inocentado no caso do resultado adverso de salbutamol. A equipe Sky montou seu time de estrelas para ajudar Froome com Kwiatkowsky, Geraint Thomas e as duas jovens estrelas do time, Gianni Moscon e Egan Bernal. Tom Dumoulin vem do pódio no Giro d’Italia. Sua equipe perdeu as vésperas do Tour um importante segundo homem, Wilco Kelderman que caiu no nacional inglês mas terá Michael Matthews para ajudar, no papel a Sunweb vem mais fraca para o Tour que no Giro. Primoz Roglic vem num ano muito bom com vitória na Volta a Romandia e na Volta ao País Basco. A Lotto colocou um time diversificado para lutar tanto pela classificação geral como por vitórias em etapas planas com seu colega Dylan Gronoewegen.
Vicenzo Nibali na Bahrein é o segundo maior de ganhador de grandes voltas em atividade, o italiano passou 2017 em branco mas este ano já venceu a monumento Milão Sanremo. Sua equipe veio por e com ele, forte para as subidas. Richie Porte chega ao Tour com sua equipe a beira de fechar as portas vindo de uma vitória na volta a Suíça. Terá Greg Van Avermaet como locomotiva nas provas montanhosas, mas contra o atual nivel de escaladores nem Damiano Caruso nem Tejay Vangarderen devem ajudar muito.
Romain Bardet da Ag2r tem um problema sério, o contra relógio. Tanto ele como sua equipe carecem da especialidade e é muito provável que tomem tanto tempo nas duas etapas que condenem boa parte de seu Tour. Nairo Quintana da Movistar tem uma verdadeira seleção ao seu dispor, seu maior problema é que essa turma “não esta tão ao seu dispor”. A equipe trouxe ao Tour de France três possíveis capitães, Mikel Landa que passou 2017 esperneando na Sky já começou o bate boca via imprensa clamando por uma liderança. Alejandro Valverde foi escalado para domar seus pupilos e caso ambos saiam do controle é quem pode surpreender. Ao contrário da Sky onde o plano de prova é muito bem definido a Movistar chega atirando para o lado e quem pode levar essa bala é Quintana.
Candidatos ao Pódio
Jakob Flugsang na Astana vem com um time muito forte capaz de lutar por vitórias em qualquer etapa. Seu objetivo é o pódio mas não pode-se subestimar o experiente dinamarquês. Mais um candidato ao pódio é Rigoberto Uran pela modesta EF Drapac, uma das equipes com menor orçamento no circuito mundial. Rigoberto terá ajuda dos experientes Simon Gerrans, Sep Vanmarcke e do jovem americano Lawson Craddock. Rigoberto foi segundo colocado no Tour do ano passado e esteve desde então se preparando para o Tour de France.
