Il Lombardia, a última monumento da temporada!

Luiz Papillon

Previa da 112ª Il Lombardia, prova de 241km que fecha a temporada europeia do circuito mundial de ciclismo. Os maiores ciclistas do mundo passarão pela subida de Madonna di Ghisallo e pelo Muro di Sormani antes de chegar a Como.

Serão 241km com início em Bergamo e chegada em Como. Além do aspecto desportivo a beleza dessa monumento é única, o trajeto da Il Lombardiaa passa por cenários pitorescos como a famosa subida de Ghisallo onde esta a capela dos ciclistas a Madonna del Ghisallo. A edição 2018 é a 112ª vez que a prova é realizada, a clássica dos escaladores é disputada consecutivamente desde 1905 com exceção de dois anos devido a 2ª Guerra Mundial. Fausto Coppi venceu cinco vezes e é o recordista absoluto. Entre os ciclistas em atividade, Vincenzo Nibali tem duas vitórias e é um dos favoritos. A prova acontece na manhã desse sábado 13 de setembro com transmissão ao vivo pelo WatchEspn.

 

Il Lombardia 241km

A longa distância disfarça a altimetria, é uma prova muito dura que cobra seu preço das pernas dos ciclistas. As equipes não tem refresco pois precisam o tempo todo controlar ataques e não podem permitir grande folga para a fuga. O primeiro grande desafio começa na marca de 70km par ao final onde os ciclistas já com 170km nas pernas iniciam a subida da Madonna del Ghisallo, 8,25km com uma inclinação média de 6,2% e máxima de 14%. Só não é pior por ter um respiro no meio. Após uma pequena descida com o lago Como de paisagem os ciclistas sobem o Muro di Sormano, uma subida dividida em duas partes, a primeira com 5.2km e 6.6% de inclinação e então o colosso de 2km com inclinação média de 15.8% e máxima de 27%. É uma parede duríssima para ciclistas com quase 200km nas pernas e com 40km ainda por percorrer. O último desafio é o Civiglio, uma subida de 4.2km com 9,7% de inclinação média e que por estar numa distância razoável do fim pode ser palco de um ataque em especial de ciclistas que não sejam bons de sprint ou sintam não poder bater no sprint seus adversários diretos.

Confira o perfil altimétrico dessas subidas:

E quem são os favoritos a prova? Bom ano passado a prova foi vencida por Vincenzo Nibali que tem duas vitórias na prova, Alaphilippe foi o segundo colocado com Moscon em terceiro. O irlandês Dan Martin tem uma vitria na prova, Valverde dois segundos lugares e Rigoberto Uran três terceiros. Mas o que precisamos destacar não é somente o desempenho em edições passadas mas sim o desempenho de cada favorito no atual ponto da temporada.

Ciclistas contornam o lago Como na edição 2015 – Foto: ANSA/ Claudio Peri

Apesar de favoritos pela história, não coloco Nibali e Valverde como os maiores favoritos. Nibali ainda recupera a forma após a dura queda que o tirou do Tour de France e Valverde esta em lua de mel com sua camisa de campeão mundial. Quem esta com sangue nos olhos para coroar o ano são o duo francês com Romain Bardet e Thibaut Pinot. O canadense Michael Woods foi terceiro no mundial e fez quarto nas duas provas de aquecimento para a monumento: Giro dell’Emilia e Tre Valli Varesini. No Giro dell’Emilia seu companheiro Rigoberto Uran foi segundo, o colombiano subiu bastante de produção neste final de temporada. Pela equipe Sky dois nomes devem ser colocados no hall de favoritos, Gianni Moscon o italiano problema que quando não se mete em brigas e ofensas pedala muito forte e o prodígio colombiano Egan Bernal que vem recuperando a forma após o acidente em que quebrou o maxilar. Com 70 vitórias na temporada não posso deixar a Quick Step de fora, Bob Jungels é o nome da equipe que para vencer precisará estar numa fuga nos 30km finais, é o “estilo” Quick Step de vencer clássicas. O último destaque vai para Michael Matthews, o australiano da Sunweb perdeu o Tour de France devido uma doença e voltou para o mundial onde foi segundo.

Por fora vejo nomes como Matej Mohoric, Tiesj Benoot e Bauke Mollema disputando o Top10. Meu pódio ideal para sábado tem Bardet, Valverde e Woods. Você pode perguntar mas porquê deixar Nairo Quintana de fora? Nesta temporada o escalador colombiano seguiu carecendo de atacar e numa prova clássica atacar é fundamento básico.

 

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