Freios a Disco suspensos!

Luiz Papillon

Em mais um capitulo da polêmica dos freios a disco nas competições de estrada, a UCI suspendeu o uso do equipamento após o acidente de Fran Ventoso e o de Nikolas Maes na Paris-Roubaix.

paris-roubaix-maes-1

 

Fran vinha num grupo que engarrafou, não chegou a cair mas parou, fez o movimento de descer da bicicleta e por a perna a frente para manter o equilíbrio, sua fíbula encostou no disco fumegante de um colega e o resultado você pode ver (imagens fortes) em sua página do facebook, se com apenas 16 bicicletas com disco, num total de 32 discos em um pelotão de 200 ciclistas houve dois acidentes com lesões aos pilotos, imagine com 400 discos o que é possível ocorrer. Fran publicou uma carta aberta no seu Facebook (aqui com a tradução de Gustavo Figueiredo do Pedal), e sua repercursão levou a UCI a suspender o uso do equipamento.

disco

Já falamos aqui no Pelote ano passado sobre a visão dos ciclistas do assunto, agora abordaremos um lado técnico, muitos em especial o pessoal fora-de-estrada que faz um uso muito distinto da bicicleta e onde os pelotões não se formam e razoavelmente não há longas descidas onde a bicicleta possa atingir altas velocidades esta espantado com tanta polêmica.

Ai a física vem nos ajudar, enquanto numa montain bike a velocidade em uma descida raramente ultrapassa 40km/h, usualmente são grupos muito menores de ciclistas em cada bateria, na estrada uma roda chega a 600 rotações por minuto a meros 72km/h, motivo também que torna incomparável sua inércia em relação a coroa do pedivela que usualmente esta em torno de 100rpm. No final de serras após o uso intenso do freio, os discos estão tão quentes que houve até um episódio onde a Sram teve de recolher os discos e  substituí-los por material mais resistente devido eles derreterem e empenarem pela alta temperatura.

Bom, mas vamos voltar as ferraduras?

Tenho absoluta certeza que não, se fazem capa de disco de freio para motos Honda CG125, porque não capaz para discos de bicicleta? Creio aqui que em breve teremos capas em plástico ou carbono com função aerodinâmica e redirecionamento do fluxo de ar para resfriamento dos discos em muito breve.

cover

Obviamente outras soluções podem ser possíveis como os freios a ferradura hidráulicos, os aros de carbono com tratamento especial como os da Xentis cuja parede de frenagem dispensa o uso de sapatas especiais e tem ótimo poder de frenagem. E permitem utilizar sistemas mais leves e aerodinâmicos que os sistemas a disco.

magura-2012

xentis

Porém dada a robustez, eficiência e facilidade na adoção de padronização ainda digo que o disco de freio é um caminho sem volta para bicicletas de estrada, estamos vivendo apenas um momento de transição, e todo apoio aos pilotos que estão reclamando, pois é a carne deles que é fatiada.

 

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